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Gemidão do zap causa demissão em Natal

Motofretista de farmácia foi vítima de pegadinha via grupão; empresa não conseguiu comprovar justa causa.
A atriz pornô Alexis Texas se tornou uma das vozes mais conhecidas do Brasil. Crédito: Jimi Photog

O número de pessoas que caem na pegadinha do gemidão só cresce. Apresentadores de televisão, vereadores e senadores estavam, até então, entre as principais vítimas. O problema, porém, como tudo no Brasil, é quando cai no colo do trabalhador comum. Em Natal, no Rio Grande do Norte, a coisa foi longe: um motofretista abriu sem querer um vídeo com os berros da atriz pornô Alexis Texas em seu local de trabalho, a Drogaria Aliança, e foi demitido.

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O caso foi parar na justiça do trabalho, onde a empresa alegou que ir de zap durante o expediente revela "maus hábitos do entregador", e defenderam que ele "simplesmente reproduziu o vídeo em alto volume, mostrando o seu total desrespeito com seu Empregador, com os colegas de trabalho e com os clientes que se encontravam no Estabelecimento". Pediram a justa causa.

Leia também: Um programinha está alastrando o gemidão por ligação telefônica

A defesa do ex-empregado, por sua vez, afirmou que ele caiu em uma 'pegadinha'. Destacou também que o motofrentista estava em seu horário livre e isso não justificaria a demissão por justa causa. Houve espaço até para uma explicação quase técnica do gemidão. No processo, a defesa afirmou que a "pegadinha é costumeira nos grupos de whatsapp e tem o intuito de constranger a pessoa que recebe o vídeo achando se tratar de uma notícia, quando na verdade, se trata desta conotação sexual".

No final das contas, a juíza Isaura Maria Barbalho Simonetti não reconheceu a justa causa na demissão. Conforme destacou em sua sentença, faltaram provas de que o gemidão causou prejuízo para a empresa. Para ela, a justa causa só seria justificada se houvesse intenção do entregador em mandar um gemidão pra galera, o que não foi o caso.

Esta não foi a primeira vez que o gemidão do zap chegou até alguma instância dos três poderes. A proposta de criminalizar a reprodução do arquivo de áudio foi colocada para votação pública no portal e-cidadania, do Senado, como uma ideia legislativa. Não foi para frente, porém. Agora, depois da pegadinha ganhar uma versão telefônica e de ter causado uma demissão, talvez a proposta seja retomada.

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