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O jovem Salman Abedi é identificado como autor do ataque suicida em Manchester

O explosivo detonado durante show da Ariana Grande deixou 22 dois mortos e 59 feridos. ISIS assumiu a autoria.
Foto: Associated Press

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE News.

  • 22 mortes confirmadas no ataque terrorista a Manchester, 59 feridos
  • O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade
  • Um homem de 23 anos foi preso em ligação com o ataque
  • Salman Abedi foi identificado como o autor do ataque suicida

Nesta terça-feira (23), o ISIS assumiu responsabilidade pelo ataque terrorista num show da Ariana Grande em Manchester, na Inglaterra, na noite da última segunda segunda (22). O grupo divulgou uma declaração em árabe pela sua central de notícias, elogiando os eventos em Manchester.

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A notícia veio horas depois que a polícia de Manchester confirmou que crianças estão entre os 22 mortos na explosão. Duas vítimas já foram identificadas. Elas são Georgina Callander, 18 anos, e Saffie Rose Roussos, de oito. Doze crianças menores de 16 anos estão entre os feridos, segundo o hospital local.

Um terrorista solitário carregando um explosivo caseiro morreu na cena, mas ainda não está claro se ele trabalhava sozinho. A polícia de Manchester confirmou que um homem de 23 anos foi preso em ligação com o ataque.

A bomba foi detonada às 22h30 do horário local na noite de segunda, minutos depois que Grande terminou sua apresentação. Junto com as mortes confirmadas, a polícia diz que 59 pessoas ficaram feridas. Esse é o maior ataque terrorista em solo britânico desde os atentados de 7 de julho em Londres mais de uma década atrás, quando 52 pessoas morreram.

Por volta das 17h, no horário de Londres, a polícia de Manchester confirmou a identidade do homem que teria disparado a bomba, num ataque suicida, durante o show de Arina a Grande. Salman Abedi, de 22 anos, era o mais novo de quatro irmãos. Sua família é da Líbia, e estava refugiada na Inglaterra para escapar do regime de Gaddafi.

A primeira-ministra britânica Theresa May chamou o atentado de "um ataque terrorista horrendo", enquanto o presidente norte-americano Donald Trump – falando de Israel – chamou os responsáveis de "fracassados malignos". O prefeito de Londres Sadiq Khan também falou, dizendo que a Polícia Metropolitana estava "revisando arranjos de segurança" na cidade.

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"Estamos tratando o caso como um incidente terrorista", disse o chefe de polícia da Grande Manchester Ian Hopkins, na manhã de terça. "Nossa prioridade é estabelecer se ele estava agindo sozinho ou era parte de uma rede." Hopkins chamou o ataque de "o incidente mais terrível que já tivemos que encarar na Grande Manchester".

A bomba foi detonada dentro da arena, enquanto o público saía para a estação de trem próxima. O caos que se seguiu foi capturado em vídeo, e a NBC informou que algumas das mortes podem ter acontecido por causa da correria que se seguiu depois da primeira explosão.

Uma segunda explosão aconteceu à 1h30 da madrugada de terça, mas a polícia disse que essa foi uma detonação controlada de um item suspeito, que acabou se mostrando apenas peças de roupas abandonadas.

Mais de 400 policiais foram mobilizados pela Polícia da Grande Manchester, com 60 ambulâncias levando as vítimas para oito hospitais na área. Milhares de pessoas foram para as redes sociais procurar amigos e parentes desaparecidos usando a hastag #MissingInManchester.

Uma delas é Charlotte Campbell, cuja filha de 15 anos, Olivia, estava no show mas ainda não deu notícias. "Falei com ela pela última vez por volta das 20h30. Ela estava no show, tinha acabado de assistir a banda de abertura, disse que estava se divertindo muito e me agradeceu por ter deixado ela ir", ela disse a BBC.

May fez uma reunião do comitê de emergência Cobra na Downing Street na manhã de terça, dizendo que "estamos trabalhando para estabelecer mais detalhes do que está sendo tratado pela polícia como um terrível ataque terrorista". Depois da reunião de segurança, May deu uma declaração emDowning Street onde insistiu que o modo de vida britânico sempre vai prevalecer. O ataque veio semanas antes de eleições gerais no Reino Unido em 8 de junho, e todos os partidos suspenderam suas campanhas depois da tragédia.

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Falando depois de uma reunião em Belém com a autoridade palestina presidente Mahmoud Abbas, Trump disse que os EUA oferece "solidariedade absoluta para as pessoas do Reino Unido". Ele chamou aqueles por trás do ataque de "fracassados malignos", dizendo que não ia se referir a eles como monstros "porque eles vão gostar desse termo".

Ele acrescentou: "Terroristas e extremistas devem ser expulsos da nossa sociedade para sempre. Essa ideologia perversa deve ser obliterada e as vidas inocentes devem ser protegidas".

Andy Burnham, prefeito da Grande Manchester, ecoou os sentimentos de Trump ao chamar o ataque de "ato maligno", lembro de quando era ministro do Interior durante os atentados de 7 de julho de 2005:

"Lembro como Londres se sentiu naquele dia, lembro vividamente. Manchester vai se reerguer, é isso que somos, é isso que fazemos. Eles não vão vencer. A cidade já teve que lidar com coisas difíceis no passado e faremos isso de novo."

Khan, o prefeito de Londres, chamou o ataque de "bárbaro e doentio", acrescentando: "Esse foi uma ato covarde de terrorismo realizado num show com milhares de crianças e jovens".

Ele disse ainda: "Os londrinos verão mais policiais nas ruas hoje. Manchester e o resto da Grã-Bretanha nunca serão intimidados pelo terrorismo. Aqueles que querem destruir nosso modo de vida e nos dividir nunca terão sucesso". O chefe de polícia da Escócia também confirmou que as pessoas verão mais policiais armados em patrulha a "centros de transporte e lugares movimentados".

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Harun Khan, secretário-geral do Conselho Muçulmano da Inglaterra, disse: "Isso é horrendo, isso é um crime. Que os perpetradores encarem o peso total da justiça nesta vida e na próxima. Peço que todos na região e no país se unam e apoiem os afetados".

O presidente russo Vladimir Putin chamou o ataque de um "crime cínico e inumano", e confirmou que falou com a primeira-ministra britânica para expressar suas condolências. A agência de notícias estatal Xinhua informou que o presidente chinês Xi Jinping mandou uma mensagem de condolências para a Rainha, enquanto o primeiro-ministro canadense Justin Trudeau chamou a tragédia de um "ataque horrível".

A cantora americana Ariana Grande não se feriu no ataque, mas tuitou seus sentimentos sobre o atentado:

Atualizaremos a história ao longo do dia.

Tradução: Marina Schnoor

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