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Quem ainda joga 'Pokémon GO' no Brasil?

Um ano depois do lançamento no país, treinadores brasileiros são mais variados e fieis ao jogo do que você imagina.
Vale até um celular em cada mão para capturar os novos pokémons lendários. Fotos: Felipe Larozza/VICE

Feliz aniversário brasileiro, Pokémon GO! No dia 3 de agosto do ano passado, a empresa Niantic finalmente liberou o acesso aos servidores do jogo no Brasil, depois de ficarmos passando vontade enquanto multidões vagavam pelas ruas de outros países caçando pokémons.

Por aqui, não foi nem um pouco diferente: apenas horas depois que o jogo estava disponível, milhares de pessoas povoaram parques e praças para capturar os bichinhos da Nintendo. Durante aquele mês inteiro, Pokémon GO era assunto em todos os lugares, da mesa de bar ao jornal na TV. Na sanha de preencher a Pokedex, as pessoas começaram a explorar mais os seus bairros atrás de Ginásios e Pokestops, além de conhecerem novos amigos que estavam na mesma missão.

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Um público bem variado se encontra no Parque do Ibirapuera diariamente.

O tempo foi passando e o jogo, cheio de bugs e problemas de interface (e, principalmente, sem novidades), foi ficando cada vez mais repetitivo e desinteressante. O pico de público passou e jogadores começaram a desistir de Pokémon GO. O que parecia ser um dos maiores fenômenos dos jogos mobile da história começou a ser paulatinamente deletado dos celulares dos jogadores. A moda parecia que tinha chegado ao fim.

Mas nem todo mundo abandonou o sonho de se tornar o maior treinador de pokémon da própria quebrada.

Celebrando o primeiro aniversário do jogo, a Niantic lançou os esperados lendários (Lugia, Articuno e Moltres são os três primeiros), atraindo jogadores que tinham parado e empolgando aqueles que sempre se mantiveram fiéis aos deuses pokémons.

Para saber quem sobreviveu bravamente a esse primeiro ano cheio de altos e baixos, fomos ao Parque do Ibirapuera, em São Paulo, perguntar pros jogadores de lá por que eles não desistiram até agora de Pokémon GO.

Geise e Bruno, 23, namorados e estudantes

VICE: Vocês começaram a jogar Pokémon GO desde o começo?
Bruno: Mais ou menos! Uns dois meses depois [do lançamento] ela comprou um celular que rodava, então ela começou a jogar bem antes de mim. Eu ainda tinha um celular bem velho e só no começo desse ano eu comprei um novo e agora tô jogando. Então, só agora a gente começou a jogar juntos e vem sempre [pro parque] para jogar. Agora a gente tem a força um do outro para continuar jogando.

No começo do jogo, tinha muita gente jogando e depois deu uma diminuída. É melhor jogar agora ou quando estava bombando?
Bruno: Esse evento dos lendários deu um up na galera. No começo da semana que surgiu o Articuno, muita gente, mas muita gente veio pro parque pegar. Acho que tinha umas 400 pessoas junto com a gente na rua. Os carros não conseguiam passar, porque todo mundo saiu do parque e foi andando até o Ginásio [do Ibirapuera] para pegar o Articuno. Inacreditável.

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Geise: A gente saiu do parque e foi uma galera junto.

Bruno: Parecia uma manifestação, tá ligado?

Geise mostrando foto do seu cosplay de Misty.

Vocês nem cogitaram parar de jogar?
Geise: Quem é fã de verdade, não para de jogar. Pode até dar uma pausa, mas depois volta.

Bruno: [Virando para Geise] Mostra para eles o seu cosplay da Misty.

Geise: É verdade! Foi o meu primeiro cosplay. Ela é uma personagem que marcou a infância, e eu gostava muito de Pokémon. Também é um cosplay mais fácil de fazer.

Gustavo Murai, 21, dono de loja de doces e skatista

O que te levou a jogar pela primeira vez?
Gustavo: Desde criança eu já jogava [outros games de Pokémon], já assistia [ao anime]. Eu queria muito jogar. Meu irmão tava na Austrália e lá já estava funcionando. Quando lançou no Brasil eu comecei a jogar também. Então, ele voltou da Austrália e, desde então, a gente vem jogando juntos. É difícil de parar. É um vício já (risos).

Nesse um ano de jogo, teve algum momento em que vocês pensaram em parar de jogar?
Teve, porque a Niantic demorou muito para soltar algumas melhoras no jogo. Ficou muito tempo parado, só capturando pokémon. Eles até soltaram algumas coisas novas, mas nada que animava o pessoal pra jogar. Era só por uns dias e depois todo mundo parava de novo. Então sim, teve uns momentos em que eu pensei em parar, principalmente agora que está melhorando.

Por que você não parou, então?
É o vício, cara (risos).

Carlos (esq.) finalmente captura o Moltres.

Carlos Valentim, 26, porteiro

Você estava berrando um monte agora há pouco. O que aconteceu?
Carlos: (Risos) Poxa mano, eu não consegui pegar o maldito bicho aqui. Dá raiva, cara. Mas essa foi a minha primeira chance. Vai ter outras. Tô de boa. É pelo calor do momento (risos).

O que te atraiu no Pokémon Go?
É um sonho de infância, cara. O jogo é bom! Dá pra caçar pokémon, fazer amigos, conhecer boas pessoas, fazer novas amizades. É um jogo bom pra tudo.

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Você nunca parou de jogar?
O que, parar? Não, não. Nunca. O jogo é vida, cara! É que nem o seu celular. É tudo (risos).

Agora com o lendários, então…
Putz! (Risos) É doidera. É coisa louca, mano! É agora que eu não paro de jogar mesmo. Vou até faltar no emprego pra fazer isso. (Risos) Mentira, não vou, não. Por enquanto, a gente jogar nos tempos vagos. Hoje eu não estou de folga, tenho que trabalhar a noite, mas que se dane. Pegar pokémon lendário é isso! Não tô nem aí!

Gabriela Paladini, 24, estudante

Por que você começou a jogar?
Gabriela: Quando eu era criança e assistia a bastante Pokémon. Eu sempre quis ter um pokémonzinho no meu celular!

Você gosta dos novos eventos do jogo?
Sim, faltava motivação, porque não tinha Pokestop, e geralmente só tinha ginásio em lugares afastados. O pessoal mais afastado do centro da cidade foi desanimando. Com os lendários, eu reparei que começou a surgir mais [pokéstops e ginásios] na periferia e o pessoal voltou a jogar.

Você também voltou a jogar porque o resto das pessoas estão voltando?
Também, resolvei voltar e agora com um grupo. [Ela aponta pros dois amigos ao seu lado.] A gente se conheceu num grupo para organizar Raid pelo Whatsapp. É a terceira ou quarta vez que a gente tá saindo juntos. A gente acaba conhecendo pessoas com gostos bem parecidos. Pessoas que não julgam ou falam, "Nossa, com essa idade e você tá jogando Pokémon?". Então você conhece pessoas e ainda se diverte.

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