Na ativa há mais de 30 anos, o D.R.I. (sigla para Dirty Rotten Imbeciles) é conhecido mundialmente por ter ajudado a mudar os rumos do hardcore e do thrash metal nos anos 1980 ao misturar os gêneros de uma forma até então não vista nem ouvida. Ao lado de nomes como Suicidal Tendencies, S.O.D. e Corrosion of Conformity, a banda de Houston, Texas, é considerada uma das pioneiras do crossover — não por acaso, o termo dá nome a um dos trabalhos mais icônicos do grupo.
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Antes disso, no entanto, o D.R.I. fazia um som mais calcado no punk/hardcore tradicional. Formada em Houston, no Texas, em 1982, a banda iniciou a carreira dividindo palco com grupos locais como MDC. e Verbal Abuse. “O MDC nos levou na nossa primeira turnê. O Verbal Abuse nos contou tudo sobre sair do Texas e ir para a Califórnia, onde você era mais aceito e podia viver em um lugar de graça, comer de graça. O MDC nos contou as mesmas coisas”, conta o simpático Spike Cassidy, guitarrista e um dos fundadores do D.R.I., que toca em São Paulo e no Rio de Janeiro neste final de semana.Natural de Nova York, o músico lembra como era ser um punk no meio do Texas no início dos anos 1980. “A maior parte das pessoas (em Houston) olhava para você como se você fosse louco e uma aberração, porque é assim que as coisas são. E em Nova York era quase normal ser punk e ter um visual punk, com tatuagens e roupas sujas, ninguém iria te olhar duas vezes por isso. Mas no Texas era muito estranho”, afirma, em entrevista para a Noisey. Por outro lado, ele destaca que o estado tinha uma cena punk relativamente grande e forte, onde as coisas eram mais tranquilas.Conhecido pelo som e pelas letras igualmente agressivos, o D.R.I. sempre abordou temas políticos e sociais em suas músicas (como “Gun Control” e “Capitalists Suck”), tendo inclusive participado da famosa Rock Against Reagan Tour nos anos 1980 — a turnê contra o então presidente norte-americano Ronald Reagan contava ainda com nomes como Dead Kennedys e o já citado MDC.Por conta disso, pergunto para Spike se ele já pensou em escrever uma música sobre o atual presidente dos EUA, Donald Trump. “É claro que sim. Você está brincando? (risos)”, afirma, destacando ainda que chegaram a pensar em fazer uma nova versão do clássico “Reaganomics” com mudanças na letra para falar sobre Trump, mas que a ideia acabou não indo para frente (nota: o ex-vocalista do Dead Kennedys, Jello Biafra, fez algo parecido recentemente ao trocar o título e a letra do clássico “Nazi Punks Fuck Off” para “Nazi Trumps Fuck Off”.)
Punk no Texas
Reagan e Trump
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Disco novo
Spike destaca ainda a mudança da indústria musical nos últimos anos, com a Internet e o compartilhamento de arquivos, como um outro motivo para essa demora em lançar um novo full. “É muito caro gravar e fazer algo que soe bem. E não queremos lançar demos. Então é algo que custa milhares e milhares de dólares e ninguém compra. E acaba levando anos e anos para ter algum dinheiro de volta. E é meio onde estamos com o disco mais novo, levamos cerca de dois anos para cobrir as despesas da produção do álbum.”De qualquer forma, é possível que o mundo testemunhe um novo trabalho do D.R.I. no futuro próximo, já que o guitarrista diz que vem trabalhando em novos riffs sempre que pode. “Então nós planejamos fazer algo, mas não estamos escrevendo músicas novas de forma agressiva em um estúdio ou algo do tipo.”
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