FYI.

This story is over 5 years old.

Música

O Jupiterian É um Titã Cósmico Girando no Lodo Abissal

Guardamos o ouro para o final e soltamos o streaming de “Drag Me to My Grave”, a recém-mixada faixa da banda, uma das atrações do Black Embers Fest, que começa nesta quinta (2).

“Drag Me to My Grave”, som novo do quarteto paulistano sludge/doom/death Jupiterian, funciona como um aperitivo para o próximo trabalho da banda. Trata-se do álbum Aphotic, sucessor do excelente debute Archaic, de julho de 2014. As sessões de gravação rolaram no Katarse Studio, em São Paulo, e o repertório está sendo mixado neste exato momento pelo Mories, do Gnaw Their Tongues, que também vai assumir a masterização. O bagulho é puro ouro, já que a mixagem da faixa ficou pronta nesta quarta (1). A poética arte que ilustra a capa do single é assinada pelo próprio Thiago Vakka, vocalista e guitarrista. “A pintura é um pedacinho de um quadro medieval que não lembro o nome. Aí fui botando a má vontade em cima”, disse ele.

Publicidade

Essa foi a primeira música que eles compuseram depois da gravação do EP Archaic, o Vakka me contou. “Na verdade, ela era bem mais longa e, ao curso do ano, fomos editando até chegar no formato que seria ideal. Acabou sendo a mais curta do disco todo, e, como as outras formam um LP, cada uma com uma duração de pouco mais de dez minutos, preferimos usá-la como um single, só pra dar um teaser do play”, detalha.

Sobre a experiência com o Mories, ele disse que “tem sido muito foda trampar com ele porque o cara é muito gente boa, conheço ele há cinco anos, entrevistei o cara em 2010 e mantivemos contato esse tempo todo. Quando ele recebeu a música, comentou que ficou com ela na cabeça por dias e que o riff era muito grudento. E só de ter um feedback desses já foi foda”. A letra do single fala sobre ter a mente aprisionada por se sentir deslocado do mundo. Uma parada existencial, que em suma quer dizer algo como “não quero mais viver aqui”. Segundo o Vakka, essa é uma das composições mais pessoais que ele já escreveu.

Aphotic começou a ser gravado em fevereiro, durante o carnaval. Eles colaram no estúdio, que pertence ao Kexo, do Infamous Glory, e ao Kiko, do Reiketsu. Ao todo, o álbum vai ter quatro faixas. As novas composições estão muito melhores no que diz respeito aos timbres, peso e elaboração, já que na época da concepção do Archaic os caras ainda estavam definindo o que seria a banda e que estética teria o som exatamente. “Acho que agora chegamos num ponto em que conseguimos mesclar melhor as melodias com as partes mais sludge, que é basicamente nossa proposta desde o começo”, comentou Vakka a respeito.

Publicidade

Uma das músicas do álbum que está por vir, “Daylight”, por exemplo, é bastante melodiosa, na linha do doom inglês do começo dos anos 1990, sendo que a própria “Drag Me to My Grave” está próxima da pegada dos riffs do Gregor Mackintosh, do Paradise Lost. Já a faixa-título é um riff arrastado e contínuo que se estica por quase 12 minutos, intercalando passagens na praia do Deathspell Omega.

O álbum ainda não tem data prevista para lançamento, o Mories ainda vai começar a mexer nas outras músicas provavelmente daqui duas semanas. Então ainda tem muito chão até o resultado final da obra. “Estamos ansiosos pra poder mostrar mais do que tem ali”, comenta o vocalista e guitarrista, “não temos um selo para lançar ainda, com o disco pronto é que vamos ver como vai rolar isso. Por enquanto é tudo do jeito que a gente fez com o Archaic, gravar e liberar pra quem quiser ouvir”.

Na segunda edição do Black Embers Fest, que começa nesta quinta, dia 2 de abril, e vai até o dia 5, no Morfeus Club, o Jupiterian vai tocar junto com o Afro Hooligans, no projeto AfroJupiter, um amálgama das duas bandas. Vai ser um show especial para o Black Embers. “Nos ensaios, tem saído uma coisa monstruosa, muito pesado, denso e caótico!”, revelou. “Estamos todos bem empolgados com esse show. Tomara que role novamente em outra oportunidade, talvez até em outro formato, mas do nosso lado, não pretendemos largar os caras tão cedo”.

O Jupiterian se apresenta no dia 4. Além deles, o festival conta com outras 20 bandas nacionais e uma internacional, o Uhrit, crust/d-beat da Finlândia, que faz show no dia 3, às 17h. Saiba mais.

Siga o Jupiterian nas redes: Facebook | Bandcamp