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366 dias sem ela: depósito suspeito e milícias envolvidas na delegacia que investiga caso Marielle

A execução da vereadora do RJ e do motorista Anderson Gomes completou um ano ontem (16) e continua sem solução.
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Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Federal trabalha com a suspeita de que a milícia Escritório do Crime tenha infiltrados dentro da Delegacia de Homicídios (DH), de acordo com depoimentos de dois delatores. Pelo menos oito inquéritos estão sendo analisados pela Polícia Federal por determinação da PGR (Procuradoria-Geral da República), um deles é sobre a execução de execução de Marielle Franco e Anderson Gomes, mortos em 14 de março de 2018.

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Segundo ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando Curicica, que chefiava uma milícia em um bairro na zona oeste do Rio de Janeiro, o Escritório do Crime pagava uma mesada para que agentes policiais evitassem que as investigações do DH não chegassem até os verdadeiros culpados dos crimes. Além do caso de Marielle, citado em depoimento pelo miciliano, outras três investigações contaram com infiltrados da milícia: a morte do empresário Marcelo Diotti da Mata e duas mortes de herdeiros de jogo do bicho da capital carioca.

O Escritório do Crime é apontado como o principal grupo paramilitar envolvido em assassinatos sob encomenda. O grupo é formado por policiais e ex-policiais militares altamente treinados em batalhões especiais como o Bope. Na manhã de terça-feira (12), a polícia prendeu o policial reformado Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio Queiroz pelo envolvimento na execução de Marielle e Anderson.

Um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) também notou um depósito suspeito de R$ 100 mil na conta de Lessa, feito no dia 9 de outubro de 2018. Não se sabe ainda a origem do dinheiro, mas o Ministério Público pediu o bloqueio de bens dos dois acusados para investigar. Lessa é atirador de elite (snipper) e instrutor de armamento treinado pelo Bope.

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