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Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #103

O lance de ser inverno no Hemisfério Norte provavelmente determinou o clima "só as mais tristes" das novidades da semana.
Matmos ilustração Rica Pancita Lançamentos playlist

Fala tu.

Conforme você verá abaixo, essa foi a semana da lentinha. Meu Deus do céu, só veio as baladas. Boas lentinhas, mas faz sentido lá do outro lado de lá mais ao norte do equador, que tá inverno nevando fudido e é mó depressão do caralho. Aqui não pô, aqui é sol, calor, alegria, e Parangolé soltando o setlist 2019.

Aí fico até receoso de soar o Pedro de Lara do novo milênio porque (como você verá abaixo), temos alguns lançamentos muito bem recebidos pela juventude jovem. Mas como já tratei em outros parágrafos introdutórios, essa coluna preza pela sinceridade. Se num bateu é porque num bateu mesmo, num vou forçar a onda pra ficar melhor a imagem.

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Esteja ciente.

Agora vamos.

----A TOP DA SEMANA----

Matmos - “Silicone Gel Implant”

Faixa instrumental bem maneira. Não faço a menor ideia de qual é o #contexto desse novo som do Matmos, mas enfim. No começo parece trilha de indie game doidera, mas daí pro final já vai pro ambient (doidera) velho de guerra. E é muito bom. (Nota do Editor: é um disco inteiro feito com sons tirados de objetos de plástico.)

----AS TOP PORÉM COM RESSALVAS DA SEMANA----

Toro y Moi - Outer Peace

Pô, o disco começa porradão altas vibe, já vou pensando “porra é ESSE o disco”, mas daí brota um bloquinho na metade que despenca total. Culpo a influência do trap nos artistas. Mas depois, as últimas voltam a ter aquele #tchans pra cima “dedinho pro alto”. Então é um disco de 10 músicas que você ignora 3, porém há outras 3-4 bem bem boas, logo tá numa média legal.

Ariana Grande - “7 rings”

Tá um pop-EDM-trap que no fim das contas ficou legal. Então a Ariana Grande segue mantendo a boa média de sons daorinhas ao longo dos últimos anos, parabéns pra ela. Boa.

----AS QUE NÃO TÃO TOP MAS ATÉ QUE TÁ BOA SIM DA SEMANA----

Jerry Smith & Wesley Safadão - “Quem Tem o Dom”

Funk arrocha de alta qualidade. Bem bom de tar ouvindo, produção bem feitinha, bateria massa, tudo de qualidade. Boa.

James Blake - Assume Form

Pois então… Disco com produção bem boa, ritmos #variados, participações especiais etc, que em mim num bateu foi quase nada. Ficou um pouquinho mais interessante da metade em diante, a partir de “Can’t Believe The Way We Flow”, as melhores tão nesse blocão aí de sete músicas. Não é ruim, inclusive pelo contrário, mas é tão lentinho, tão discotecagem de lounge, que uma hora bateu o sono. Vou falar que o disco é bom e eu que sou o culpado por não tar no clima da lentinha introspectiva. Culpa do carnaval.

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Sharon Van Etten - Remind Me Tomorrow

Outro caso de bom disco que, meu Deus, muito lentinhas as músicas, salvo uma ou outra. É um indie-alt-folk que em alguns momentos lembrou o disco da Mitski do longínquo ano de 2018, mas com freio de mão puxadíssimo. Tem seus momentos — “Hand” e “Malibu” —, fora as que saíram como single. Só nos exemplos aqui já foi meio disco. Então é bom, mas tem que tar bem na vibe da lentinha. O que já afirmei que não vem a ser o meu caso.

Deerhunter - Why Hasn’t Everything Already Disappeared?

Som indie bem do gostosinho de ouvir, com um QUÊ de brit rock da década passada. Brit rock num é muito a minha, porque acabo enjoando rápido. Mas rola de deixar o disco rolando como trilha pra qualquer coisa.

Panda Bear - “Token”

Não é das melhores coisas já lançadas pelo Panda Bear (e olha que nem tô botando o Animal Collective na conta), mas é bonitinho até. Gosto bem de ouvir ele cantando aí sempre acaba dando certo. É okzinho pra bom.

Weyes Blood - “Andromeda”

Som indie-rock bem pro popzinho, legal de ouvir mas, advinha, lentinha. Essa tá a semana da lentinha, Deus do céu galera, vamo agitar, vamo começar 2019 no pique total galera. Mas enfim, bem bonitinha a faixa, com sorte quando vier o disco mesmo eu esteja mais na vontade da lentinha.

Kate Nash - “Trash”

Gosto muito do pop tchubaruba da Kate Nash, mas esse tá meio qualquer coisa (o que também não é tão incomum na vasta discografia dela). Faz parte. Há melhores. Mas enfim, deixo entre as boazinhas.

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Wild Nothing - “Blue Wings”

Indie rock velha guarda noventão total. É bom, emula legal as antiguera. Basicamente de comentário eu só tenho isso mesmo. Rock.

Mateus Carrilho - “Sonzeira”

Popzinho com batida arrocha e batida funk umas hora também. Você sabe bem qual é o esquema, né. Dentro desse contexto aí que faz o maior sucesso nas festa de jovem (ouvi dizer, porque não sou jovem e não vou em festa de jovem) a música tá boa sim, dueto rola legal, a produção tá boa, tudo certo.

Cass McCombs - The Great Pixley Train Robbery

EP de 3 musiquinhas alt-folk bem boas. A melhor mesmo é a faixa-título, as outras duas quebra um galho de Bob Dylan modernex.Tá bom.

----O QUE SOBROU----

Psirico - “Rei Leão”

No início da faixa o Márcio Victor fala com tanta convicção que ESSA VAI SER A MÚSICA DO CARNAVAL que jamais imaginaria que seria um som tonto desse, sem nada de especial. Sinceramente, já não boto muita fé nessa nação brasileira, mas se de toda a produção do pagode baiano ao longo de 2018, REI LEÃO for a “música do carnaval” é porque não tem nenhuma salvação mesmo.

Future - Future Hndrxx Presents: The WIZRD

Seguinte: 1 hora do mais puro TRAP pra quem se amarra num TRAP. Imagino que seja isso, porque só ouvi as sete primeiras faixas, pois literalmente sem tempo irmão. Tem mais disco pra ouvir. Então pra quem é do TRAP deve gostar disso aí. Bom pra vocês do TRAP.

Toda semana, o guerreiro brasileiro Rica Pancita seleciona a nata dos lançamentos do universo pop para a playlist só com o ouro fonográfico no Sexta Lançamentos por Rica Pancita.

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