FYI.

This story is over 5 years old.

reportagem

A história do Skunk

Como o trabalho escravo levou à popularidade da maconha de alta potência no Reino Unido.
Um participante do Festival Cannabis Freedom com uma pintura facial de folha de maconha no Brockwell Park, Brixton, Londres, 2001. Foto: Kirty Wigglesworth/PA Archive/PA Images. 

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE UK.

Na primavera de 1985, um norte-americano parrudo aterrissou no aeroporto Schiphol de Amsterdã com uma caixa de sementes. Seu nome era David Watson. Ou Sam Slezny? Ou — como ele ficaria conhecido mais tarde — "Sam, o Skunkman"?

Isso não importava para os caras que foram recebê-lo, Michael Taylor e Wernard Bruining — esse último o dono do Mellow Yellow, o primeiro coffeeshop de Amsterdã — porque aquelas sementes eram de uma cepa de cannabis que forneceria a Amsterdã um suprimento da maconha mais forte conhecida pelo homem, usurpando o monopólio que o haxixe marroquino tinha sobre a capital holandesa.

Publicidade

Foi um evento intrigante por várias razões. Primeiro, um mês antes, Watson foi preso em Santa Cruz, Califórnia, por cultivar cannabis. Como ele conseguiu, então, chegar a Amsterdã levou alguns a duvidarem de Watson; ele seria um agente disfarçado do DEA mandado para a Holanda para se infiltrar na indústria da maconha.

Outra razão é que esse dia representa a chegada na Europa da cepa com que Watson compartilha seu apelido — Skunk #1 — tendo se envolvido na invenção do protótipo no final dos anos 70. Um híbrido da Indica Afegã, Sativa Mexicana e Sativa Ouro Colombiano, e batizada pelo seu cheiro forte ["gambá"], a Skunk #1 venceria a Cannabis Cup em 1988 e começaria a ser vendida em semente por bancos de toda a Holanda, se tornando a primeira cepa híbrida comercial do mundo.

Mas em 2017, a palavra skunk tem um significado diferente; ela não tem relação com nenhuma cepa específica de cannabis — agora esse é o termo geral usado para maconha de alta potência que você encontra por todo Reino Unido, um produto comandando uma indústria de £1 bilhão por ano, inspirando muitas matérias assustadoras e desencadeando apreensões policias de cerca de 366 mil plantas de cannabis por ano, ou quase mil pés por dia. Uma substância cujos efeitos supostamente podem ser vistos nos cidadãos do Reino Unido, onde entre 8 e 24% de todos os casos de psicose são ligados à droga, incluindo muitas centenas em Londres todo ano.

Publicidade

Mas como toda maconha de alta potência veio a ser conhecida como "skunk", e seus efeitos são tão sérios quanto dizem, ou apenas parte de uma tradição de pânico moral de décadas atrás?

Nos anos 1990, a Holanda estava na vanguarda da indústria mundial de cannabis. Enquanto outros países ainda dependiam principalmente de resina de haxixe importada, os holandeses — e os expatriados norte-americanos que lotavam Amsterdã — estavam experimentando com maneiras diferentes de cultivar maconha. Os holandeses já tinham combinado luzes elétricas e fertilizantes para produzir flores em pequenas áreas indoor, e não demorou muito para começarem a aplicar essas técnicas no cultivo de cannabis.

Os produtores de cannabis dominaram o uso de equipamentos hidropônicos, o que permitia manipular o suprimento de nutrientes para a raiz da planta, além de técnicas que possibilitaram controlar a quantidade, intensidade e tamanho da onda de luz direcionada às plantas, e o conteúdo de dióxido de carbono do ar. Fazendo isso, um grower especialista podia acelerar o ciclo de vida da planta para que ela florescesse em apenas dois meses, tudo sem tomar mais espaço que uma luminária de mesa.

