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A maior parte da violência contra trabalhadoras sexuais é cometida por clientes, mas a polícia não fica muito atrás. A violência e assédio policial, incluindo prisões ilegais, chantagem e estupro coletivo, é um "um tema onipresente" na vida das trabalhadoras sexuais, diz uma pesquisa. Outro estudo, realizado pela Women's Legal Centre com 300 trabalhadoras sexuais na Cidade do Cabo, descobriu que 70% delas já tinha sofrido abuso policial: espancamentos, ataque com spray de pimenta e violência sexual. Prisões arbitrárias de trabalhadoras sexuais são comuns, apesar de a Suprema Corte ter proibido isso em 2009.LEIA: "'Cada parte de mim mudou nas mãos deles': a história de uma ex-escrava sexual do ISIS"
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Em abril de 2013, a trabalhadora sexual de 23 anos Nokuphila Kumalo foi espancada até a morte em Woodstock. O caso teve destaque porque o principal suspeito era o fotógrafo sul-africano internacionalmente renomado Zwelethu Mthethwa. O artista se declarou inocente.Uma vez, quando perguntaram por que ele fotografava pessoas marginalizadas, ele respondeu: "Para retratar essas pessoas sob uma luz diferente… como seres humanos decentes. Pessoas como todas as outras". Mthethwa, cujo trabalho já foi exposto no mundo todo e faz parte da coleção do Guggenheim de Nova York, foi acusado de "chutar e pisotear a mulher repetidas vezes usando botas pesadas".Ainda assim, três anos depois, apesar de uma filmagem de câmera de segurança supostamente mostrando o ataque e indicações de que o carro dele estava na cena do crime, Mthethwa não foi julgado ainda por causa de vários atrasos burocráticos.Esse tipo de atraso em trazer o suspeito à justiça por assassinar trabalhadoras sexuais não é novidade. Em 2008, Johannes de Jager foi preso logo depois de matar a trabalhadora sexual Hultina Alexander. Nada aconteceu por cinco anos, até que ele matou uma garota de 16 anos em 2013. Só então ele foi julgado e condenado pelos dois assassinatos.Duduziem, uma trabalhadora sexual que conheci no escritório da SWEAT, disse que conhecia pessoalmente 20 trabalhadoras sexuais mortas na Cidade do Cabo em seus 10 anos de serviço. Ela diz que poucos casos foram abordados pela mídia. Quando pergunto se ela já foi estuprada, ela diz que sim: "Isso é o pão com manteiga desse trabalho".LEIA: "Uma breve e deprê história das leis de estupro no mundo"
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