É transformista mesmo
Todas as fotos do acervo de Davi Alenquer.

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Guilhotina

É transformista mesmo

A fotobiografia da personagem cearense Camilly Leycker mantém um glamour nostálgico vivo.

O Pedro é designer na VICE. Ele também tem uma editora, a Pipoca Press. Por isso, ele sabe que tem muito trabalho foda de muita gente foda que está circulando pelas feiras e eventos de publicação no Brasil e fora dele. Aqui, na Guilhotina, você vai conhecer esses trabalhos e essas pessoas. A novidade é que a coluna semanal ganha publicação diária durante a Semana do Orgulho 2018.

Se publicar é um ato político, publicar a trajetória de um artista transformista no estado do Ceará e ser contemplado por um edital que fomenta projetos com temática LGBTQIA+ pode ser algo ainda maior. É o caso de Tempo Imperfeito – uma fotobiografia de Camilly Leycker, autoria do cearense Descoletivo, de Régis Amora e Marilia Oliveira.

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Acervo: Davi Alenquer

Lançado em 2017, o livro traz os 15 anos de carreira do artista Davi Alenquer retratados de forma não cronológica e fragmentada. Durante todo esse tempo, sua personagem Camilly botou os pés e saltos alto nos palcos de casas noturnas e espaços LGBTQ na cidade de Fortaleza, dando voz a sua própria história de resistência e atuação artística do universo transformista.

O projeto foi contemplado pelo edital de Apoio a Projetos Culturais com temática LGBT da Secretaria de Cultura do Ceará.

Acervo: Davi Alenquer

As fotos, cartas, souvenirs e cartazes do artista foram transformados numa narrativa desconstruidona, sem seguir uma linha. O livro é também uma comemoração debutante desses 15 anos de carreira e brinca com isso. Você se depara com outras coisas ali, como um convite para uma festa de 15 anos iminente, uma carta manuscrita e até uma embalagem feita pela própria Camilly.

Acervo: Davi Alenquer

Acervo: Davi Alenquer

“A ideia é que o leitor tenha uma experiência semelhante a que tivemos quando recebemos o acervo para pesquisa”, diz Régis.

Acervo: Davi Alenquer

O livro também também se desdobra em um espetáculo de mesmo nome como forma de manter vivo o glamour nostálgico desses palcos e artistas transformistas.

Quando perguntei ao Régis sobre a palavra “transformista” ou “drag queen”, ele foi categórico: “Davi é da velha guarda, é transformista mesmo!”

Esta matéria faz parte da nossa série especial pra Semana do Orgulho 2018.

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