No último domingo (13), novas manifestações pedindo o fim da corrupção e o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) aconteceram por todo o país e também em outros cantos do mundo. Em São Paulo (SP), o número de presentes foi o maior. De acordo com a Polícia Militar e o Movimento Brasil Livre (MBL), um dos grupos a encabeçar os atos, 1 milhão e 400 pessoas estiveram na Avenida Paulista. O Vem Pra Rua Brasil citou mais de dois milhões de pessoas. Nenhum órgão de imprensa minimamente respeitável levou isso a sério. O Datafolha contabilizou 500 mil pessoas na avenida e nas ruas adjacentes.
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O público era composto majoritariamente pela elite paulistana, de acordo dados divulgados pelo Datafolha. Apesar da "crise financeira" amplamente reiterada pelos manifestantes, a maioria se declarou branca, com curso superior e renda familiar entre 5 a 20 salários mínimos (R$4.400 e R$17.600, respectivamente).
O senador Aécio Neves (MG) e o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (ambos do PSDB), foram hostilizados durante o ato e chamados de "oportunistas" por parte dos manifestantes. Nos últimos dias, em vídeo, Aécio havia convocado seus eleitores para o protesto.
"Pixulecos" (boneco do ex-presidente Lula com roupa de presidiário), máscaras, caixões, gaiolas, cartazes, camisas da seleção brasileira e muitos itens em verde e amarelo eram vistos nos atos pelo Brasil. E, como de costume nas manifestações da direita, muitas selfies foram feitas ao lado da polícia.
De acordo com a BBC, Alexandre Frota teria feito saudação aos Carecas do Subúrbio, controverso grupo nacionalista que teve 20 de seus integrantes detidos no mesmo protesto em março do ano passado por, segundo a PM, portarem morteiros, soco inglês, máquina de choque e gás de pimenta.Em Brasília, o deputado Jair Bolsonaro falou ao microfone. "Já que você (sic), Lula e Dilma, não respeita (sic) a família brasileira… […] a família brasileira vai ser respeitada", declarou, de acordo com vídeo postado em sua própria página no Facebook. Embaixo do carro de som, manifestantes o chavamam de "mito".
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As duas faixas da Avenida Atlântica, na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, ficaram ocupadas por manifestantes. Ali, o protesto tomou também o mar: uma lancha repleta de bandeiras do Brasil trazia uma faixa com os dizeres "Fora Dilma, Fora PT". Procurada pela reportagem da VICE, a Polícia Militar do Rio de Janeiro informou que não divulga número de presentes em manifestações.
No Recife (Pernambuco), cerca de 120 mil pessoas, de acordo com a Polícia Militar, se reuniram na Avenida Boa Viagem para protestar contra o PT. Durante o ato, o juiz Sérgio Moro, que comanda o julgamento da operação Lava Jato, foi constantemente exaltado.
Em Paris, ao som de "Que país é esse?'', de Renato Russo, e ''Até quando?'', de Gabriel Pensador, um grupo de cerca de 50 brasileiros se reuniu na Place de l´Alma para protestar. Apesar de viver na capital francesa há 15 anos, Eliana Alcântara Vieira resolveu mostrar seu apoio nas ruas. "Sabe que o Brasil não tem educação, só corrupção. As pessoas não têm direitos e só são humilhadas", relatou.
No país de origem de Eliana, no fim do ato que aconteceu em São Paulo, integrantes do MBL comeram esfirras no Habib's, rede de lanchonetes que, na semana passada, lançou uma campanha para apoiar os protestos anti-governo.Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.