Fotos dos Jovens Gregos Protestando Contra o Acordo de Resgate Financeiro Noite Passada

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Fotos dos Jovens Gregos Protestando Contra o Acordo de Resgate Financeiro Noite Passada

“O Syriza foi subjugado, mas a classe trabalhadora e os jovens não serão."

Uma mulher queima a bandeira do Syriza.

O novo acordo de ajuda financeira da Grécia está causando atrito dentro do Syriza, o partido da situação no país. A cisão é expressa tanto pelos seus parlamentarem como pelos partidários, particularmente os jovens. Na noite de segunda-feira, um ramo jovem do Syriza realizou um encontro na Praça Syntagma, em Atenas, para protestar contra o novo acordo.

Cerca de 1.500 pessoas compareceram – a maioria membros do Syriza Jovem, outros partidos de esquerda e sindicalistas. Os manifestantes se diziam frustrados com o acordo aceito pelo primeiro-ministro Alexis Tsipras com a Eurozona. O Syriza já tinha recuado em sua promessa de acabar com a austeridade, mas o último acordo trará ainda mais cortes em pensões, aumento nos impostos e privatizações de US$ 55 bilhões em ativos do governo. (O parlamento grego ainda precisa aprovar esse acordo.) Em certo momento da noite, uma mulher colocou fogo numa bandeira do Syriza em frente a sede do grupo jovem do partido. Algumas semanas atrás, isso teria causado um tumulto, mas ontem, nada aconteceu.

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Elias Panteleakos – secretário do Syriza Jovem – também estava no protesto de ontem. "Esse acordo é basicamente um golpe dos líderes da União Europeia e da Eurozona. Esse governo não foi eleito para introduzir políticas tão horríveis", ele me disse.

Assim que o acordo foi assinado na manhã de segunda-feira, a Plataforma Esquerda Syriza – um subgrupo do partido que basicamente quer a Grécia fora da UE – divulgou um documento declarando que o acordo era humilhante para os gregos. O documento pedia que membros do partido lutassem contra as medidas de recessão destacadas no memorando.

Mania Sotiropoulos também estava na Syntagma noite passada. "Sou membro ativo do Syriza Jovem desde os 16 anos. Me filiei por volta de dezembro de 2008. Muitos dos eleitores do 'Não' são parte dessa geração. Isso faz sentido; é uma geração que tem lutado para sobreviver desde que éramos crianças", ela disse.

Mania acredita que os jovens que votaram "Não" no referendo da semana passada se opõem a esse tipo de política de austeridade, que faz os jovens deixarem o país ou até cometerem suicídio. Ela sente que os movimentos de 2008 e 2011 – quando milhares de pessoas tomaram a Syntagma – vão continuar a crescer este ano.

Korina

Korina acredita que a única solução para a Grécia é sair da Eurozona. "Não quero sair da Grécia. Eu gostaria de ficar aqui. É bárbaro ser forçado a sair de seu país. Por isso acredito que romper com a Europa é necessário." Ela também disse que o jeito como os líderes europeus estão tentando interferir nos assuntos internos da Grécia é completamente inaceitável.

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Patroklos Psaltis, membro do braço comunista jovem do Syriza, disse: "O acordo inclui austeridade agressiva, impostos pesados, privatizações e cortes nos salários e pensões. É uma total submissão às exigências da Troika. Também é uma punição pela posição orgulhosa do 'Não' que os gregos tomaram no referendo. O Syriza foi subjugado, mas a classe trabalhadora e os jovens não serão. O objetivo agora é evitar a aprovação das leis do memorando e impedir essa junta parlamentar. Membros do Syriza que votam a favor dessas medidas de austeridade e os oficiais do governo que aceitam implementá-las se colocam automaticamente fora do partido".

Dimitris

Outro cara que encontrei no protesto, Dimitris, me disse que acha que a sociedade grega não vai aguentar outra série de medidas de austeridade. "Eu e meus pais estamos num estado psicológico muito difícil. Temo que nossa qualidade de vida só vá piorar. Já tivemos que mudar nosso modo de vida com os acordos anteriores com os credores internacionais. Parece que agora em diante é só ladeira abaixo. Não só para mim, mas para o povo grego em geral."

Os parlamentares gregos devem votar o primeiro conjunto de medidas de austeridade na quarta-feira, 15 de julho. Os sindicatos gregos declararam greve geral no mesmo dia.

Tradução: Marina Schnoor