FYI.

This story is over 5 years old.

Identidade

Suspeito de assassinato nos EUA era ligado a grupo neonazi obcecado por Charles Manson

Fontes próximas de Samuel Woodward, o homem acusado de assassinar um adolescente gay judeu, dizem que ele treinou com extremistas que idolatram Hitler.
Drew Schwartz
Brooklyn, US
MS
Traduzido por Marina Schnoor
Foto de Samuel Woodward por Allen J. Schaben / Los Angeles Times via Getty Images. Foto de Blaze Bernstein via grupo do Facebook “Help Us Remember Blaze Bernstein”.

Matéria originalmente publicada na VICE EUA.

O jovem de 20 anos acusado de assassinar um adolescente judeu gay este mês na Califórnia, EUA, pertencia a um grupo extremista neonazi, que o treinou para usar armas de fogo e em combate físico. O dado foi informado por fontes próximas do suspeito no ProPublica.

Samuel Woodward foi preso no começo do mês depois que a polícia encontrou o corpo de Blaze Bernstein, 19 anos, esfaqueado 20 vezes e enterrado num parte no sul da Califórnia, como informou o Washington Post. A polícia prendeu Woodward, um ex-colega de classe de Bernstein no colegial, depois de descobrir que os dois estavam conversando pelo Snapchat na noite do assassinato. O xerife de Orange County Don Barnes mais tarde disse que DNA na cena ligava Woodward ao crime.

Publicidade

Agora, pessoas próximas de Woodward iluminaram um pouco da trajetória do suspeito, enquanto a promotoria considera se vai acusá-lo de crime de ódio. Segundo o ProPublica, Woodward é um membro da Atomwaffen Division, um grupo neonazista de supremacistas brancos que ataca judeus, minorias e a comunidade LGBTQ. Dois amigos de Woodward e um ex-membro do Atomwaffen disseram que ele se juntou ao grupo em 2016 e passou três dias num dos “acampamentos de ódio” deles, aprendendo combate físico e treinando com armas. O ex-membro disse que Woodward — que foi fotografado fazendo a saudação nazista em uma dessas reuniões — depois tentou organizar um braço do Atomwaffen na Califórnia.

O grupo de ódio supostamente idolatra Hitler e Charles Manson, e tem cerca de 80 membros pelo país. Segundo a Liga Antidifamação, o grupo canaliza essa retórica em propaganda extremista online, promovendo uma “guerra de raças”, antissemitismo e ódio contra a comunidade LGBTQ. Os “acampamentos de ódio” do grupo, como aquele que Woodward teria frequentado, aparentemente fornecem treinamento com o “objetivo final de derrubar o governo dos EUA através de terrorismo e guerrilha”. Indivíduos ligados ao grupo estão envolvidos em pelo menos cinco mortes desde que ele foi fundado em 2016, segundo o Post.

A polícia ainda está investigando se a morte Bernstein pode ser considerada um crime de ódio, então até agora Woodward só encara uma acusação por assassinato, segundo o Los Angeles Times. O suspeito ainda não se declarou culpado ou inocente e o julgamento deve começar no próximo 2 de fevereiro.

Siga o Drew Schwartz no Twitter.

Siga a VICE Brasil no Facebook, Twitter e Instagram.