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Estudantes rejeitam ideia de escravidão na arquitetura brasileira

Alunos do curso de arquitetura da UFMG se negaram a fazer projeto de casa com quarto para empregados.
Foto: Facebook/UFMG.

Projetar um imóvel de alto padrão com espaço separado para empregados. Era essa a missão de alunos do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Os estudantes, no entanto, se negaram a entregar o trabalho por considerar que o projeto "incorpora a senzala e reforça os moldes de dominação em pleno século 21".

A disciplina na universidade intitulada de Casa Grande propunha a criação de um projeto de alto padrão, composto por cinco suítes com banheiro completo e rouparia, juntamente com uma área de serviço que unia cozinha, lavanderia, despensa, depósito, quartos e banheiros para oito empregados.

Em nota publicada no Facebook, o Diretório Acadêmico da Escola de Arquitetura da UFMG contesta que o projeto incentiva os alunos a projetarem uma casa grande que incorpora a senzala e reforça os moldes de dominação em pleno século XXI, que perpetua a ordem escravista no país e desrespeita os estudantes pretos, pobres e oriundos de escolas públicas.

O jornal Estado de Minas entrou em contato com a UFMG e a escola de Arquitetura e Urbanismo, mas a instituição não se manifestou sobre o assunto. O professor Otávio Curtiss, responsável pela disciplina, disse ao jornal que não tem interesse em entrar nessa questão e que os alunos não são obrigados a cursar a matéria para se formar no curso.

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