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Sexo

A CEO do Tinder tem umas dicas péssimas de segurança para mulheres

Mandy Ginsberg, a CEO do Match Group da IAC, fez os comentários no documentário 'Swiped' da HBO.
Madalena Maltez
Traduzido por Madalena Maltez
MS
Traduzido por Marina Schnoor
Imagens via YouTube.

Na segunda-feira estreou na HBO Swiped, um documentário escrito e dirigido pela jornalista Nancy Jo Sales, que publicou um artigo na Vanity Fair em 2015 dramaticamente (ou eufemisticamente) intitulado "Tinder e o Começo do 'Apocalipse dos Encontros'". O texto era, em grande parte, uma acusação contra o Tinder e todo o mercado de namoro online. (O Tinder, previsivelmente, discordou. Eles responderam com uma sequência de 30 tuítes onde, segundo a TechCrunch, a empresa dizia: “@VanityFair: Fato pouco conhecido: o sexo foi inventado em 2012 quando o Tinder foi lançado”.)

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Swiped é uma progressão do argumento de Sales na Vanity Fair. O documentário faz todos os pit stops de sua crítica original: Todo mundo odeia o Tinder; o Tinder acabou com o amor; o Tinder redefiniu intimidade, etc. A produção até tenta (mas não consegue) abordar a experiência única de pessoas queer e não-brancas em espaços de namoro online.

E mais notável, Swiped aconselha mulheres a como não serem atacadas sexual ou fisicamente num encontro, com apenas seis passos fáceis.

Perto do final do doc, somos apresentado a Mandy Ginsberg, a primeira CEO mulher, em 2018, do Match Group da IAC — a empresa de mídia e internet dona do OkCupid, BlackPeopleMeet, Match e Tinder, entre outros aplicativos de encontro.

Aqui o documentário passa para tópicos mais sérios: particularmente como aplicativos de encontro complicaram a segurança de dates, a responsabilidade que eles têm na era do #MeToo e a ameaça de perigo físico que se expandiu desde a popularização deles. Quando perguntam como ela planeja “proteger, ouvir e criar produtos que são relevantes para mulheres”, Ginsberg dá uma resposta triste.

“Sim, tem algumas coisas que precisamos fazer… Temos dicas de segurança. Primeiro, é muito importante que mulheres não se encontrem com pessoas… nunca vão até a casa de alguém, que se encontrem num lugar público, não bebam, avisem alguém de onde elas estão indo… que elas tomem precauções, avisem alguém que estão num encontro, nunca entrem no carro de alguém… então há várias dicas de segurança que fornecemos para as pessoas, e acho que as pessoas precisam tomar precauções reais”, diz Ginsberg.

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Então, aqui vão os passos para não ser atacada durante um encontro combinado pelo Tinder, cortesia da CEO do Tinder:

1. Não se encontre com pessoas (Não saia, nunca. Fique em casa. É mais seguro.)

2. Não vá pra casa de alguém (Provavelmente é uma armadilha.)

3. Se encontre com a pessoa num lugar público (Essa provavelmente é boa.)

4. Não beba (Ache outro jeito de aguentar esse date chato.)

5. Avise alguém que você está num encontro (Essa também é boa.)

6. Nunca entre no carro de alguém (Ande! Queime essas calorias.)

De maneira interessante, nada no guia improvisado de Ginsberg para um date seguro se dirige — nem mesmo um simples “Não ataque mulheres” — para os homens dos encontros. As diretrizes também são meio que um contrato para mulheres (se você é uma mulher usando esse aplicativo, faça todas essas coisas, ou não faça todas essas outras coisas, e você vai ficar bem), que não aborda as pessoas que elas implicitamente temem. Você encontra dicas melhores no Twitter, ou no site “Como marcar encontros com segurança” do Tinder, que têm uma lista com curadoria mais cuidadosa.

Mas tem sempre a alternativa mais segura: não se encontre com ninguém, nunca.

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Matéria originalmente publicada pela VICE Canadá.

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