"[Essas técnicas] entregavam um generoso rendimento de maconha de alta potência sem que a planta precisasse se tornar uma monstruosa árvore de ganja ou levasse três a quatro meses para florescer, que é o normal", explica o Top Shelf Grower, YouTuber e especialista em cannabis. "Isso basicamente deu o melhor dos dois mundos para os produtores."

Publicidade

Isso significou que todo mundo fora da Holanda — com alguma leitura sobre os novos métodos em revistas como a High Times — agora podia cultivar uma maconha mais forte que qualquer coisa disponível localmente. E mais, a tecnologia exigida era fácil de encontrar em casas de jardinagem e as sementes podiam ser compradas na internet. Como resultado, o uso de hidroponia entre os produtores de maconha britânicos triplicou entre 1994 e 2000, enquanto a implementação de iluminação potente mais que dobrou.

E tudo isso veio numa hora perfeita para os maconheiros do mundo, já que a importação de resina de haxixe mais fraca tinha começado a cair. Parte disso pode ser atribuído às autoridades marroquinas, com o governo destruindo um terço das plantações do país numa tentativa de deter a exportação — mas também ao terrorismo, que já estava tornando cada vez mais difícil enviar grandes quantidades de contrabando pelo mundo.

Antes desses desenvolvimentos, a maioria da maconha chegando ao Reino Unido vinha da Holanda. Em 1994, oito pessoas recebendo tratamento de metadona em Glasgow relataram ter fumado becks dessa origem. Quatro das pessoas, experimentaram psicoses que foram de ilusão paranoica até alucinações auditivas e visuais. O tipo de maconha responsável? "Skunk."

O caso foi comentado numa carta de 1995 ao British Medical Journal do registrador de abuso de substâncias Alan Scott Wylie, que se tornaria o médico líder de vício do ramo de Glasgow da Priory, a cadeia de hospitais particulares famosa por tratar celebridades como Kate Moss, Ronnie Wood e Robbie Williams. Parece que essa carta é a primeira menção a skunk em contexto incorreto, com Wylie descrevendo a droga não como uma cepa específica de maconha (ou seja, Skunk #1 ou um derivado), mas como um termo geral para qualquer maconha de alta potência.

Publicidade

Na época, as cepas de Skunk no Reino Unido tinham uma força de cerca de 7% de THC (o químico que dá o barato) e uma porção do mercado de 16%. A cepa era vista como de elite — uma raridade, comparando com as cepas de 4 a 5% de THC amplamente disponíveis na Inglaterra.

Aquela carta de 200 palavras seria citada por muitos estudos e pesquisas nos anos seguintes.

Foto por Luiz Rampelotto/SIPA USA/PA Images.

No ano 2000, skunk como o fenômeno mainstream que é hoje praticamente não existia. Mas não demoraria muito para isso mudar: gangues vietnamitas se mudaram para o Reino Unido e, em pouquíssimo tempo, dominaram totalmente o mercado de cannabis.

Essas gangues tinham laços com fábricas chinesas que usavam trabalho escravo, cartéis de trabalho sexual no Reino Unido e redes de tráfico humano. Eles também tinham precedentes, já que nos anos 90 fizeram a mesma movimentação em Vancouver, Canadá, onde tiraram o controle do mercado de cannabis dos Hells Angels.

Engenhosamente, os vietnamitas não cultivavam as plantas em áreas rurais como os Angels, em vez disso focando em áreas urbanas onde a população era mais transitória e menos propensa a se importar com o que acontecia ao seu redor. Eles também aceleraram sua operação para estar sempre colhendo: se uma casa ou apartamento era revistado pela polícia, os lucros dos outros cobriam o prejuízo. As gangues empregaram o mesmo método "embaixo do nariz" no Reino Unido, começando em Londres e depois se espalhando.

