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Beli Remour põe o vinho barato no cardápio do trap em 'O Minimalismo é Rosa'

Produtor e videomaker catarinense lança álbum visual com participações de Ogi, Makalister, Zin, Kodak Ninja e Arit.
Foto: Christina Maennchen

Se você acompanha a cena trap brasileira de perto, provavelmente já ouviu o trabalho do Beli Remour, mas à época o boi não tinha sido batizado. Agora sim. Vindo da profícua cena de Florianópolis (berço também de Makalister e Kodak Ninja), o rapper e produtor catarinense lança nesta sexta-feira (6), com exclusividade no Noisey, O Minimalismo É Rosa, álbum visual que sai pelo selo Polvo Roxo Records. As captações em vídeo foram feitas por Cristina Maennchen, Efieli, Rodrigo Zin, Ogi e RPH e tudo isso foi editado pelo próprio artista.

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A estética dos trabalhos do Beli Remour sempre soam mais experimentais e tortas. Ele até pode flertar bastante com o trap, usar um autotune e tal, mas tem algo ali que não se encaixa com o que vem sendo feito dentro deste gênero no Brasil, que para os ouvidos de muitos pode soar repetitivo. "Eu acho meio bobo, não me identifico com nada que tem ali. As drogas do trap são tolas, a maioria dos sons são fracos e tem muita necessidade de chamar atenção. Não gosto nem de sair de casa, imagina participar de algo tão bobinho como uma cena dessas. Sempre gostei dos timbres, mas curto por causa do 808s & Heartbreak do Kanye", diz Beli.

"É uma receita simples, você tem que conseguir as coisas que vai usar e usá-las da melhor forma. Arrumar uma câmera, comprar microfone etc. Eu usei uma puta câmera pra filmar uns clipes nesse trabalho, mas ao mesmo tempo usei uma câmera nojenta dos anos 90/2000, que com uma boa edição e um pouco de bom senso, ela faz imagens maravilhosas", conta Beli Remour sobre o processo e os recursos para criação dos vídeos, que também contou com ajuda dos seus trutas. "Ter amigos talentosos é uma dádiva, se eles curtem seu trabalho e gostam de fazer as paradas que você precisa, é algo incrível. Vai diminuir muito o trabalho e provavelmente vai ficar melhor. Uma pessoa cuidando de tudo é um esforço enorme."

De olho nos vídeos, a gente percebe que em todos eles Beli Remour aparece com um icônico boné escrito "Fake Codeína", em uma referência ao lean, bebida que leva codeína em sua composição e se popularizou bastante entre os rappers gringos e fãs de trap. "Esse boné já tá virando lenda. Estamos há um tempo desenvolvendo e tentando baratear pra começar a vender, mas ainda quero deixar mais barato, bonito e com qualidade. Eu e o Kodak sempre tomávamos um vinho nojento aqui onde moramos que chama Campo Largo — não por acaso, esse é o nome de uma das nossas mixtapes. Tornamos esse vinho de 10 pila nosso purple drank, por isso o 'Fake Codeína'. Não vejo problemas com quem toma lean, cada um sabe de si, eu só uso outras drogas", explica Beli.

Cheio de participações com nomes como Ogi, Makalister, Rodrigo Zin, Kodak Ninja e Arit, algo até inédito nos trabalhos do catarinense, O Minimalismo É Rosa é, assim como os outros trampos de Beli, feito para ele. "Ela é inteiramente feita pra mim. No momento que eu lançar, essa relação já acaba. Quem se identificar e quiser levar com si, pode ficar livre pra por no fone e fazer o que quiser com a obra, ela já não me pertence mais… só os royalties (risos)."

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