Os Torcedores de que País Estão Goleando na Copa no Amor das Ruas do Brasil?

Fotos via VICE Sports.

Ao longo da história, quando exércitos estrangeiros cruzam terras conquistadas, legiões de prostitutas os seguem. Com uma enxurrada de torcedores estrangeiros ainda chegando ao Rio de Janeiro para a Copa do Mundo, as trabalhadoras do sexo não têm do que reclamar.

Como sabemos, a prostituição não é crime no Brasil. O governo tem feito sua parte para garantir que pedófilos condenados não entrem no país; um pouco antes do início dos jogos, a polícia do Rio fechou um dos maiores bordéis da Avenida Atlântica, o Bar Balcony, depois de encontrar garotas menores de idade trabalhando no local.

O bordel vazio está bem ali, em frente à Fan Fest oficial da FIFA. Nas ruas em volta, centenas de turistas estrangeiros bebem latinhas de cerveja, comem espetinho e fumam maconha enquanto conversam com trabalhadores sexuais de todos os tipos e gêneros.

Tudo isso acontece sob o olhar vigilante da polícia, que fica por perto tentando garantir que todo mundo tenha mais de 18 anos.

Mas quais torcedores são os mais populares entre as trabalhadoras do sexo? Existe alguma correlação entre a performance de uma nação em campo e a performance de seus torcedores na cama? Quem está marcando mais gols, por assim dizer, com a comunidade do mercado sexual do Rio? Fomos até lá, em meio a uma tempestade de cerveja, para descobrir as respostas para essas questões tão importantes.

Topamos com a cena na noite passada e decidimos tomar algumas latinhas de cerveja para nos esquentar. Abordei um grupo de mulheres e perguntei se elas gostariam de falar sobre isso. Elas me trataram como se eu fosse louco.

Uma mulher transgênero me chamou de lado e disse: “Pode me fotografar o quanto quiser. Já fiz 22 filmes adultos. É só procurar meu nome na internet, Fabiane Spears. Para mim, os torcedores que estão goleando são os franceses. Eles são educados, como os ingleses. Acho que ser carinhoso é mais importante do que a performance”.

Quando as garotas em volta ouviram sobre o que estávamos falando, elas concordaram em posar para algumas fotos, desde que não mostrássemos seus rostos.

“Por quê?”

“Porque sou mãe”, me disse uma mulher de 26 anos do subúrbio da cidade, “trabalho numa loja durante o dia e venho para cá nos grandes eventos, como o Carnaval e a Copa do Mundo, fazer um dinheiro extra para as crianças”.

Ela pegou o celular e mostrou uma foto dos filhos. “Os gringos pagam US$300 por programa. É mais do que eu ganho por semana na loja de departamentos onde trabalho.”

“Quem está fazendo mais gols nessa Copa do Mundo?”

“Eu gosto dos italianos.”

“E os norte-americanos?”

“Eles se preocupam demais com o pau deles. Mas estou generalizando aqui. Obviamente, a pessoa é mais importante do que a nacionalidade. Você precisa decidir se vale a pena sair com o cara ou não.”

Outra garota apareceu e disse que podíamos fotografá-la, mas sem mostrar o rosto, já que o namorado era ciumento.

“Gosto dos alemães”, ela me disse, “e dos suíços”.

“E os torcedores latino-americanos? Eles não estão agradando?”

“Os sul-americanos gostam de passar de uma mulher para outra. Quando você se envolve com um alemão, ele geralmente volta.”

E é isso. Os times europeus podem estar apanhando em campo, mas seus torcedores estão se dando bem nas ruas.