Mineroduto estoura no interior de Minas Gerais e contamina manancial

Você já deve ter visto esse filme: uma cidade no interior do Estado de Minas Gerais, uma mineradora, um rio e um acidente que joga resíduos da mineração do rio. Pode parecer que o assunto é antigo, mas não se trata de uma descrição do desastre de Mariana e, na verdade, está acontecendo agora. Na última segunda-feira, 12, um mineroduto que liga os Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro se rompeu no município de Santo Antônio do Grama, na zona da mata de Minas Gerais.

Segundo informações divulgadas pela mineradora Anglo American Minério de Ferro S.A, a responsável pela operação dos dutos, o vazamento durou cerca de meia hora e despejou cerca de 300 toneladas de polpa de ferro na córrego que leva o mesmo nome do município. Após esse período o duto parou de ser alimentado com polpa de ferro e o vazamento passou a ser apenas de água. O momento do vazamento pode ser visto em vídeos compartilhados nas redes sociais:

Apesar da poluição despejada no córrego, a mineradora afirma que de polpa de ferro — composta por 70% de ferro e 30% de água — é classificado como não resíduo perigoso, segundo a ABNT. A informação foi reforçada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) por meio de nota.

No momento, o abastecimento de água do município, que retirava seu suprimento do manancial, está cortado devido ao incidente. O abastecimento da população de cerca de quatro mil habitantes está sendo feito por meio de caminhões-pipa fornecidos pela própria empresa.

Segundo publicou o site R7, mesmo com o vazamento o Ibama vai manter a licença de operação do mineroduto, que é válida até 2021. O instituto também informou que ainda deve realizar avaliações e emitir eventuais sanções administrativas contra a mineradora.

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