As pirocas para colorir viraram exposição em SP

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As pirocas para colorir viraram exposição em SP

Precisamos dizer que esta matéria contém imagens explícitas?

2015 foi um ano muito louco para o artista Diego Cernohovsky. Depois de ter suas pirocas publicadas na VICE, estourou por aí, ganhou muitos seguidores nas redes sociais, teve suas contas denunciadas e retiradas do ar e acabou sendo demitido do emprego em que estava na época. Nada disso fez com que o paulista parasse de se dedicar à pintura de pênis alheios. Nesta terça (13), ele participa da 2ª Mostra Diversa no Museu da Diversidade Sexual, em São Paulo, exibindo não só seus objetos falocêntricos de estudo como também vaginas.

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A exposição coletiva traz 17 artistas que dialogam sobre diversidade, sexualidade e gênero. Setenta projetos se inscreveram no edital e Diego foi um dos selecionados. Como seus desenhos são inspirados em pintos e, agora, vaginas reais, ele continuou pedindo que interessados e interessadas enviassem suas nudes.

Arte: Diego Cernohovsky. Trecho do depoimento anônimo: "Como homem gay afeminado e com vitiligo, o preconceito sempre caiu em dobro em cima de mim. Foi preciso muito jogo de cintura pra aprender a lidar com isso. […] Seja Coringa, 101 dálmatas ou o que quiserem me chamar, eu sou bonita, sou empoderada".

Desde que sua conta no Instagram foi deletada, o artista pensou em oferecer um novo sentido à série. "Vários rapazes que foram ilustrados me abordavam falando que tinham vergonha de seus corpos, que não se sentiam à vontade com a exposição, mas sentiam vontade de participar", conta. A partir daí, resolveu inserir também o depoimento de cada retratado, explorando sua relação não só com a genitália, mas também com o mundo.

Nesse desenrolar, um novo insight tomou a mente de Cernohovsky. "Sempre pensei que as vaginas têm muito mais para dizer do que os pênis. E é verdade. O tabu da vagina é 100% mais pesado", explica. Por isso, se disponibilizou também a receber fotos de pepecas.

Arte: Diego Cernohovsky. Trecho do depoimento anônimo: "Fui criada por pais muito religiosos. Tudo era pecado. Quando me tornei adolescente, comecei a sair com pessoas que não eram da minha religião. Por isso, fui excluída da igreja, acusada de não ser mais virgem. Mas eu era. Meu irmão tinha 18 anos e comia todas fora e dentro da religião e ainda recebia parabéns. Perdi a virgindade aos 17 anos. Mesmo assim sempre fui renegada. Comecei a namorar um rapaz da igreja e meu pai teve a cara de pau de perguntar se ele sabia da minha 'situação', já que homens preferem virgens como esposa. Respondi que ele sabia e já estava usufruindo muito bem da 'situação'."

Os desenhos continuam simples, feitos com nanquim sobre sulfite. Mas, agora, com mais história pra contar.

Para ver mais pepecas e pirocas do Diego Cernohovsky, dê uma passada no Instagram dele.

2ª Mostra Diversa
Abertura: 13 de junho, às 17h
Onde: Museu da Diversidade Sexual - Rua do Arouche, 24 - Dentro da Estação República do Metrô
Quando: 13 de junho até 30 de setembro
Horário: ter – dom, 10h – 18h
Entrada gratuita
Acessibilidade para deficientes físicos