Este artigo foi originalmente publicado no Munchies .No Trump Grill, um dos restaurantes da marca "Trump" instalados na Trump Tower, o menu inclui um Filet Mignon de US$ 34 dólares [cerca de R$ 100], um Hambúrger Platinum de US$ 22 [cerca de R$ 70] e uma Sandwich Mar-A-Lago, por US$ 21 [cerca de R$ 60]. No restaurante Trump em Kobani, na Síria, a ementa inclui uma espécie de shawarma de falafel e… é isso.É verdade, Waleed Shekhi, um bem intencionado (ou talvez mal orientado), curdo sírio, deu ao seu restaurante o nome do 45ª presidente dos Estados Unidos, na esperança de que, assim, pudesse dar algum impulso ao negócio. A um jornal curdo, o empresário afirmou que queria expressar a sua gratidão aos Estados Unidos pela ajuda prestada ao povo curdo na luta contra o ISIS."Ele é o líder dos EUA, o país mais fantástico do Mundo", disse Shekhi ao ARA News. E acrescentou: "Nós, curdos, adoramos os Estados Unidos, portanto adoramos Donald Trump e foi por isso que dei o seu nome ao meu restaurante".Este vídeo foi gravado em Janeiro. Agora, não temos notícias sobre como vai o negócio, depois que os EUA bombardeou a Síria na passada semana.Ao Kurdistan24, Shekhi diz, por outro lado, que o restaurante é apenas um de vários empreendimentos que tem desenvolvido nos últimos tempos, à medida que tenta — tal qual a própria cidade, aliás — voltar a refazer a vida depois de anos de conflito. A abertura do restaurante Trump aconteceu dois anos depois de soldados Peshmerga, o Free Syrian Army e a People's Protection Units, com o apoio aéreo norte-americano, terem juntado forças para libertar Kobani do domínio do ISIS (actualmente, a Força Aérea dos EUA tem uma recém-ampliada base aérea perto de Kobani, no Norte da Síria, perto da fronteira com a Turquia)."Um esforço hercúleo permitiu limpar as ruas, mas a energia eléctrica e o fornecimento de água ainda não estão completamente restabelecidos", escreveu o The Atlantic sobre Kobani, em Outubro de 2016. E acrescentou: "Embora o comércio esteja voltando à vida (há lojas que até já voltaram a ter montras), mais de metade das estruturas residenciais ainda de pé são pouco mais que cascas de cimentos".O restaurante Trump tem, de fato, uma vitrine que dá pra rua. "Espero ganhar algum dinheiro com este pequeno estabelecimento de comida, porque eu e a minha mulher servimos aqui sanduíches deliciosos e, além disso, o nome é um atrativo", fala Shekhi (de acordo com o Departamento de Estatísticas das Nações Unidas, os sírios ganham, em média, cerca de US$ 1.820 dólares por ano, o que significa dizer que o Shekhi teria que trabalhar durante uma semana inteira para poder pagar o Filé Mignon no Trump Grill).E, por mais incrível que pareça, este nem sequer é o primeiro restaurante com o nome Trump a abrir portas no Oriente Médio nos últimos meses. Em dezembro, o Trump Fish tornou-se o restaurante da moda em Duhok, cidade localizada no Curdistão iraquiano (fica a mais ou menos 500 quilômetros de Kobani, se você estiver pensando numa possível "RoadTrump").E, fiel ao seu nome, também no Trump Fish há apenas uma coisa no cardápio: masgûf, uma carpa grelhada na brasa, que é considerada o prato típico do Iraque. Nedyar Zawity, o dono do Trump Fish, de 31 anos de idade, disse à Reuters na época de sua abertura, que adora o Trump e que esperava poder abrir um segundo restaurante, mas, desta vez, nos Estados Unidos. "Dêem-me um visto e estou lá amanhã", garantiu.Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.
Publicidade