A coroa do rap feminino nunca foi tão disputada quanto nos últimos meses. Desde o lançamento de "MotorSport" em dezembro, single dos Migos do qual participam ambas Nicki Minaj e Cardi B, as duas maiores rappers mulheres de sua geração têm brigado a unhas e dentes (na verdade, sapatos) pelo posto aparentemente único de rainha do rap. Não à toa, Nicki intitulou seu terceiro e mais recente álbum de Queen.
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A ideia de que só é possível existir uma rapper feminina de sucesso por vez se torna justificável quando olhamos para os números que cercam essas artistas. Em setembro de 2017, a Cardi B se tornou uma das cinco únicas rappers mulheres a alcançar o primeiro lugar do Hot 100 da Billboard com uma música solo — feito que ela conseguiu com o megahit "Bodak Yellow". A última a chegar a esse topo tinha sido Lauryn Hill em 1998 (!), com "Doo Wop (That Thing)".A publicação norte-americana de hip hop XXL, que elege os 10 melhores novos rappers a cada ano, parece também só encontrar espaço para uma mulher por vez — quando encontra. Desde 2007, quando a edição especial da revista começou a ser publicada, as únicas rappers mulheres a serem escolhidas para a "freshmen class" foram Iggy Azalea, Kamaiyah, Angel Haze e, neste ano, Stefflon Don.A real é que nem só de Nicki Minaj e Cardi B vive o rap feminino em 2018. Uma das razões pelas quais a internet é tudo é que a gente não precisa se prender a ouvir só quem já está estourando, e o underground norte-americano tem muita coisa boa rolando atualmente. Incluindo uma longa lista de rappers minas que lançaram ótimos discos esse ano. Acompanhe a lista abaixo:A Rico, como muitos de seus contemporâneos, é uma das rappers que ganhou tração pelo seu catálogo no SoundCloud, plataforma onde ela vem lançando som desde 2015. De Nova York, ela traz aquele lado agressivo e convencido que todo bom rapper da costa leste tem quase naturalmente e mistura com umas referências de anime e cultura gótica, afinal, é 2018. No meio do ano ela lançou seu disco de estreia, Nasty.
Rico Nasty
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Saweetie
Queen Key
Tierra Whack
City Girls
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Cocc Pistol Cree
Eu conhecia a Cocc Pistol por um verso que ela fez num som do clipping. de 2014, mas em 2018 ela passou a lançar sons solo que faziam jus àquele verso: primeiro foi "Check Ya Man", depois "Face" (com o maravilhoso refrão "I sat on his face") e por fim a mixtape completa In My Feelings (sim, o mesmo nome do som do Drake) com trapzera atrás de trapzera.
CupcakKe
A CupcakKe já lançava som fazia no mínimo uns três anos mas, pra mim, ela só foi atingir seu potencial completo no Ephorize, disco que ela lançou bem no comecinho desse ano e que talvez tenha te passado despercebido. Tem pra todos os gostos: rap sexualmente explícito por cima de trap de flautinha, rap sexualmente explícito por cima de batida latina, rap sexualmente explícito por cima de uns beats meio hip house meio na onda da Missy Elliott (como "Duck Duck Goose" aí em cima). É bom demais.
Jean Grae
Asian Doll
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DreamDoll
Stefflon Don
Bhad Bhabie
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staHHr
Junglepussy
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