A maior apreensão de comida da Interpol teve carne de macaco e 1 milhão de litros de bebida falsificada

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A maior apreensão de comida da Interpol teve carne de macaco e 1 milhão de litros de bebida falsificada

O Brasil não apareceu na Operação Opson V, que aconteceu em 57 países revelando uma longa e impressionante lista de alimentos ilícitos comercializados no mundo todo.

Esta matéria foi originalmente publicada no MUNCHIES.

Você curte azeitona italiana "pintada" com sulfato de cobre? E que tal um açúcar do Sudão contaminado com fertilizante ou carne de macaco belga, e para descer tudo isso, um milhão de litros de bebida alcoólica falsa?

Se sua resposta foi afirmativa ou se você conhece qualquer um desses itens, talvez a Interpol esteja procurando você.

A polícia internacional europeia apreendeu mais de 10 mil toneladas e um milhão de litros de "bebidas e comidas falsas perigosas" no que está sendo chamada de maior apreensão de alimentos contrabandeados da história da Interpol. A investigação, apelidada de Operação Opson V, foi realizada em 57 países e revelou uma longa e impressionante lista de alimentos ilícitos comercializados no mundo todo.

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"Durante inspeções em aeroportos como parte da Operação Opson V foram identificados viajantes internacionais que importavam produtos ilícitos, e as autoridades alfandegárias do aeroporto de Zaventem, na Bélgica, confiscaram vários quilos de carne de macaco." Todas as fotos via Interpol.

Entre os produtos ilícitos, falsos e perigosos estavam "quilos de carne de macaco" apreendidos na Bélgica, 30 toneladas de carne bovina e de búfalo ilegal "não adequada para o consumo humano" e que iria para supermercados da Tailândia, além de 11 quilos de gafanhotos e 20 quilos de lagartas, "apreendidos e destruídos" na França.

"Alimentos e bebidas falsos são uma ameaça para a saúde e segurança de pessoas no mundo todo, que muitas vezes compram esses produtos sem saber que podem ser perigosos", afirmou Michael Ellis, chefe da Unidade de Tráfico de Produtos Ilícitos da Interpol, por meio de um press release.

Ellis também acrescentou que a principal força por trás dessa tendência parece ser econômica. "Os preços cada vez mais altos dos alimentos e a natureza global da cadeia de suprimentos dão aos criminosos a oportunidade de vender alimentos falsificados e abaixo dos padrões em uma indústria criminosa bilionária que pode oferecer riscos sérios à saúde de consumidores inocentes."

Naturalmente, tinha bebida falsa de sobra sendo vendida pelo mundo. Entre os espólios da Opson V estão 7.400 garrafas de bebida alcoólica falsa, além de marcas falsificadas confiscadas na Grécia, e quase 10 mil litros de "bebidas alcoólicas falsas ou adulteradas" no Reino Unido, incluindo vinho, uísque e vodca. Mas os tentáculos da operação foram muito além da Europa e descobriram mais de 36 mil litros de bebidas ilícitas confiscadas junto de nove fuzis Kalashnikov, munição e três granadas no Burundi.

Até onde sabemos, as armas e granadas não eram para consumo humano, mas a gravidade desse arsenal deu à Interpol — e a nós também — uma rara oportunidade de ter uma ideia dos altos riscos envolvidos no contrabando de alimentos.

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