Publicidade

"E eles não eram todos do mesmo grupo criminoso", diz Simon Harding, especialista em gangues e professor de criminologia da Universidade Middlesex Londres. "Eles vinham de diferentes partes do Vietnã, mas também de fora, como outras partes da Europa e do Canadá, e da costa oeste dos EUA. E eles respondiam, claro, ao Vietnã. Novamente, esse não é um grupo organizado controlando toda a produção, mas eles podiam ter conexões — e, para fazer o que faziam, eles tinham que estar conectados e defendendo seu negócio, e isso significa violência e armas de fogo."

Dentro das casas os vietnamitas empregavam os mesmos métodos e tecnologias de cultivo que tinham sido aperfeiçoados por holandeses e americanos na Holanda. Eles regavam as plantas pela manhã e à noite, fileiras delas arrumadas sob lâmpadas de sódio de alta intensidade e acima de sistemas de irrigação. Papel reflexivo cobria as paredes. Quando o espaço permitia, dutos de ventilação eram colocados no teto. Os medidores de gasto de energia eram ignorados, claro, para não levantar suspeitas entre os fornecedores.

A polícia estimava que uma dessas casas podia custar em torno de £20 mil para montar; e fazia entre £200 mil e £500 mil por ano.

E assim começou a disponibilidade de maconha forte na Inglaterra. A polícia e a mídia levariam um ano para descobrir o que estava acontecendo, mas quando descobriram, uma abreviação estava disponível, independentemente dos vietnamitas estarem cultivando várias cepas: "Skunk".

Publicidade

Salas cheias de plantas de cannabis encontradas pela polícia em Woolwich, Londres. Foi a descoberta de uma vasta rede de fábricas de cannabis comandadas por gangues vietnamitas, 2006. Foto: Glenn Copus/The Evening Standard/PA Archive/PA Images.

O frenesi resultante estava garantido. Quando a polícia começou a fazer batidas nesses lugares, ficou claro que o trabalho era feito por escravos. Garotos na faixa dos 15 anos eram traficados via França, sequestrados das ruas do Vietnã onde eram sem-teto, ou com famílias pagando pelo privilégio — às vezes até £10 mil — depois de promessas de uma nova vida.

O Guardian entrevistou um ex-escravo em março daquele ano. Ele descreveu ser amarrado e amordaçado antes de acabar na China, onde foi obrigado a embalar panelas numa fábrica. Depois passou três meses num contêiner de navio antes de chegar ao Reino Unido, onde foi obrigado a se prostituir. Dez meses depois ele chegou à casa de cultivo. Uma jornada infernal mas comum.

A mídia deu um apelido aos escravos: "fantasmas", por causa de sua existência escondida. As condições de vida nas casas eram horrendas: geralmente eles tinham pouquíssimo espaço entre o mar verde, e recebiam um estoque de comida congelada, que só eram reposto se eles seguisse exatamente as instruções. Surpreendentemente, eles tinham permissão para sair e podiam dar voltas ocasionais pelo quarteirão. Mas para onde eles poderiam fugir sem falar inglês e temendo represálias contra a família no país natal?

Prova disso é que quando liberados pela polícia e colocados sob cuidado do estado, muitos fugiam e voltavam voluntariamente para as gangues.

E as gangues não viam problema em matar vietnamitas: em 2010, muitos anos depois de garantir sua dominância no mercado, dois traficantes chamados Khach Nguyen e Phac Tran foram mandados para uma troca com criminosos britânicos e acabaram roubados. Quando retornaram para o chefe — sem o dinheiro nem a maconha — eles foram acusados de fingir o roubo e levados para Surrey, onde Nguyen foi lentamente espancado até a morte.

Publicidade

O nível de exploração dos fantasmas — tenha em mente que às vezes eles eram mantidos presos por anos — eventualmente levou o NSPCC (a sociedade de proteção à criança do Reino Unido) a chamar o produto que eles cultivavam não de skunk, mas, mais apropriadamente, de "cannabis de sangue".

