FYI.

This story is over 5 years old.

Outros

Bombados de academia tendem a ser de direita, confirma ciência

Pesquisa aponta que homens musculosos acreditam em uma classe superior e condenam a distribuição de riqueza.
Foto por Simone Becchetti via Stocksy.

Esta matéria foi originalmente publicada no Broadly .

Para todo mundo que odeia academia, vem, senta aqui. Essa é pra você. A ciência – ciência objetiva, empírica, testada; a ciência que diz que as calotas polares estão derretendo – confirmou o que muita gente suspeitava: bombados de academia tendem a ser de direita.

Uma nova pesquisa da Brunel University descobriu que homens fisicamente fortes que frequentam academia têm mais chances de serem de direita e apoiarem desigualdades sociais e econômicas. Isso explica muita coisa, tipo aquele aperto de mão forçado do Trump – ele só está tentando mostrar sua supremacia sobre outros babacas sem consideração!

Publicidade

Uma equipe de pesquisa liderada pelo Dr. Michael Price abordou 171 homens entre 18 e 40 anos, coletando dados sobre altura, peso, medida da cintura, muscularidade e força dos braços e peito usando um scanner 3D. Eles também analisaram suas visões políticas e sociais, perguntando se eles apoiavam a redistribuição de riqueza (um ponto-chave do socialismo) ou acreditavam que algum grupo social deveria ser dominante sobre os outros. Os participantes também responderam com que frequência iam à academia e perguntas sobre sua saúde pessoal. Além disso, os homens eram categorizados de acordo com sua beleza facial, masculinidade e dominância percebida por um grupo de assessores independentes.

"Sempre me interessei pela evolução da moralidade humana", disse Price à VICE. "Com os anos, comecei a reconhecer uma correlação forte entre tamanho e forma do corpo masculino e atitudes morais e políticas, e não encontrei isso em mulheres. Então eu queria fazer um estudo em larga escala observando a forma física dos homens em relação ao que eles achavam de igualdade."

As novas descobertas se baseiam em pesquisas anteriores, acrescenta o pesquisador, que sugerem que homens musculosos têm mais chance de apoiar militarismo e guerra. No passado, pesquisadores descobriram uma correlação significativa entre homens que eram formidáveis fisicamente e suas crenças de que alguns grupos sociais deviam dominar outros.

Publicidade

A descoberta de Price? Que caras ricos em músculos são os piores! Embaixo daquele tanquinho de pedra tem um coração de pedra que não acredita em compartilhar suas riquezas. "É basicamente sua tolerância com a ideia de que riqueza não deve ser redistribuída", o Dr. Price explica. "Algumas pessoas acham isso horrível, outras acham normal."

E de maneira muito fascinante, quanto mais tempo os homens passavam na academia, maiores são as chances de eles terem crenças socioeconômicas menos igualitárias. E aí chegamos à lógica Tostines: as academias estão transformando os homens em babacas que acham que têm direito sobre tudo, ou eles se reúnem nas academias porque nasceram assim? É um enigma difícil, com certeza.

"O que você tem é um ciclo de feedback positivo", argumenta o Dr. Price. "A convenção é que as pessoas adaptam sua moralidade à sua natureza física. O que vem primeiro é que você é um cara grande e forte que se vê num corpo musculoso, e as outras pessoas se sentem intimidadas por você, e você tem status e tende a querer ganhar sempre – então você curte desigualdade, porque desigualdade combina com você."

Como Orwell poderia ter dito: bombados: Ruim! Magricelos: Bom!

E olha só que coisa, as mulheres parecem isentas dessa regra. "A atração e primazia física nas mulheres não têm relação com suas crenças sobre igualdade", confirma Price. Resumindo, continue malhando, colega, porque puxar ferro tem pouco efeito em você querer tirar outras pessoas da pobreza.

Infelizmente, Price não quer que a gente odeie os escrotos egoístas lendo A Nascente entre uma repetição e outra. "Só estou tentando iluminar as fontes das visões morais das pessoas", ele diz, "para ajudá-las a refletir sobre isso".

Tradução: Marina Schnoor

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.