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Tecnologia

A Cratera que a NASA Criou Quando Acertou uma Espaçonave na Lua

A espaçonave estava bem devagar quando bateu na Lua — a apenas 6.115 quilômetros por hora.
Crédito: George Melies/Wikimedia Commons

Embora o foco das discussões fosse espaçonaves que colidiram com a própria Terra, a NASA acabou de anunciar que finalmente descobriu onde colidiu com a Lua.

A agência espacial declarou que o LRO (Orbitador de Reconhecimento Lunar) encontrou a cratera que a sonda LADEE (veículo de exploração para estudar a atmosfera lunar) gerou quando deliberadamente dirigiu-se à Lua, em abril.

Para quem não lembra, a sonda LADEE decolou com êxito da ilha Wallops em setembro de 2013. Em outubro, ela já estava orbitando a Lua, estudando a poeira e a atmosfera de lá. Dia 11 de abril de 2014, a LADEE concluiu seu trabalho. Os motores dispararam para enviá-la ao lado oculto da Lua, onde a choque não alteraria os locais de aterrissagem da missão Apollo.

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A LADEE desceu devagar, orbitando a Lua a uma altitude cada vez menor, coletando dados sobre as montanhas e crateras lunares que se aproximavam. Por fim, uma semana depois, a sonda colidiu conforme os planos.

A espaçonave estava bem devagar quando bateu na Lua — a apenas 6.115 quilômetros por hora, velocidade bem arrastada para os padrões espaciais. Como referência, por exemplo, a Estação Espacial Internacional voa a cerca de 27.600 quilômetros por hora. De qualquer forma, a lentidão da LADEE gerou apenas um rascunho de cratera, de 3 metros de diâmetro. Por isso, encontrar a cratera foi um desafio para as câmeras do LRO e para a capacidade da equipe de notar variações minúsculas, muito longínquas.

"A equipe da LROC (Câmera do Orbitador de Reconhecimento Lunar) recentemente criou uma pequena ferramenta computacional para comparar imagens de antes e depois, registradas por uma grande angular", disse Mark Robinson — investigador principal da LROC, da Universidade do Estado do Arizona — em um comunicado. "O impacto da LADEE nos prorcionou um teste divertido."

Crédito: NASA

Encontrar a cratera não só provou a eficácia da grande angular da LROC, como também provou que a NASA maneja muito bem as colisões das próprias espaçonaves a 400 mil quilômetros de distância.

"Descobrimos diversas alterações pequenas na área prevista para impacto. A maior e mais distinta estava a 300 metros do ponto estimado pela equipe operacional da LADEE", disse Robinson. "Que divertido!"

Butler Hine, o gerente de produto da LADEE no centro de pesquisas AMES, acrescentou que ficou muito feliz por conseguirem achar a cratera.

"Isso ajuda a equipe da LADEE a ter um ponto final e saber exatamente onde o produto de seus esforços foi parar", disse Hine.

Com todo o respeito a Hine, os dados que a LADEE gerou antes de colidir com a Lua provavelmente descreveram melhor o produto dos esforços da equipe, mas o apego às ferramentas é mesmo compreensível.

Tradução: Stephanie Fernandes