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Música

Gene Simmons dispara: O rock morreu, o rap vai morrer, pop é karaokê e EDM é só show de luzes

“Estou ansioso pela morte do rap”.

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O clássico do rock guitarreiro do Kiss, Destroyer, completou 40 anos neste mês de março, e para celebrar seu aniversário, a Rolling Stone falou com a banda e montou uma história oral do disco. Na semana passada, a revista compilou os trechos mais interessantes da entrevista com Gene Simmons, passagens que não foram publicadas no artigo principal. Sem papas na língua, Simmons meteu o verbo no que o incomoda na música moderna, que, francamente, quer dizer que tudo o incomoda.

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Sobre o estado atual do rock: “Até onde eu sei, morreu. Não existem bandas novas. Foo Fighters, os adoro, mas já são 20 anos de banda. São bandas que estão aí há tempos: Nirvana, Pearl Jam. Bandas antigas”. (Será que ele sabe que Kurt não está mais entre nós?)

Sobre o futuro do hip-hop: “O rap vai morrer. No ano que vem, em 10 anos, em algum momento, e algo novo virá. E isso é bom”, ele mal pode esperar também: “Estou ansioso pela morte do rap. Quero ver a música voltar-se para letras e melodia, em vez de só gente falando. Uma canção, ao que me consta, é por definição letra e melodia… Ou só melodia”.

Sobre pop moderno e R&B: “Meu lance com as divas do disco que sobem no palco — e adoro Jennifer Lopez, Ciara, Shakira, Madonna e todas essas meninas com nome terminados em ‘a’, são muito talentosas ao seu modo — mas é desonesto. Elas fazem playback. É que nem um karaokê. Só que o karaokê é mais honesto, porque você sabe que é karaokê”.

Sobre dance music: “O EDM é honesto. O EDM diz ‘Aqui está um cara no palco que não faz porra nenhuma. Ele aperta um botão e joga a mão pro ar. Ele não faz playback’. Ele tem aquele jogo de luzes e é uma relação honesta”.

Resumindo: cantar enquanto toca ao vivo é a forma mais pura de expressão musical, mas se não rola de fazer dois, de boa? Simmons também tem alguns pontos de vista curiosos quanto à música de sua geração. Questionado sobre o surgimento do Kiss na Nova York dos anos 70, ele taca o pau em toda a cena de onde sua banda saiu: “Fora o Kiss, que lota estádios pelo mundo, não há nenhuma outra banda de Nova York que tenha feito isso”, disse. “Nova York, com todo seu impacto cultural, raramente produziu bandas de rock. Tem os Ramones e os Dolls, e é isso. O Ramones nunca teve um disco de ouro até que alguns deles morreram”.

Pelamordedeus. Leia a matéria da Rolling Stone aqui e confira o restante do que Gene disse aqui.

Tradução: Thiago “Índio” Silva

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