Crédito: Victor H/Shutterstock
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A usina nuclear de Sellafield, um dos locais sugeridos para os testes com robôs. Crédito: Wikimedia Commons/Chris Eaton
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Mas Bertolini diz que esse pensamento deveria se estender a todas vertentes da lei, desde os direitos humanos até questões de seguro e responsbilidade legal. Pensemos na velha pegadinha do carro autônomo: quem é o culpado pela batida de um carro sem motorista?A cada nova tecnologia criada, novas questões surgem. Perguntei para Bertolini qual é a definição legal de um robô, e ele me disse que isso é quase impossível de se responder.O termo traz à mente sistemas autônomos e independentes, mas essa definição não abrange equipamentos mecanizados como próteses biônicas, por exemplo. E de qualquer forma, é de se esperar que a justiça lide de forma diferente com um aspirador de pó Roomba e com um drone do tipo Predator.Pesquisadores do projeto RoboLaw, que irá apresentar propostas de regulamentação para a Comissão Européia ainda esse ano, estão desenvolvendo regras diferentes para diferentes sistemas robóticos. Mas isso leva muito tempo, e enquanto isso nós vivemos uma batalha contra o desenvolvimento da tecnologia. Se não criarmos novos regulamentos e normas de conduta condizentes às novas tecnologias, os juízes serão obrigados a fazer decisões com base em leis já existentes – e que podem não ser apropriadas aos casos.Perguntei para Bertolini se estamos prontos para isso tudo. Projetos como o RoboLaw estão trabalhando com esse objetivo, ele disse: "Se um carro automatizado fosse para as ruas da Europa amanhã nós teríamos vários problemas". Até as questões mais triviais podem causar um rebuliço – como o fato de um veículo ser definido legalmente como algo com um motorista."É muito difícl manter a mesma velocidade entre as leis e o desenvolvimento tecnológico."
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Um carro automatizado (nos EUA). Crédito: Flickr/Ken Conley
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Para se tomar a dianteira na corrida da regulamentação deve-se ter um equilíbrio entre a pressa em colocar novas tecnologias à venda e a lentidão do processo de solução de problemas legais.O que no final significa que temos que manter a bola rolando. David Lane, chefe do grupo de Sistemas Autônomos e Robôtica que escreveu o relatório para o Conselho de Tecnologia, afirmou que seu grupo acredita que o Reino Unido pode chegar a monopolizar 10 por cento do mercado global de robótica até o ano de 2025, mas que o país ainda não está pronto para isso. Na verdade, o especialista em robótica Noel Sharkey disse à BBC que ”nós já estamos bem atrás na corrida tecnológica."Essa poderia, de quaquer forma, ser uma razão a mais para se focar na regulamentação. O Reino Unido não é exatamente um polo da tecnologia de carros autônomos (apesar do projeto notável da Oxford, o RobotCar), mas o governo divulgou uma revisão de regulamentos e legislação no final do ano passado, com o objetivo de afirmar o país como zona de teste para as novas tecnologias. É uma boa tática para adiantar o país na corrida tecnológica e atrair empresas para o Reino Unido.Como o relatório afirma, o caminho das tecnologias até o mercado – a transição entre os laboratórios e o mundo real – é um caminho com muito potencial. “Nosso objetivo é reforçar o ecossistema de sistemas autônomos no Reino Unido, e dessa forma desenvolver habilidades e permitir o surgimento de novas ideias e inovações que serão testadas em nosso mercado – e assim nos colocar à frente da concorrência", diz o relatório.Há uma miríade de fatores decisivos na área de sistemas autônomos e robótica (inclusive algo ainda mais chato que regulamentação: financiamento), mas se o RU puder usar a sua ambição para criar um "ambiente regulamentar transparente para o desenvolvimento da tecnologia RAS", o país pode se firmar como uma incubadora de novas tecnologias – ou até mesmo um símbolo de inovação.Tradução: Ananda Pieratti"É óbvio que esse é um novo campo tecnológico que necessitará de novas leis e regras."