Os menonitas da Bolívia de perto
Foto: Marcos Muniz

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Os menonitas da Bolívia de perto

Depois de ler uma matéria da VICE falando sobre a comunidade menonita na Bolívia, o fotógrafo Marcos Muniz foi até lá.

No ano passado, uma das grandes reportagens publicadas pela VICE chamou a atenção do fotógrafo brasileiro Marcos Muniz . " Os Estupros-Fantasma da Bolívia " trazia texto e fotos incríveis (além dum vídeo ) contando uma história dessas de tirar o sono de qualquer um: em uma comunidade religiosa, mulheres acordavam sobre lençóis misteriosamente manchados de sangue, ora com as mãos amarradas, ora com dores pelo corpo. Para entender o desfecho, recomendamos que você leia a matéria . Entretanto, Marcos não foi atrás dos estupros, e, sim, dos tais religiosos que vivem na colônia Manitoba. Ele queria retratar essas pessoas, que, curiosamente, seguem a vida nos moldes antigos. A viagem originou a série fotográfica Menonitas: Fronteiras do Novo Mundo, ganhadora do Prêmio Brasil de Fotografia 2014.

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"Cheguei em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, e parecia que tinha chegado em algum aeroporto no interior da Alemanha, só que no século 16", relata o fotógrafo. Caracterizados pelo isolamento social, os menonitas se recusam a viver a modernidade e a tecnologia. Isso justifica seus modos de vida e até mesmo suas vestimentas. As mulheres estão sempre de vestidos, meia-calça, sapato, cabelo repartido ao meio, tranças. Já os homens usam macacão jeans, camisa social, bota de caubói. Parece surreal.

"Apesar de não terem carros e equipamentos tecnológicos, eles são ricos na cidade. Eles têm uma grande tradição no plantio e na produção de queijos… deliciosos, por sinal. A cultura menonita em todo mundo tem essa característica de grupos cooperativistas. Eles trabalham juntos. Isso faz a força", conta.

Foto: Marcos Muniz

Fato é que os menonitas piram muito em sorvete. "Os casais e as crianças se lambuzavam tomando sorvete nas esquinas. Acho que essa é uma das atividades que eles mais devem fazer quando integrados aos bolivianos tradicionais."

As imagens pouco saturadas e o enquadramento meio "câmera escondida" têm explicação. Tentando fugir da abordagem bucólica utilizada por outros fotógrafos, Marcos se deparou com o fato de os religiosos frequentarem constantemente um bairro da cidade de Santa Cruz de la Sierra com o objetivo de comprar mantimentos e insumos para a vida no campo. Aí, a ideia tomou forma: "Decidi fotografá-los no rolê do dia a dia, e não dentro das fazendas". Isso muda também a forma com a qual o fotógrafo manuseou seu equipamento. "Hoje em dia, eu praticamente não olho no visor da câmera. Deixo-a no meio do peito, com o dedo no disparador e tento sentir a cena. Tento chegar o mais perto possível e trazer o sentimento de intimidade."

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Para sacar melhor os menonitas, veja a galeria de imagens abaixo.

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz

Foto: Marcos Muniz