Brasileiras no exterior falam sobre identidade e estereótipo

Esta matéria foi originalmente publicada na i-D .

A fotógrafa franco-brasileira que vive em Londres Regina Lemaire-Costa passou uma tarde com um grupo de estudantes brasileiras, de um programa de intercâmbio da Universidade Middlesex, dos cursos de medicina, engenharia e design. Depois que as mulheres falaram sobre, como brasileiras, elas passavam pelas mesmas situações redutivas com estereótipos por causa de sua origem, a tarde acabou se tornando um filme improvisado. Enquanto Regina as filmava individualmente, ela percebeu que todas contavam experiências muito similares.

"Elas estavam falando sobre suas experiências no Reino Unido — e como são vistas como promíscuas, exóticas ou sensuais — e do estereótipo da mulher latina", explica a fotógrafa. "As pessoas tendem a ver as latinas como exóticas, como se fossem uma coisa só, mas a América Latina é uma comunidade enorme formada por muitas culturas e países."

A própria Regina nasceu no Brasil, mas foi criada na França. Sendo brasileira, ela diz "já vivi isso também. Muitas vezes, quando as pessoas descobrem que sou brasileira, ouço comentários sobre meu corpo que não ouviria necessariamente se elas achassem que sou apenas francesa. 'Isso explica suas curvas' e coisas assim. Quero explorar mais da minha identidade brasileira no meu trabalho — garotas brasileiras têm uma reputação estereotipada e isso muitas vezes é limitador, então eu queria dar voz a elas". E fica claro que essas vozes precisam ser ouvidas quando Regina pergunta como elas podem contornar isso, uma das mulheres deu uma resposta: "Desconstrução. Assim podemos ter liberdade para ser o que quisermos".

Das experiências de serem sexualizadas, à discussão de seus modelos femininos, até suas esperanças para o futuro, o filme explora as identidades reais das brasileiras hoje. "Fiz esse trabalho para o Dia Internacional da Mulher, mas é importante desafiar as suposições que as pessoas fazem sobre a comunidade latina todos os dias." Assista ao filme abaixo.

Tradução: Marina Schnoor

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