Em 2005, essas casas estavam por toda parte, com a polícia estimando dezenas de milhares por todo o país. Apreensões de cannabis aumentaram seis vezes naquele ano — um dia em setembro, 14 operações de cultivo de maconha foram fechadas apenas no bairro de Newham em Londres —, mas as fazendas eram muito difíceis de policiar; os policiais muitas vezes dependiam de começos de incêndio por causa da ligação elétrica improvisada, ou alguém sentindo cheiro de maconha passando na rua.

Em 2006 veio a Operação Keymer, a primeira grande tentativa da Polícia Metropolitana de parar os vietnamitas. A operação foi considerada um sucesso, depois de apreender 28 mil plantas; mas em 2007, as gangues não pareciam afetadas: 378 casas foram invadidas naquele ano, depois 697 em 2009.

Pergunto a Simon Harding qual era a presença das gangues no Reino Unido antes do cultivo de cannabis. "Havia um número pequeno de vietnamitas aqui", ele diz. "Antes de plantar maconha eles estavam envolvidos com produtos piratas — principalmente DVDs. Eles estavam comandando grandes fábricas de DVDs, que depois eram vendidos em pubs ou nas ruas por £2 a £3."

Publicidade

O skunk dominou a cena, e parecia que não havia o que fazer, exceto legalizar e tomar o controle da produção, mas isso nunca ia acontecer num governo do Partido Trabalhista mostrando os dentes para as acusações de fraqueza dos Torys. Então, em 2009, eles foram na direção oposta, com a secretária de Estado Jacqui Smith reclassificando a cannabis de uma droga classe C para classe B.

Surpreendentemente, muitas das razões dadas não eram baseadas nas gangues, mas na "incerteza" sobre o impacto da droga na saúde mental dos jovens.

"O verdadeiro problema, clinicamente falando, é como um médico chega à decisão de diagnosticar um caso como psicose induzida por cannabis?"

A possível ligação entre cannabis e psicose existe há décadas, e é utilizada por governos do mundo todo para impedir o uso. Foi desse fenômeno que surgiu o termo "Reefer Madness", uma referência a um filme de propaganda americano de 1936 onde personagens adolescentes cometem assassinato, estupro e suicídio depois de fumar maconha.

Apesar da severidade de nenhuma doença mental dever ser diminuída, em 2017 os fatos ainda não apoiam a hipótese de que cannabis causa psicoses – mesmo o skunk de alto THC disponível agora na Inglaterra. Uma análise cuidadosa da literatura científica vai revelar que certa porção da sociedade — os vulneráveis tanto a abuso de substância quando doença mental — têm mais chance de usar cannabis e experimentar psicose, mas não porque uma coisa desencadeia a outra.

Publicidade

"Não está claro se skunk é a causa ou se é só coincidência", diz Iam Hamilton, professor de Saúde Mental na Universidade de York. "Igualmente, pode ser que as pessoas que desenvolvem psicose tem mais chance de usar drogas como o skunk, como uma maneira de lidar com os primeiros sintomas psicóticos que apresentam. O verdadeiro problema, clinicamente falando, é como um médico chega à decisão de diagnosticar um caso como psicose induzida por cannabis? Há quanto tempo você usou cannabis, e por quanto tempo? Não é uma ciência exata, não temos os mesmos exames sofisticados que usamos para diagnosticar algo como a diabetes."

É complicado, mas como os professores Charles Ksir e Carl Hart escrevem em sua revisão crítica sobre o tema: "Tememos que uma visão equivocada sobre a relação entre cannabis e comportamento psicótico possa levar a uma simplificação da natureza complexa do uso de substâncias e transtornos mentais".

Em outras palavras: simplificar a questão para aprovar políticas ou escrever uma manchete assustadora provavelmente não faz justiça a quem está sofrendo.

Foto: Jake Lewis.

