Há um ano o Exército Brasileiro ocupa o Complexo da Maré no Rio de Janeiro. No dia 1º de abril, a Polícia Militar começou a implantação de quatro bases de UPP. O processo de transição deve durar até junho deste ano.
Cerca de 3.300 militares do Exército e da Marinha fazem parte da Operação São Francisco, uma megaempreitada militar responsável pelo início do processo de pacificação da Maré, uma área com 16 comunidades diferentes. Uma ação muito complexa e cheia de histórias de abusos e confrontos.
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Em um ano, o Exército efetuou 547 prisões e 1.205 apreensões de drogas, armas e munições. No meio dessa guerra urbana vivem 140 mil moradores em uma das regiões mais pobres da cidade. Os últimos números do IDH da Maré (0,722, segundo pesquisa do ano 2000) deixam a comunidade no mesmo nível de países como Tailândia (0,722), Tunísia (0,721) e Argélia (0,717).
"Por algumas semanas , no inicio da ocupação, parecia que tudo estava mais tranquilo. Foi uma sensação de falsa segurança: os garotos do Exército não têm preparo para aquela situação. No primeiro dia, eu vi um soldado bem atrapalhado deixando a munição cair no chão", conta o fotógrafo Tércio Teixeira.
"No dia da ocupação do Exército, as armas foram retiradas do Complexo. As drogas e os próprios cabeças das organizações criminosas saíram antes da ocupação. Foi algo amplamente divulgado, transformando a ação em show midiático. A quantidade de imprensa nesse primeiro momento de tomada era algo sem precedentes para mim. Com o tempo, os traficantes começaram a voltar para a região e, aos poucos, foram delimitando áreas onde não é seguro para as tropas do exército patrulharem. E, assim, novos bolsões de poder paralelo foram se formando", relata Maurício Fidalgo, fotojornalista que, por diversas vezes durante esse ano, esteve na Maré.
A Força de Pacificação contabilizou cerca de 21 militares feridos em ação e a morte do cabo Michel Augusto Mikami. O Exército não divulga o número de civis feridos ou mortos nas 65 mil operações realizadas nesse período. Segundo a F Pac, "desde abril de 2014, 06 (seis) Agentes Perturbadores da Ordem Pública (APOP) morreram durante confrontos com militares no Complexo da Maré".
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Saque mais fotos do processo de pacificação do Complexo da Maré:
Foto: Maurício Fidalgo.
Foto: Maurício Fidalgo.
Foto: Maurício Fidalgo.
Foto: Maurício Fidalgo.
Foto: Tércio Teixeira, R.U.A Foto Coletivo.
Foto: Tércio Teixeira, R.U.A Foto Coletivo.