Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #84

Eae turmex.

Se você é estudante e agora tá curtindo um tempinho de férias, parabéns. Se você é estudante e tá tendo que cobrir período de greve então aula normal, parabéns. Se você já passou desse tempo e trabalho não para em julho, parabéns. Essa é a coluna dos parabéns, você merece.

Julho, inverno, tempo mais sequinho, poluição estagnada no solo, é doidera essa época. Podia tar melhor de lançamentos, mas os cara do norte tão curtindo um climinha mais show. E aqui tá frio. Então tem que agradecer o pouco que teve mesmo. Obrigado, artistas.

Feito a enrolação, vamos com as musiquita:

Gfriend - Sunny Summer
Um agradável e anestésico EPzinho de k-pop pra deixar tocando enquanto faz qualquer outra coisa da vida, inclusive não fazer nada. Pode ser uma ótima trilha pra você ficar olhando pro teto por 16 minutos, ou pra emitir nota fiscal, ou pra trocar a vela do filtro de água (troquem sempre a vela do filtro, galera), enfim a gama de opções é ampla. Bom EPzinho.

Bonnie “Prince” Billy - “Blueberry Jam”
Folk muito do maneiro, som muito do alegre bem lá pra cima. E aí o cara é alegre agora? Som animado, sorrindo na foto de capa? Tá rindo do que carai? (Boa música).

Ty Segall & White Fence - Joy
É rock‘n‘roll carai. Uhu, rockzeraaa. Na veia. Belo disquinho de ROCK meio que psicodélico 60/70 porém há algo de autoral & contemporâneo aqui que eu não sei explicar bem mas sei que tá aqui, o que já não encontrei nesse Greta Van Fleet da qual tarei falando mais abaixo, fazendo AQUELE comparativo. Esse aqui se pá fica na minha lista “melhores do ano”. A confirmar.

The Internet - Hive Mind
Disco bem bem bom de R&B suingadão ou baladinhas suingadinhas. Foi acima do esperado. O disco tá bem dividido entre as animadas e as mais lentinhas, então não fica um grande blocão-quebra-clima. Dá uma boa audição esse disco aí.

Cat Power - “Wanderer”
Folkzinho que é só voz. Vocal e coralzinho e só. É isso. Bonitinha.

Brockhampton - “1998 Truman”
Ouvi algumas vezes e sei lá, viu. É boazinha mas não #bateu. Talvez pela melodia muito simplezinha, dependendo total do #flow dos cara lá. Bem boy band. Só que de rap. Boazinha e é isso.

Ciara - “Level Up”
Boa batida com leve #sabor de década passada. Mas eram bons tempos pra música pop, então pra mim tá tudo bem. Maneirinha.

Boss in Drama - “Rolezeira Avançada”
Som de festa descolex tocamos-EDM-mas-não-só-isso. Nada contra, inclusive sou muito a favor. No meu tempo de jovenzinho num tinha muito som de festa descolex em português não. Então vai que vai. Mas o som de festa descolex meio que virou um sub-gênero de EDM. Então há uma certa estrutura-padrão que eu com certeza não vou gastar tempo tentando refletir sobre. De resto, ouvi algumas vezes e não fui capaz de definir se cantam “dou sentada na sua cara”, ou “bucetada na sua cara”. Não que afete algo, só ficou a dúvida no ar. Boa música.

Vanessa Carlton - “Needle In The Hay”
É um (bom) indie 90 voz-guitarra. Acho que até enganava como se fosse uma baladinha do Breeders. Mas é a Vanessa “Thousand Miles” Carlton. A vida é várias surpresas. Boazinha a música, sim.

Gilberto Gil - “Ok Ok Ok”
Rapaz, que dureza. Percebi que é uma letra fechada, com começo, meio e fim. Mas percebi por causa do começo e do fim, porque o meio tem que estar se esforçando pra prestar atenção. Basezinha violão MPB que é aquele mesmo que você conhece, com uns chiados estáticos que deve ter a sua razão de tar lá (não me interessa a razão). De ouvir foi chatinho.

Anitta - “Medicina”
Só posso crer que todo o trabalho do tal projeto Cheque-Mate no fim das contas trouxe como o resultado o “melhor agora não”, e a expansão internacional da cantora tem como limite territorial o muro do Trump. Daí faz o que? REGGAETON. Claro que vai fazer MAIS UM reggaeton. Num vai ser maluca de fazer igual a Jennifer Lopez e fazer música com BATIDA FUNK pro público latino.

Não.

Vamo de reggaeton.

A música nem é ruim, é um reggaeton (mais um) aceitável. Mas eu só vejo esse contexto e penso “ah meu, sério mesmo então? Então beleza então”. Num sei porque ainda espero que venha algo daí, sinceramente.

Muse - “Something Human”
Pensa numa música bem do Muse mesmo. Agora retira os solos de guitarra que você pensou dessa música. Agora retira todas as outras guitarras que você pensou dessa música. Vê o que sobrou. Vê se te interessa essa bagaça que sobrou. Acho difícil mas, caso tenha, vai nessa aqui. Pra mim, é chato bem chato.

Animal Collective - “Hair Cutter”
É o que chamo de música que não vai. Uma introdução de 4 minutos pra algo que eu não sei o que é. A música inclusive acaba do nada. Então isoladamente num é lá grandes coisas, mas vai que dentro de um grande contexto etc etc.

Greta Van Fleet - “When The Curtain Falls”
O que tem aqui MINHA OPINIÃO é um som velho numa gravação nova. Gravou em mesa digital novíssima, equipamentos top de los top, etc, mas o som é aquele hard rock lá que a gente já manja. Só que gravado limpinho. E olha que eu tô desconsiderando muito o vocal ser muito parecido com outros vocal que teve aí na história. É bom? É bom, é bem feitinho, mas #empolga pouco devido a todo esse contexto que falei aí.

Popcaan - Forever
Tinha visto uns comentários positivos sobre o disco no Twitter ao longo da manhã, porém fui ouvir e num achei nada demais o disco não. Mas vamo lá, a nível de ragga e dancehall e similares, o disco tá bom. Produção boa, batidinhas pá, tudo nos conformes. Eu começo a achar que como TODO ARTISTA POP da América Latina decidiu que tem que fazer ragga agora, quando surge alguém de fato com direito ao LUGAR DE FALA eu ouço com total desinteresse. Porque a tigrada chegou antes dele a ponto de fazer o gênero beirar bem de beirada o insuportável. Se você ainda acha esses sons ok maneiro, então é um bom disco. Se não fosse o #trampo eu tava era tirando um bom detox de um ano de ragga, dancehall e similares. Depois voltava.

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