Hoje, quase toda a cannabis encontrada no Reino Unido é considerada skunk, com os níveis médios de THC entre 10 e 20%. E a indústria de cultivo do Reino Unido continua prosperando, evoluindo todos os anos para se manter à frente da polícia. No passado, os produtores usavam cada centímetro da casa; agora, eles frequentemente deixa o primeiro cômodo intocado, com todos os móveis, para evitar suspeitas. Também há casos que mostram que os produtores estão indo além dos prédios residenciais: uma velha sede de banco em Grimsby, uma clínica médica abandonada em Harlow, ou — em fevereiro — um bunker nuclear abandonado em Wiltshire.

Publicidade

Relatórios recentes identificaram que mais de 60% dos envolvidos na indústria hoje são britânicos brancos, mas adivinhe quem ainda planta? Fantasmas vietnamitas. Até hoje, não houve nenhuma condenação judicial por tráfico, e muitos fantasmas estão presos nas cadeias britânicas, apesar de terem sido obrigados a trabalhar na indústria.

"Uma coisa que está acontecendo aqui é que as pessoas estão copiando os vietnamitas", diz Simon Harding. "Gangues de brancos e negros britânicos, russos e albaneses. Ainda não vi provas de uma parceira, mas como esses garotos são conhecidos e bom no que fazem, mesmo os outros vão usar produtores vietnamitas por causa de sua experiência."

Claro, nem todo mundo está recrutando de gangues vietnamitas. Em Birmingham, por exemplo, uma tendência vem emergindo conhecida como "groppers" ou "vovós growers", que é exatamente o que parece. Usando hidroponia e equipamentos de iluminação de alta intensidade, várias idosas — capitalizando sobre o fato de que a polícia provavelmente não vai suspeitar delas — montaram operações de cultivo em suas casas e em cômodos vagos nas casas populares de amigos, e abocanharam uma grande parcela do mercado no processo.

Plantas de cannabis marcadas por um kit do UKCSC. Foto por: Jake Lewis.

Longe desses empreendimentos criminosos, e numa escala muito menor, produtores caseiros vêm fazendo uso de tecnologias similares — às vezes para cultivar maconha para uso próprio, às vezes para transformar em remédio para pessoas que precisam mas não conseguem acesso legalmente.

O UK Cannabis Social Clubs (UKCSC), uma rede de grupos locais pelo país que faz campanha pela legalização da maconha, começou a vender um kit contendo etiquetas que os produtores podem colocar em suas plantas, o que supostamente informa a polícia de que sua operação não tem intenções criminosas. O dinheiro que você paga pelo kit vai para um fundo que vai financiar sua defesa legal se sua operação de cultivo for invadida pela polícia. E imagine você, eles ainda não tiveram que quebrar o cofrinho – talvez porque derrubar operações pessoais de maconha não seja mais prioridade da polícia, com Sara Thornton – presidente do Conselho Nacional de Chefes de Polícia – dizendo que a polícia tem mais chance de "arquivar" uma pista sobre um produtor do que investigar o caso.

Mas, enquanto a polícia do Reino Unido começou a diminuir a prioridade do policiamento da cannabis — e apesar de países pelo mundo estarem relaxando sua atitude quanto à maconha medicinal — a lei do Reino Unido continua teimosamente no lugar, com o governo dizendo em julho que "não tinha intenção" de legalizar a cannabis.

Não que a legalização da planta importe muito, claro: maconha continua sendo a droga mais comum no país, com cerca de 2,1 milhões de pessoas usando ano passado. Grande maioria desse número provavelmente fumou, comeu ou vaporizou uma das muitas cepas que entram no vasto conjunto do "skunk".

Sua mãe pode ter te alertado sobre isso, o Daily Mail pode ter tentado te assustar, e é possível que a maconha que você comprou noite passada tenha sido produzida em circunstâncias de exploração, mas uma coisa é certa: o "skunk" não vai sumir tão cedo.

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.