Ronaldinho Gaúcho tocando na abertura da Copa do Mundo da Rússia 2018

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Troféu Rica Pancita Melhores do Ano 2018

Teve uns discos bons? Teve.

Fala turmex.

Chegou o momento de fazer um catadão de tudo que rolou em 2018 e fazer a retrospectiva do ano. Sinceramente, achei o ano meio fraquinho de som. Teve uns discos bons? Teve. Mas de me fazer ouvir várias e várias vezes foram pouquinhas. Pode ser que o problema seja eu? Pode ser também, mas ainda acho que o passado recente teve safras melhores.

Aqui é a minha lista das que eu mais ouvi (logo, as que mais gostei) durante o ano. Eu podia muito bem dar uma de bacanão e citar uns 20 discos aqui, mas essa é uma coluna que preza pela honestidade para com você leitor. Falei de uma pá de disco e single ao longo de 2018, mas o que fica de legadão tá aqui embaixo.

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Posso ter esquecido de alguma coisa? Posso. Pois humano.

Com isso, encerro os trabalhos em 2018. Voltamos ano que vem com muito mais agitos & confusões.

A equipe Rica Pancita do Twitter agradece ao povão de bem que acompanhou a coluna por todo esse tempo. Tem a caixinha de Natal do lado do balcão, fica à vontade pra deixar umas notinhas (num vem com moeda não).

Amém.

----TROFÉU RICA PANCITA MELHORES DO ANO 2018----

Rina Sawayama - “Valentine (What’s It Gonna Be)”

Música pop que soa como da década passada. Ou mesmo do século passado. A melodia, principalmente os GRAVES, é gostoso demais de tar ouvindo, mas daí carece um bom fone ou caixa de som pra não perder isso. Soma com o vocal e sai um som de belas qualidades.

Princess Nokia - “Look Up Kid” (A Girl Cried Red)

A guitarrinha indie encaixou tão bem com o vocal da Princess Nokia que ela podia fazer mais sons assim de baciada. Há outras tentativas no EP, mas essa música bateu bonito desde a primeira audição. Com o passar do tempo só melhorou.

Salvador Sobral - “Mano a Mano”

Essa música foi a verdadeira grande vencedora do Eurovision 2018. A aparição do Salvador em 2017 parecia que ia dar uma abaixada na imensa farofagem que tava esse festival da canção, ao conseguir o título com a simples (e lindíssima) “Amar pelos Dois”. Mas daí virou o ano e parece que o pop europeu não aprendeu nada — ganhou um europop israelense que pelo amor de Deus. Mas enfim, o Salvador tem uma interpretação no cantar que seria até uma falta de respeito ter que disputar espaço numa base mais carregadaça. Então tá ótimo esse fundo piano-bateria, é mais que suficiente. Infelizmente, por problemas de saúde, esse foi basicamente o máximo que ele fez esse ano. Fico aí na torcida por um 2019 com bem mais Salvador Sobral.

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Kanye West - ye

É. Faz-se necessário afirmar que o Kanye lançou um belo dum EP. Porém fica a crítica: tem uns lançamentos que a galera empolga demais. Cês tem que dar uma baixada na excitação quando vem uns disco desse. MAS, porém, calhou que esse EP tem sete músicas muito bem feitinhas, produzidinhas, GRANDES, que foram crescendo ao longo do tempo. A única que realmente bateu fudido desde o dia 1 foi “Ghost Town” que é um BAITA de um sonzão. As mina cantando em “Ghost Town” foi algo que ouvi repetidas e repetidas vezes ao longo do ano. E fora que 2018 foi o ano que os rapper vieram com ideia bosta de vir com CD duplo, bagulho de 2 horas de som que a grande maioria das faixas tanto faz, e o Kanye que todo mundo fala da MANIA DE GRANDEZA faz aí 20 minutinhos. Alô artistas, hoje em dia se você grava 7 faixas top, dá pra lançar só as 7 faixas top. Não precisa mais vir com disco com 18 faixas, que só 7 presta. As coisas mudam.

Father John Misty - God’s Favorite Customer

É exatamente o mesmíssimo esquema de Pure Comedy, de 2017, mas aí é créditos pro artista de conseguir manter o alto nível por dois anos seguidos. A verdade é que o MUNDO (eu) estava carente de uma renovação no cancioneiro piano&voz tipo Elton John. E o Elton John já não tava conseguindo fazer isso. Que seja então o Father John Misty.

Charli XCX - “Focus”

Foi o retorno do casamento mais perfeito e mais óbvio da música pop contemporânea. Charli XCX TEM QUE ser produzida pelo cast PC Music. Não tem outra opção. Porra, o Vroom Vroom EP não pode só ser um rio que passou em nossas vidas. 2018 ficou um vai-não-vai sobre um novo disco da Charli XCX que no fim não teve, mas ficou belos momentos como “Focus”.

