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Não olhe agora, mas você pode ter cocaína nos dedos

Estudo inglês constatou que cerca de 13% dos participantes que afirmaram não consumir drogas tinham resíduos de substâncias ilegais em suas impressões digitais.
Crédito: Jake Lewis

Durante a sua educação você deve ter ouvido falar, e a gente realmente espera que sim, que lavar as mãos é algo importante. Antes de comer, depois de usar o banheiro, depois de… Bom, você já entendeu a ideia. Agora você tem um motivo a mais para lavar as mãos: não passar por cocainômano a toa.

Em um estudo recentemente publicado no periódico Clinical Chemestry, um grupo de cientistas da Universidade de Surrey, na Inglaterra, notou que cerca de 13% dos participantes do estudo que afirmaram não ser usuários de drogas continham resíduos de cocaína e heroína em suas impressões digitais.

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Segundo afirmou ao The Guardian a principal autora do estudo, a especialista em análise forense Melanie Bailey, “as pessoas de quem coletamos amostras estavam na universidade, então é possível que estiveram em contato com pessoas que estiveram usando essas substâncias, ou estiveram em um ambiente onde elas foram usadas”. Mesas e outras superfícies estão entre os principais suspeitos, além é claro das notas de dinheiro.

Em 2011, outro estudo conduzido pelo Conselho Consultivo sobre o Mau Uso das Drogas (ACMD), indicou que cerca de 11% das notas em circulação no Reino Unido estão contaminadas com cocaína.

No Brasil, alguns estudos publicados sobre este mesmo tema indicam uma realidade um pouco mais extrema. Segundo pesquisa conduzida pelo Instituto de Criminalística da Polícia Civil de Minas Gerais, em 2014, cerca de 80% das notas de R$ 2 em circulação em Belo Horizonte apresentaram resíduos da droga. Um outro estudo conduzido na Universidade Federal Fluminense em 2016 apresentou que cerca de 90% das cédulas de real em circulação apresentam traços de cocaína.

Nesse momento uma pergunta bastante válida é: quer dizer que vou passar por cocainômano à toa? Na verdade, não. A solução é bastante simples: lave as mãos.

A pesquisa britânica também apontou que o número de falsos positivos caiu para zero após os participantes que declararam não ter usado as substâncias lavarem as mãos. Já entre aqueles que afirmaram fazer uso das substâncias a detecção foi de 87,5% para cocaína e de 100% para heroína.

A mesma equipe do estudo recém-publicado divulgou ano passado os testes de um método que testa o contato com drogas apenas com a análise das impressões digitais, excluindo a necessidade de realizar análises de sangue.

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