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Saúde

Como evitar a síndrome de burnout

Há alguns jeitos de combater o estresse antes que ele saia do controle.
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ilustração por Ben Thomson
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Traduzido por Marina Schnoor
Ilustração por Ben Thomson.

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE Austrália com apoio da TAFE Queesland.

Estresse é um saco. Claro, um pouco pode ser bom — até essencial para cumprir nossas tarefas —, mas quando você está até o pescoço de trabalho e nem tem tempo de ligar pra sua mãe (ligue pra sua mãe!), você pode estar a caminho de um caso de síndrome de burnout épico.

Mas não se estresse com o estresse. Perguntamos a alguns especialistas como reconhecer e prevenir o burnout.

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O PSICOTERAPEUTA

Como qualquer pessoa que estava cheia de coisas pra fazer um dia, mas deitou no sofá em posição fetal sem conseguir fazer nada além de assistir reprises de séries na TV sabe, burnout é algo que vai crescendo com o tempo. "Geralmente o burnout é caracterizado por um estado de exaustão emocional e física, acompanhado de uma sensação de que nada pode ser feito", disse o psicoterapeuta Brad McLean à VICE.

"Pouco estresse e perdemos a motivação, muito estresse e acabamos esgotados, o que acaba afetando nossa saúde física e mental."

Mas como manter o equilíbrio? Você precisa entender como o estresse funciona.

Estresse em si não é inerentemente ruim. É uma ferramenta motivacional natural, que ativa nossa resposta de lutar ou fugir. "O estresse nos ajuda a focar, pensar com agilidade e processar mais rápido", diz McLean.

Há alguns jeitos de combater o estresse antes que ele saia do controle (e acabe em depressão, padrões de sono zoados, enxaquecas e tudo mais).

"Falando no geral, todo mundo deveria ter um plano de gerenciamento de estresse em andamento", explica McLean. "Isso inclui exercícios, meditação e atividades de atenção plena, contatos com ambientes verdes, criatividade e conectividade social saudável. Comer bem e particularmente se focar em qualidade do sono também é importante."

A ESPECIALISTA EM BEM-ESTAR

Vivendo num mundo conectado, as fronteiras entre trabalho e vida muitas vezes se confundem. Cora Geroux é uma instrutora de ioga e life coach que já passou por burnout no passado — parcialmente por gostar muito do seu trabalho e não tirar um tempo de folga. "Deixei isso consumir tudo", se lembra Geroux. "Cheguei a um ponto em que tirei um final de semana de folga e não estava dando certo; eu sentia ansiedade por não estar trabalhando."

Ela recomenda investir tempo em amizades e hobbies que não se relacionem ao trabalho, e sempre tirar uma folga na semana. "Tente se desligar completamente do trabalho por pelo menos um dia, para não chegar na segunda-feira sentindo que nada mudou."

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"Lembre que tirar um tempo de folga na verdade te torna mais produtivo."

Sair da rede — mesmo que por apenas 20 minutos — é uma solução rápida. "Você não precisa estar meditando, só saia para a natureza, ande, faça algo que você pode fazer sem tecnologia. Você vai se sentir recarregado, renovado e limpo."

Geroux tem até um life hack de stress que você pode tentar agora: Mudar seu padrão de respiração pode te ajudar no foco. Feche a narina direita com o dedão e respire apenas pela narina esquerda. "Isso tem um efeito calmante no nosso sistema nervoso. Você não precisa ser especialista em meditação, você pode literalmente só mudar o jeito que está respirando e isso muda como seu sistema nervoso está funcionando."

O CONSULTOR DE DESENVOLVIMENTO DE CARREIRA

John Taccori trabalha com desenvolvimento vocacional e de carreira há 20 anos e diz que estar na linha certa de trabalho é importante quando se trata de prevenir o burnout.

Seguir sua paixão em vez do que parece bom no papel pode ajudar a impedir o acumulo de estresse. "É muito comum ver pessoas expressivas em papéis científicos, e obviamente elas vêm me procurar porque estão infelizes. Elas me dizem 'sempre quis fazer essa outra coisa', mas por razões diferentes entraram em outras áreas."

Se você pensa em mudar de carreira mas fica nervoso com o futuro, Taccori diz que tudo bem. "Estamos numa situação em que a tecnologia está mudando nossos trabalhos. Não pense nisso como um plano de carreira de 50 anos, pense em oito ou dez anos no máximo."

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Trabalho é o que rende grande parte do estresse, mas não ignore outros fatores que podem estar te fazendo sentir à beira de um colapso. Relacionamentos, questões de família e tudo mais que acontece na sua vida fora do escritório pode contribuir com se sentir sobrecarregado.

"Os millennials costumam fazer tudo ao mesmo tempo, e isso envolve muito malabarismo nas suas vidas."

Falar com alguém com um ouvido objetivo pode te ajudar a identificar diferentes áreas de estresse na sua vida, o que pode ser um bom começo.

A MULTITAREFA

Brodie Lancaster é escritora, editora e ocasionalmente DJ. E ela frequentemente participa de painéis de discussão para falar sobre tudo isso.

"Aquela citação tão querida do Etsy 'Você tem o mesmo número de horas no seu dia que a Beyoncé', levou a muita exaustão quando decidi usá-lo como motivação."

E é aqui que entra a autopreservação. Um sinal vermelho para o burnout é aceitar trabalho extra ou se comprometer quando você realmente não queria fazer aquilo. "Dizer não para algo não quer dizer que você numa mais vai poder fazer aquilo — você não vai entrar para nenhuma lista de indesejados. Seja alguém legal de se trabalhar e as pessoas vão querer trabalhar com você sempre."

Ficar sozinho por um tempo é parte do cuidado próprio — especialmente se seu trabalho envolve socializar — e te ajuda a recarregar as baterias. "Entenda as coisas que te fazem sentir humano — seja nadar, assistir The Bachelor ou comer tacos — e faça isso."

Esta matéria teve apoio da TAFE Queensland. Saiba mais sobre os cursos deles aqui .

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