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Ty Segall & White Fence - Joy

Disco de vibe garage-prog-rock mais lá pros 60 ou 70 que gostei demais de ouvir todas as faixas. Não tem uma ruim. Rock bom. Joinha neles.

Mitski - Be The Cowboy

Talvez, se tivesse que escolher, esse seria o meu disco do ano. Reouvindo agora, meio bêbado, me bateu a ideia que talvez seja nada a ver (porque estou meio bêbado), mas queria deixar a #sementinha pra você leitor. Essa é a versão pop-eletrônica-voz-feminina de um disco do Pixies. Ouve de novo (ou pela primeira vez) “Why Didn’t You Stop Me?” ou “A Pearl” e vê que eu tô certo demais (eu tô sempre certo demais). “Remember My Name”. Nossa, eu tô muito certo. “Nobody” é a melhor música de 2018. Com certeza.

Kero Kero Bonito - Time ‘n’ Place

Talvez, se tivesse que escolher, esse seria o meu disco do ano. A banda, que fazia um som eletrônico meio pro finado SEAPUNK meio pro (também finado) j-pop, mandou esse disco lindo de tudo de dream pop e j-rock e sei lá mais que porra. Comprovadamente, por aquelas retrospectivas de aplicativo, foi a banda que mais ouvi ao longo do ano. Porque é tops mesmo. “Only Acting” é a melhor música de 2018. Com certeza.

MC Rebecca (vida & obra)

Na minha humildíssima opinião, a MC Rebecca foi o grande destaque dentro da baciada de funks que foram lançados em 2018 e, imagino, que torna-se-á o MAIOR nome do pop-funk em 2019. Independente da batida 150 BPM. Essas batidas são tão efêmeras quanto um grafite d’OsGemeos. Batidas vão mas o #brilho da artista fica. Essa aí vai ser sucesso (mais sucesso).

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Stephen Malkmus & The Jicks - Sparkle Hard

Sinceramente fiquei com um pé atrás de botar esse disco na lista. Principalmente porque nem era a ideia do Malkmus lançar esse disco. Ele queria fazer oooutras paradas. Ficou muito mais claro pra mim que as músicas do Sparkle Hard é coisa que ele faz quase que automaticamente, até mesmo sem vontade. Mas porra, como que é possível um ser humano compor “Cast Off” ou “Rattler” (ou mesmo “Shiggy”) com uma facilidade dessa? E aí eu vejo essas lista de melhores do ano e os cara faz top 100 sem citar esse disco e MEU DEUS CÊS TEM COCOZITOS NA CABEÇA??? Se você não gostou desse disco o errado é você, preciso dizer isso.

Beach House - 7

Esse disco shoegaze 90's porém feito em 2018 me faz pensar que pode ser que eu tenha preferido os novos sons que soe como velhos sons. Daí eu respondo pra mim mesmo: “é, ué, que que tem? Virou crime ser velho?” e é isso. Bom que alguém consiga emular com qualidade um shoegaze tão velha guarda que, às vezes, soa como MBV fase Ecstasy & Wine . Bonzão.

Belo - De Alma Aberta

O MELHOR DISCO BRASILEIRO DE 2018. Mas nossa, de longe. A #grandiosidade melódica de meter orquestração no pagode romântico sem ficar cafona em nenhum momento. Faixas de altíssima qualidade & elegância como “Fases”, “Lua” e “Vai Passar”. O disco inteiro é uma delícia de ouvir.

G.R.E.S. Paraíso do Tuiutí - “Meu Deus, Meu Deus, Está Extinta A Escravidão?”

Algumas coisas a falar sobre isso aqui. Primeiro, que tanto faz quantas milhares de horas de música que você ouviu esse ano — são pouquíssimas as músicas com o potencial de mexer com você a ponto de inspirar qualquer mudança na sua vida. Ouvi muitos sons esse ano que, ok, botar na festinha pra tocar vai ser legal, se pá dou uma dançadinha falo “mó som”, mas é isso aí. Esse samba foi bem além disso. Foi o que me fez finalmente sacar o desfile de carnaval enquanto narração de um enredo E enquanto expressão de uma comunidade. Segundo, que ficou pra mim que a data de nascimento de um samba-enredo é o instante que ela toca na avenida. Antes disso ela é uma “ideia” ainda em construção. Por isso inclusive, não coloco aqui nenhuma faixa dos sambas que irão pra avenida em 2019, mesmo já tendo escrito sobre elas (leia-as). Tenho a certeza que esse samba (e o desfile da Tuiuti) foi responsável por puxar de volta (ou pela primeira vez, pra muita gente) as pessoas para as escolas de samba, e compreender a sua importância para a cultura e expressão popular. Por mais BOSTA que tenha sido 2018, ele ainda foi capaz de deixar algo dessa importância. Fico emotivo demais falando desse samba que acabo me perdendo nas ideia.

Toda semana, o guerreiro brasileiro Rica Pancita seleciona a nata dos lançamentos do universo pop para a playlist só com o ouro fonográfico no Sexta Lançamentos por Rica Pancita.

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