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Música

O Dolphins on Drugs nasceu com data para morrer

Ouça o chapado noise-math-rock do trio paulistano no EPóstumo ‘Necrofilia Canibal Subaquática’.

Foto por Estevam Romera.

O Dolphins on Drugs é um trio de noise-math-rock instrumental que já nasceu anunciando a sua morte. Desde que formou-se, em junho de 2015 num chat do WhatsApp, o plano era realizar cinco ensaios com gente que nunca tinha se falado ou tocado junto, e criar tudo o que fosse possível. A gravação da experiência acabou sendo captada pelo projeto Converse Rubber Tracks, no estúdio Family Mob, em São Paulo. Depois do lançamento do trabalho, nesta terça (22), a banda pretende fazer um show único que, segundo a bio divulgada pelos músicos, “vai terminar num suicídio coletivo em pleno palco, na intenção de alcançar o sucesso póstumo através de táticas de marketing que ainda não foram comprovadas”.

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Então este é o resultado do projeto que eles concretizaram em quatro dias de convivência, o EP de três faixas Necrofilia Canibal Subaquática, que sai pelo selo da Sinewave. Segundo Lucas Lippaus (que também faz parte do Herod), um dos guitarristas, o entrosamento foi instantâneo e o trabalho resultado do empenho duro da equipe. “Nos dedicamos ao máximo durante esses poucos ensaios”, diz. “O curioso é que tudo rolou de forma muito natural, justamente por termos referências e gostos parecidos, amigos e experiências em comum." O que se escuta na gravação é exatamente aquilo que foi criado nos ensaios, sem implementos durante as sessões no Family Mob.

No início, eles montaram o grupo sem nem planejar conseguir um esquema tipo o Converse Rubber Tracks. O único objetivo era extrair o máximo possível do pouco tempo que teriam juntos. “O processo criativo e a dinâmica envolvida eram o que mais nos interessava”, explica a baterista Jessica Fulganio (também do Ema Stoned). A oportunidade do Rubber Tracks surgiu no meio do processo e eles apostaram. Já a mixagem e a masterização do EP rolaram na Alemanha, por Davi Rodrigues (Orange Disaster, Ecos Falsos, Ressaca Records - Hamburgo) e Ralf Happe (Masterblaster Audio – Frankfurt), respectivamente.

A premissa que os atrai tanto à ideia de um “suicídio coletivo” é embasada pelo curioso argumento de que isso trará “a angariação de respeito que o lançamento do EP, por si só, não nos proporcionaria”, nas palavras do guitarrista Theo Portalet (Hangovers). Moral da história: melhor morrer para não ser esquecido do que viver às sombras. Já o nome da banda veio de um documentário da BBC sobre o processo de chapação aquática. O baiacu, quando ameaçado, produz uma toxina mortal e alucinógena que, em menores quantidades, deixa os golfinhos muito loucos e noiados. “Curtindo uma onda nas ondas”, descreve Theo.

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