Revista Prego Expõe Originais do Hardcore em Posto de Gasolina

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Revista Prego Expõe Originais do Hardcore em Posto de Gasolina

Uma retrospectiva visual das artes punk feitas pra Läjä Records

Em meio a uma faxina involuntária no quarto-escritório do baixista e empresário Fábio Mozine, o artista plástico Alex Vieira decidiu pôr em prática uma ideia que já acalentava: juntar as artes originais produzidas ao longo de 15 anos por artistas para as capas de discos, bonés, camisetas e outros produtos da Läjä Records.

O resultado é a exposição Läjä Records – Artes Originais, com 50 artigos distribuídos pelos 12 metros quadrados da Revistaria Prego, mantida por Alex num posto de gasolina de uma movimentada esquina da Avenida Jerônimo Monteiro, no bairro Jaburuna, em Vila Velha, município do litoral da Grande Vitória (ES). Aberta ao público com uma festinha cheia de punk véio da cena capixaba, cerveja e gengibre de graça na noite de 26 de setembro, a exposição permanece até 25 de outubro.

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Foto: Heitor Riguetti

Estão lá, nas paredes, estantes e araras os traços de Daniel ETE, Carlos Dias, Etam Paese, Victor Stephan, Sandro Ogro, Marcio Sno, Bill, Binho Miranda, Preguinho, do patrão da Läjä, Fábio Mozine, e do próprio Alex Vieira, curador da exposição.

“A Läjä tem uma produção extensa de lançamentos e ao longo dos anos é possível notar uma identidade visual bem marcante. A ideia dessa exposição foi trazer para o Espaço de Arte da Prego alguns dos desenhos e colagens originais de alguns dos artistas responsáveis por essa estética precária e divertida que diferencia a gravadora das demais”, disse o curador.

A “estética precária” citada por Alex Vieira é o que consolidou a imagem da cena punk de Vila Velha Brasil afora. “O Hardcore Vila Velha é reconhecido em São Paulo, Brasília, aonde a gente vai”, contou Mozine. Ele divide suas atividades entre a administração da Läjä, que já fez 145 lançamentos em sua história, o baixo do Mukeka Di Rato e Os Pedrero, e a guitarra da Merda, três bandas das quais participa e que, obviamente, fazem parte do casting.

Alex dividiu inicialmente a exposição por artistas. Em seguida, criou uma linha imaginária que liga as três bandas principais do selo, o Mukeka di Rato, Merda e Os Pedrero. Também tem um varal com camisetas raras do Mukeka, uma parede de cartas, pastas com letras originais, diários de tours e uma mesa com objetos esdrúxulos.

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“Achava que seria meio prepotente uma exposição, mas ao mesmo tempo sabia do valor disso tudo, valor sentimental e histórico. Pô, o Gaiola (Mukeka di Rato) vendeu 11 mil cópias”, recordou Mozine. “Mas é uma exposição da Läjä, não é do Mozine, então eu topei.”

Ele aproveitou para contar que os desenhos são feitos em qualquer lugar. “Tem coisas de dentro do ônibus voltando da Barra do Jucu, muita coisa bêbado, muito de dentro do quarto. O quarto até hoje é o escritório da gente, né, cara? Muita gente faz parte disso, é muito de nossa geração dos anos 1990 e 2000. A estética da Läjä é a estética de muita gente. De alguma forma, esses rabiscos ajudaram a criar a estética do Hardcore Vila Velha. É o pessoal nos shows de chinelo de dedo, bermuda florida e camisa de banda podre.”

O resultado da faxina motivou a exposição e agora Mozine e Alex pensam em torná-la itinerante. “Já estamos conversando com gente de São Paulo, Rio de Janeiro, aqui do Espírito Santo e outros do Sul do País. Não posso contar, mas são lojas e galerias com espaço maior do que a loja da Prego, então, poderemos levar mais coisas que ficaram de fora, como o trabalho do pessoal digital… Aqui só entrou o que era feito no papel ainda… É bem louco pensar que uma galerinha estava rabiscando folhas de caderno em 1995, 96 e que isso faz parte de um estilo musical”, completou Mozine.

Saiba mais

Läjä Records – Artes Originais está em cartaz na Prego Espaço de Arte, no Posto Castelinho.
R. Maria Amália, Jaburuna, Vila Velha.
Entrada franca.

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