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Música

O Produtor Prodígio TR3VS Tem só 13 Anos, mas Promete Revolucionar a Matinê

Lucas Trevisan resolveu começar a discotecar e agora lança seu primeiro EP, 'SELOKO', só com remixes de funk. Para saber mais sobre essa história, o magnight Dago Donato trocou um ideião com o sobrinho.
O tio Dago dá aquele suporte na estreia de Lucas, no Neu Club. 

Em abril do ano passado minha prima me ligou pedindo ajuda. "O Lucas [Trevisan] decidiu começar a discotecar e pediu uma controladora de aniversário". Falei pra ela levá-lo no Neu Club uma tarde e ensinei o básico pro moleque no Traktor Scratch que tava ligado naquele dia. Resultado: Lucas já saiu de lá fazendo suas viradas. Ah, era o aniversário de 13 anos dele.

Vale dizer que o Lucas já nasceu imerso em música. Tanto o pai quanto a mãe tinham bandas de samba. O avô compôs o hino "Eu Bebo Sim". Quando tinha uns onze anos já apavorava o professor de guitarra citando Lightning Bolt e mandando um Sabazinho. Na mesma época me deixou de cara quando pegou meu 1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer e começou a anotar nomes dos álbuns que queria sacar.

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Ai que uns meses atrás, Lucas resolveu começar a produzir. Diariamente ele tem trabalhado em beats e resolveu soltar essa semana um EP, chamado SELOKO, só com remixes de funk sob o nome TR3VS. Vou dizer, do alto do meu orgulho familiar, que é melhor que muita coisa que tenho ouvido por aí. Então resolvi trocar um ideião com o moleque pra entender melhor qual é desse estranho mundo dos adolescentes de 13 anos que produzem música eletrônica. O mais legal é que descobri que Lucas só quer fazer matinês melhores pro pessoal da idade dele. Dominar o mundo ele prefere deixar pra depois.

THUMP: Antes da música eletrônica você pirava em metal. Como você começou a ouvir metal?
Lucas Trevisan: Comecei a ouvir metal porque eu jogava Guitar Hero e quando ouvi uma música do Iron Maiden, pirei. Tanto que uma semana depois fui no show.

Quantos anos você tinha?
Sete.

Mesmo antes disso você já pirava em música. Lembro que você ia na minha casa e pedia pra tocar meu baixo, você tinha uns três anos…
Sempre curti mesmo. Lembro que no meu aniversário de cinco anos meu cantor preferido era o Snoop Dogg e que pedi pra tocar uma música dele na festa.

E como você começou a ouvir eletrônica?
As primeiras músicas eletrônicas que eu comecei a curtir foram as do Skrillex. Nunca tinha gostado [do gênero] até me mostrarem as músicas dele.

Faz tempo?
Não muito, tinha 11 anos e pouquinho.

Lembro do dia em que eu fui buscar você na escola e estava escutando TNGHT e você curtiu muito. Você já conhecia esse tipo de som?
Não, sempre curti a levada de hip hop e quando escutei trap, pirei.

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E quando você decidiu aprender a discotecar?
Desde pequeno, eu sempre gostei de mostrar pra galera o som que eu curtia, então quando comecei a ouvir música eletrônica decidi começar a discotecar pra poder fazer isso.

Mostrei pra você as paradas básicas para discotecar uma tarde no Neu e dois meses depois você apareceu lá num jogo da Copa fazendo tudo direitinho. Tanto que o Pata (do Holger) e André Paste me fizeram te chamar pra tocar na festa da Avalanche Tropical. Você treina muito?
Treinei bastante. Ficava tocando e vendo vídeos sobre isso no Youtube praticamente em todo meu tempo livre, mas com o professor que tive ficou muito mais fácil, haha. Hoje em dia não treino muito porque na maior parte do tempo estou produzindo, mas ainda toco em casa de vez em quando.

Você ficou muito nervoso aquele dia?
Muito! Fiquei mais nervoso na hora do jogo porque não tinha me preparado. Mas de noite tive tempo pra preparar um set, o que me deixou mais tranquilo.

E quando você decidiu produzir?
Decidi produzir no final de novembro do ano passado.

Você tem algum amigo que produz ou foi ideia sua?
Foi ideia minha. Meu único amigo que produz é o André (Paste), mas só descobri isso depois que comecei a produzir.

E esse EP de remixes de funk. De onde veio a ideia?
Sempre nas festas e matinês em que eu ia tocava funk, e quando eu ouvi o remix de "Dom Dom Dom", do Omulu, que tive a ideia.

Classe. E, além de funk, o que mais o pessoal ouve nas matinês?
Electro house em geral, que eu não curto muito. Espero que eu consiga mudar isso.

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Boa. Você outro dia deixou meu amigo Sérgio Ugeda (das bandas Debate e Diagonal) meio triste quando falou que a molecada não ouve mais banda. É sério isso?
Hoje em dia a molecada ouve sim, mas não rock que nem antigamente. Ouvem algumas bandas meio alternativas tipo Imagine Dragons, Bastille, Arctic Monkeys e por aí vai.

E você, o que tem ouvido?
Tenho ouvido bastante rap, tanto nacional quanto gringo, trap e um pouco de funk também.

Tem pirado em alguém em especial?
Tenho curtido bastante dois produtores ingleses, o OZZIE e o Hucci. E também tô curtindo bastante o Carmack.

Classe. Pra finalizar, quais os próximos planos? Dominar o mundo?
Hahaha. Dominar o mundo ainda não, mas começar a tocar em festas em São Paulo, e produzir boas tracks.

O molequinho prodígio lança seu EP SELOKO na festa Avalanche Tropical, que rola no Neu, em São Paulo, neste domingo (8). Tudo na base do 0800.

Tá com o TR3VS, tá com Deus:
soundcloud.com/t_r3v_s
facebook.com/tr3vsbeats