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Artistas brasileiros se unem contra a extrema-direita

A empresária Paula Lavigne reuniu Vik Muniz, Caetano Veloso, Marisa Monte e outros contra os ataques promovidos por grupos como MBL.
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Membros da classe artística, desde atores até produtores culturais, começaram a contra-atacar as iniciativas conservadoras promovidas por grupos da extrema-direita do Brasil. Reunidos pela empresária Paula Lavigne, os artistas pretendem entrar na Justiça contra difamações promovidas por grupos na Internet e vídeos de políticos sobre exposições e obras de arte. A ofensiva foi armada um mês após o Queermuseu e bem próxima à polêmica em torno da performance "La Bête" exibida no MAM São Paulo.

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Desde os ataques contra as referidas exposições e performances, grupos de extrema-direita, como o MBL, vêm difundindo nas redes acusações falsas de que obras estão promovendo a pedofilia e a zoofilia. Políticos como João Doria e Marcelo Crivella, prefeitos respectivamente de São Paulo e Rio de Janeiro, gravaram vídeos condenando obras de arte acusadas de serem degeneradas. O senador Magno Malta, inclusive, chegou a pedir a condução coercitiva de Gaudêncio Fidelis, curador do Queermuseu.

Adriana Varejão afirmou que irá recorrer à Justiça após sua tela "Cenas de interior II", apresentada na exposição "Queermuseu", ser acusada de promover zoofilia e pedofilia. Outros famosos também se uniram para gravar vídeos de conscientização que começaram a ser veiculados na semana passado sob o nome de "#342 artes — Contra a censura e a difamação". O 342 foi criado por Lavigne no começo do mês para fazer pressão em parlamentares brasileiros.

Também gravaram vídeos os artistas Vik Muniz, Caetano Veloso, Débora Lamm e Marisa Monte. Todos ressaltaram a participação do MBL e de grupos religiosos na difusão de informações erradas sobre as exposições e a tentativa de censura.

No domingo (8), após a exibição de uma reportagem no Fantástico condenando as iniciativas de censura promovidas pelo MBL e outros grupos conservadores, a hashtag #GloboLixo foi criada para condenar a posição da emissora brasileira. Ela continua nos Trending Topics até a tarde de hoje (9) no Twitter.

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