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O Brasil entregou uma enorme reserva da Amazônia para mineradoras de ouro

Quase 4 milhões de hectares.

Essa matéria foi originalmente publicada na VICE News.

Na quarta-feira, o governo brasileiro retirou restrições para mineração de ouro numa reserva natural da Amazônia maior que a Suíça, enquanto o presidente Michel Temer tem uma popularidade nunca antes vista na história deste país - pelo menos desde o fim da ditadura.

A ação vem entre sinais de que o desmatamento na Amazônia, a maior floresta tropical do mundo e lar de um em dez espécies da Terra, acelerou.

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Temer assinou o decreto abolindo a proteção para a área de aproximadamente 4 milhões de hectares, uma região conhecida como Reserva Nacional de Cobre e Associados (Renca), que acredita-se conter veios ricos em ouro, ferro, manganês e outros minérios.

Ambientalistas atacaram a decisão.

Uma área desmatada e queimada da Amazônia ao lado de um trecho de floresta virgem, registrado pelo helicóptero da polícia na operação "Hiléia Pátria" contra madeireiras ilegais na reserva indígena Alto Rio Guamá em Nova Esperança do Piriá, Pará, em 29 de setembro de 2013.

"Abrir essas áreas para mineração sem discussões de segurança ambiental é uma afronta social e ecológica internacional", escreveu o diretor executivo da WWF-Brasil, Maurício Voivodic, num e-mail para a VICE News. "Uma corrida do ouro na região também vai criar danos irreversíveis para a cultura local."

Apesar dos alertas, os brasileiros estão mais preocupados com o caos econômico e político no país, disse Chayenne Polimedio, uma analista focada no Brasil do think tank New America de Washington.

"A polícia não está sendo paga. Professores não estão sendo pagos. As pessoas estão irritadas", disse Polimedio. "Há um novo escândalo político toda semana. As pessoas simplesmente não estão prestando atenção nisso."

Um relatório do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, publicado no final de 2016, afirma que o monitoramento por satélite revelou que o ritmo de desmatamento na Amazônia subiu 29% comparado com o ano anterior.

– Greg Walters

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