Será que vai mesmo? Se depender do Sergio K., vai, sim, senhor. Ele até já lançou uma série de camisetas para celebrar esse grande evento futebolístico para todos aqueles que estão a fim de torcer sem ter que usar aquelas camisas de time grotescas que nunca ornam com um sapatênis.Assim como os produtos licenciados pela Fifa, tudo o que você precisa fazer é sacar uma puta de uma grana (R$ 189,00) para torcer com o coração na Copa do Mundo e com os dois pés posicionados na homofobia. Sente só:
Todas as fotos foram tiradas do site da marca.Se existe uma coisa que ninguém pode reclamar nesses tempos em que qualquer prato de comida é motivo para ser postado nas redes sociais, é que quando uma merda acontece, alguém sempre fará questão de jogá-la no ventilador o mais rápido possível. E foi assim que a marca levou dois abaixo-assinados on-line – um no Avaaz e outro no All Out – no rabo por causa das mensagens homofóbicas ostentadas nas camisetas.“Sempre fui vítima dos síndicos do twitter e dos desempregados que cuidam da carreira alheia”, afirma Sergio Luiz Kamalakian Savon, dono da marca, em uma entrevista à Veja São Paulo. Inclusive, revoltado com a repercussão, ele resolveu gastar alguns minutinhos que poderiam ser usados para bolar mais camisetas cafonas para xingar muito no Twitter:
Fico só imaginando como será o dia em que o Sergio K. estiver a fim de homenagear negros ou judeus em suas camisetas. Galera, imagina se a marca quisesse homenagear o Ronaldo? É tanta ofensa de conotação heteronormativa que até gorfei um pouquinho aqui.Por mais imbecil que seja a coleção (quiçá a carreira) do Sergio K., posso dizer que já esperava por essa. Para uma marca que é uma das representantes do “estilo de vida camisa polo”, não é de se esperar que eles usem a orientação sexual de alguém para virar “camisetas divertidas para a Copa.”
Por que tamanha fixação com gays, Sergio K.?Aliás, você certamente conhece muito bem alguns representantes do “estilo de vida camisa polo”. Em minha visão, são aqueles caras da sua faculdade que agarram as calouras nas festas e acham que é o direito deles; são as pessoas que, aonde quer que estejam, se consideram freguesas e, portanto, estão sempre com a razão. Aquela turminha que para as SUVs em cima da faixa de pedestre e ostenta as golas levantadas em camarotes da vida, onde a lei só vale para quem não tem cacife para bancar uma garrafa de vodca. Outros deles também organizam Marchas da Família por aí. Mas deve ter muito mais gente usando essas abominações, já que, segundo o próprio dono, “90% do estoque já foi vendido após a polêmica”.Já não basta toda a homofobia e o preconceito que giram em torno do futebol? Lembram como foi o Richarlysson? Pois é. O futebol parece se importar muito com o cu dos jogadores. E a preocupação é tanta que, mesmo se o jogador for bom, ele nunca será "macho" o suficiente para os gramados. Mas Sergio K. não tem nada a ver com isso. Afinal, ele contrata homossexuais.Siga a Marie Declercq no Twitter: @marieisbored
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