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Tudo o que importa sobre o Grammy 2018

Bruno Mars, blablabá, Ed Sheeran. Agora vamos ao que interessa (alguns shows).

Todo Grammy é a mesma coisa. Você já tinha jurado anos atrás que jamais voltaria a assistir a premiação depois de ver o Kendrick Lamar perder um prêmio pro Macklemore, mas aquela meia dúzia de bons indicados e apresentações fez você encher o peito de esperança novamente. Aí lá vai você de novo, na frente da TV até as três da manhã, só pra ver meia dúzia de shows de country, assistir o Kendrick Lamar perder outra vez e ter que olhar praquela cara de cachorro amassado do Ed Sheeran.

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Mas nem tudo tem que ser tão horrível, também. Tem pequenos momentos do Grammy que fazem valer a pena perder algumas horas de sono e, se você desistiu depois que a SZA perdeu o prêmio de Artista Revelação, a gente compilou alguns deles aqui. Vamos ao que importa.

Kendrick Lamar

A noite do Grammy já começou com a pedrada que foi a apresentação do nome mais esnobado pela premiação nos últimos anos. Apresentando uma sequência de músicas do DAMN., Kendrick abriu a noite trazendo o U2 ao palco para apresentar "XXX" e performando um dos versos mais imponentes de "DNA.". Além do show, o rapper finalmente teve o reconhecimento que merece e ganhou prêmios de Melhor Álbum de Rap, Melhor Canção de Rap, Melhor Performance de Rap e Melhor Colaboração de Rap por "LOYALTY.", com a Rihanna.

Des-pa-cito sem Justin Bieber

Não sei você, mas eu fiquei muito puta com aquela história de que o Justin Bieber ficava tirando sarro de que não sabia a letra de "Despacito" em espanhol. Daí minha felicidade quando, ontem, Luis Fonsi e Daddy Yankee subiram no palco pra apresentar a música mais tocada da história do YouTube sem o cantor, que anunciou que pularia o Grammy pelo segundo ano seguido (e, pelo segundo ano seguido, ninguém sentiu falta). "Despacito" não ganhou nenhum dos Grammys aos quais a faixa foi indicada, mas a apresentação já valeu por si só.

Boicotes

Tradicionalmente, todos os indicados a Álbum do Ano fazem uma apresentação na noite do Grammy. Dessa vez, porém, a premiação teve que lidar com alguns boicotes. Não apenas o Jay-Z (que, inclusive, foi completamente esnobado pela academia, não tendo ganhado nenhum dos prêmios ao qual foi indicado) se recusou se apresentar na premiação, mas a Lorde também não quis fazer parte de uma apresentação em grupo ao qual foi convidada — segundo ela, porque todos os outros indicados (homens) ao prêmio de Álbum do Ano foram oferecidos uma apresentação solo.

Childish Gambino… existindo

Não sei você, mas só de olhar o Donald Glover eu já sinto a minha pele mais macia e hidratada. A animação não foi muita quando eu soube que ele subiria no palco do Grammy pra cantar "Terrified" (pô, nem pra ser "Redbone") sem nenhuma firula, só ficar ali em pé de terninho branco sem muita emoção no rosto. Mas só ver ele ali já tornou minha noite uns 80% melhor, então tá perdoado.

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Toma, SZA, é pra você viver mais

Na moral, metade da minha vontade de ver o Grammy foi só pra assistir a SZA subir no palco e ganhar um prêmio. Sério. E eu tinha certeza que isso ia acontecer. Porque, na moral, quem diabos é Alessia Cara? Enfim, apesar de ser a mulher mais indicada a prêmios da noite, a minha querida SZA saiu de mãos vazias da premiação, mas não sem antes fazer uma performance linda de "Broken Clocks". Me deixa feliz, também, que parece que todo mundo percebe a injustiça que rolou com a SZA e foi apoiar a cantora nos comentários da última foto dela do Instagram.

Cardi B… e Bruno Mars

Assim, nada contra o Bruno Mars fundamentalmente, mas eu queria poder escrever aqui que teve um show incrível da Cardi B no Grammy ontem. E teve mesmo, mas foi apresentando aquele remix da faixa do Bruno Mars, "Finesse". Até dei uma empolgada quando ela voltou pro palco cantando uma parte de um verso dela em "Bartier Cardi", mas no fim não foi AQUELE show da Cardi B que eu espero que ainda aconteça aí uns anos pra frente. Vamos esperar.

Kesha e #MeToo

O Grammy 2018 foi péssimo com as mulheres. Já não bastasse não terem oferecido uma apresentação solo para a Lorde ou não terem entregado nenhum prêmio para a SZA, mas praticamente nenhuma mulher foi premiada durante a noite (as que foram, como a Rihanna, ganharam em parceria com um artista homem). Mas a Kesha, que há anos enfrenta seu ex-produtor em um processo por assédio sexual, deu uma colorida na noite pras mulheres em geral e vítimas de abuso em particular com sua apresentação de "Praying", em grupo com Cyndi Lauper, Camila Cabello, Andra Day e muitas outras artitas. A apresentação também foi uma homenagem ao movimento #MeToo, que está fazendo mulheres se abrirem a respeito do abuso sexual que sofreram de agentes importantes da indústria do entretenimento ao redor do mundo.

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