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Aldo, The Band supera fase tensa com o lançamento do clipe "Liquid Metal"

Sobrevivente do discopunk, a banda estreia o primeiro vídeo do álbum ‘2014 – 2017 Fleas, Bureaucracy & Demos’, que marca o retorno dos irmãos à independência criativa.

Não é exagero dizer que o Aldo, The Band ressurgiu dos escombros em seu novo trabalho, 2014 – 2017 Fleas, Bureaucracy & Demos. Dos cacos, mas jamais das cinzas. Mesmo depois de atravessar uma relação super conturbada com a ex-gravadora, os irmãos recobraram os ânimos e seguiram acreditando em sua música. Eles juntaram boa parte do material produzido ao longo dos últimos três anos e decidiram relançá-lo, dessa vez sem ter que passar pelo crivo de ninguém, e de modo que consideram condizente ao seu DNA. Na contramão da vontade do antigo selo, que tentava atribuir ao som uma roupagem que os artistas descrevem como “muito pop esquizofrênica”.

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O clipe que estreia via Noisey nesta sexta (9), da faixa “Liquid Metal”, conta com guitarras de Lucio Maia, da Nação Zumbi, o qual enviou mais de 20 riffs diferentes, e interpretação do artista de rua Paulo, o Estátua Samurai. “Nas conversas com a banda, sempre falamos muito sobre como a São Paulo que conhecemos quase nunca é retratada como gostaríamos. Queríamos um personagem urbano. Estátuas vivas pintadas de ouro têm tudo a ver com ‘metal líquido’”, comenta o diretor Squarehead, da Stink Films. Segundo ele, o protagonista foi encontrado numa foto do Instagram e contatado por meio de um banco de dados só com artistas de rua.

Fleas, Bureaucracy & Demos compila 43 faixas, entre inéditas, demos, remixes e descartes. O seu processo de reconstrução pode ser também entendido com o de superação. A tortuosa caminhada culminou até com um estado de meltdown sofrido por um dos integrantes, o Mura. “Ele estava realmente envolvido com a parada”, conta André Faria, “teve que ficar uma semana de repouso. Deitou no chão do estúdio e começou a se contorcer e gritar. A minha primeira reação foi rir, rir muito. Mas depois, vi que era sério e fomos para o hospital, onde ele teve que tomar calmantes.” E os irmãos completam: “Sabíamos do risco [de fechar com o selo em questão], mas nunca imaginamos que nessa louca aventura rolariam tantas encrencas e confusões.”

Hoje, a banda segue 100% independente. Isso quer dizer que eles não correm mais os riscos descabidos em que a marca os colocava, como o azar de terem sido agredidos por um mendigo e vaiados, na Oktoberfest de Campinas, onde o público queria ouvir sertanejo. Os irmãos tocaram, gravaram e produziram praticamente todos os instrumentos. Abriram, inclusive, o próprio estúdio, chamado Evil Twin Music, em Pinheiros.

Algumas baterias foram gravadas pelo produtor e músico Erico Theobaldo, que acompanha o Aldo, The Band desde o começo. Além disso, o repertório conta com dois remixes da faixa “Unbreakable”, assinados por Daniele Baldelli & Marco Dionigi, referências da ítalo-disco dos anos 1970, e um de Renato Cohen.

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