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Por que sentimos vergonha alheia vendo Marina Ruy Barbosa cantar um Sabotage

A atriz performou "Rap É Compromisso" no trailer do filme 'Sequêstro Relâmpago' e mostrou que o rap ainda consegue fazer a consciência de classe do brasileiro se revirar no caixão.
Marina Ruy Barbosa
Imagem via print do vídeo no G1

Às vezes, a vida nos pede um estômago forte. As eleições presidenciais de 2018 foram prova disso, mas durante a existência humana no plano terrestre há muitas outras situações que exigem que concentremos todas as nossas forças em não morrer de vergonha alheia — como ver casais se tratando por apelidos no diminutivo, ler tweets de adolescentes dando lições de moral ou ouvir qualquer disco recente do Eminem. Um sentimento parecido com o que nos sobe nessas situações — um misto de constrangimento, pena e indignação — me veio assim que assisti ao novo trailer do filme Sequestro Relâmpago, que mostra Marina Ruy Barbosa cantando um trecho de um som do Sabotage.

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A sinopse do filme, pelo que entendi, mostra uma jovem de classe média interpretada por Marina sendo sequestrada dentro de seu próprio carro e passando uma madrugada tentando ser libertada pelos criminosos. O problema é que, nessa cena em específico, ela tentou conseguir a simpatia dos dois algozes da maneira mais patética possível: cantando um rap. Enquanto os dois sequestradores brigam, ela começa a cantar o refrão de "Rap É Compromisso" e imediatamente ganha a atenção deles, que param de discutir. O que está sentado no banco de trás até acompanha a garota na letra. Um jeitinho bem bom e escancarado de contribuir ao estereótipo de que rap é música de bandido e você, menina rica, tem um ponto em comum com uma galera de classe mais baixa por gostar também. É tipo aquela esquete do Hermes e Renato em que vários playboys ouvindo um Racionais empolgadões no posto paralisam e tiram a música quando a galera realmente de favela chega, só que ao contrário.

Caso você seja sequestrado um dia, então, fica a dica do filme: é só botar na rádio de rap pra passar a curtir junto com quem tá te mantendo refém. Quanto à performance de Marina, digamos que ela é uma boa candidata ao pódio das meninas brancas mandando um rap, junto da "bando de ramelão, bando de sem noção" e "poxa, crush". Assista ao vídeo na matéria do G1.

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