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Viúva passa semanas sobrevivendo de restos de queijo do funeral do marido

Esta é uma história triste, mesmo sendo sobre queijos.
Foto via usuário do Flickr, Tom Ipri

Em abril deste ano, Diane Geraghty perdeu seu marido depois de 25 anos de casados para uma doença pulmonar. No início de maio, o Ministério do Trabalho e das Pensões da cidade onde ela mora no Reino Unido cometeu um erro administrativo quase fatal e, acidentalmente, também marcou ela como morta, o que encerrou seus benefícios de aposentadoria e invalidez.

Sem seu cheque de 166,42 libras semanais [em torno de R$ 840 na cotação atual] a viúva de 76 anos não dispunha de dinheiro suficiente para comprar mantimentos – e ela é orgulhosa demais, e tímida demais, para pedir ajuda. Em vez disso, ela passou cinco longas semanas se alimentando unicamente do queijo que sobrou do funeral de seu marido.

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“Eu fui criada assim, para ser independente e cuidar de mim mesma”, ela contou ao Lowestoft Journal. “Eu não queria bater na porta das pessoas, porque seria como implorar por comida. Então eu comi algumas fatias por dia. Sei que parece loucura, mas eu não estava pensando direito nas coisas naquela época.”



E por mais horrível que possa parecer, em teoria, ela fica ainda pior. Geraghty contou ao jornal que ela perdeu quase 12 kg e se sentia exausta demais para se mover. “Fiquei com medo de usar o telefone, porque não tinha dinheiro para pagar a conta”, ela contou. “Eu estava tão fraca que pensei que iria morrer. Tive que usar o elevador de cadeira do meu marido porque não tinha forças para subir as escadas.”

Felizmente, um de seus vizinhos a viu no jardim da frente e percebeu que ela parecia mal. Ela contou a ele a história toda: a perda do marido, a perda dos benefícios e a ração de duas fatias de queijo por dia. Ele a levou a um banco de alimentos local, onde ela recebeu alguns alimentos de emergência — e a primeira refeição real, com mais alimentos, em mais de um mês. (“Aquela primeira fatia de pão com manteiga foi o paraíso”, ela afirmou.)

Um porta-voz do Ministério do Trabalho e Pensões afirmou que eles iriam “se desculpar firmemente” a Geraghty por ter, digamos assim, quase a matado de fome. “Nós liberamos um pagamento retroativo no dia 2 de julho logo que soubemos do problema, e o calendário de pagamentos correto já foi restabelecido”, ele contou ao jornal. “Estamos conduzindo uma revisão urgente para aprender com esse caso e garantir que isso não aconteça novamente.”

Vamos esperar, do fundo do coração, que isso não aconteça novamente. Afinal, uma dieta de sobras de funeral não é jeito certo de se viver.

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE US.

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