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O que realmente muda na Virada Cultural de 2017?

Alvo de muitas especulações nas redes, a primeira Virada de João Doria e André Sturm finalmente anuncia suas mudanças.
Virada Cultural de 2014. Foto: Raphael Tognini/VICE.

Foto em destaque: Virada cultural em 2014. Foto: Raphael Tognini/VICE.

Nunca, durante os 12 anos de existência da Virada Cultural, houve tanto stress e expectativa em torno da divulgação da programação como neste ano, em que o evento passa a acontecer sob a administração do prefeito de São Paulo João Doria (PSDB). O festival cultural gratuito foi alvo de todo tipo de especulação nas redes, inclusive de ser tirado do Centro da cidade para o Autódromo de Interlagos na Zona Sul, já que a cidade é um "lixo vivo". Comentário do prefeito aceleradinho que despertou a fúria de muita gente. Um evento "clandestino" até chegou a ser marcado no Facebook para se contrapor a virada oficial, mas parece que os ânimos estão mais controlados agora que a Prefeitura divulgou a programação.

Sim, as atrações principais não serão mais no Centro e sim no Parque Anhembi (Daniela Mercury, Fafá de Belém e Olodum), no Parque do Carmo (Planta e Raiz, Diogo Nogueira e Alcione) e no Jockey Club, Praça do Campo Limpo (Martnália), entre outros. A chamada "Virada Descentralizada", nome eleito pela própria Prefeitura, já era temida pelos frequentadores por se desvincular do Centro, onde desde 2005 o evento concentrou os principais shows. Atendendo os anseios do prefeito, o próprio secretário de cultura, André Sturm, declarou a necessidade de descentralizar o evento "porque é cheio demais". Idealizadores das edições anteriores chegarem até a dizer que isso marcaria o "fim do evento".

De fato, a Prefeitura descentralizou as atrações principais , que agora em vez de receber a infraestrutura grandiosa dos palcos terá 30 tablados menores para shows de porte mais reduzido. Na programação, é possível ver que as atrações que se apresentarão no Centro estão mais enxutas — e um pouco chatinhas, exceto pela apresentação do Molejo, É O Tchan e Gretchen que se apresentarão pelo Vale do Anhangabaú. O Autódromo do Interlagos, outrora apontado como foco dessa Virada, servirá a uma programação mais "família". Talvez uma forma que a prefeitura encontrou para "acalmar os ânimos" do público.

Com essa inversão da programação da Virada e toda a polêmica em torno do espetaculoso Doria, o jeito agora é esperar para ver no que vai dar essa onda de shows principais serem transferidos para lugares mais distantes. O metrô funciona 24 horas durante o evento, porém algumas localidades exigem uma bela caminhada e talvez até um busão a mais para chegar, tipo o Parque Anhembi e o Parque do Carmo. Considerando que milhões de pessoas no Brasil todo vão para a Virada, talvez se torne um stress extra a ida para esses lugares mais distantes do Centro. Porém, pra quem mora em bairros mais afastados, essa pode ser a chance de gastar menos tempo (e dinheiro) para ver um showzão e voltar pra casa com menos demora. Não dá também pra saber como o efetivo policial vai se organizar e dar conta da descentralização. O jeito é esperar chegar o fatídico fim de semana do dia 20 de maio para sacar se essa ideia de descentralizar foi uma pura besteira ou não.

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