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O novo álbum do Cólera tem até ópera-punk

‘Acorde! Acorde! Acorde!’ traz versão definitiva de faixas que a banda tinha na gaveta desde 2005 + três gravações demo com o Redson na formação.
Foto por: Vitor Bossa/Divulgação

O repertório de Acorde! Acorde! Acorde! (EAEO Records), o primeiro álbum de estúdio do Cólera após a morte do Redson, em setembro de 2011, começou a ser composto em 2005. As canções foram amadurecendo a passos lentos até 2010, quando a banda decidiu entrar em estúdio a fim de deixar tudo no jeito para gravar. “Fizemos vários ensaios e, já na fase de acabamento das letras, veio a fatalidade”, lamenta o baixista Val Pinheiro.

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Com o baque, os integrantes remanescentes só foram retomar o projeto três anos depois, com a entrada do Fábio Belucci na guitarra. “Concluímos os arranjos em dezembro do ano passado. Mesmo após a gravação das bases, tivemos muito trabalho para concluir as letras, principalmente a da ‘Ópera do Caos’, uma ópera-punk que conta com cinco músicas: ‘Mr. Gamble’, ‘Mezza Mezza’, ‘Fá Dó Lá’, ‘O Caos’ e ‘Hino’.” Ao todo, são 16 faixas. Três delas, demos de 2009 — “Somo Cromossomos”, “Festa no Rio” e “Capacete Vermelho” — com o Redson na formação.

Para assumir os vocais da obra, que preservam linhas melódicas bem parecidas com o jeito do Redson cantar, o grupo escalou o Wendel Barros. Ele já era próximo, pois trabalhava como roadie, e foi efetivado como vocalista no show de homenagem ao Redson. Já o Fábio, assumiu a guitarra de uma vez por todas na esteira da passagem de Anselmo Pessoa e Cacá Safiotti pelo posto.

“O cara chegou detonando a guitarra, e, também, se garantiu com sua pegada firme, típica do Cólera”, comemora Val. Acorde! Acorde! Acorde! só pôde ser viabilizado com o suporte dos fãs, que bancaram o projeto via Catarse. “O Cólera sempre teve um público muito fiel e participativo, e nós sempre acreditamos que o financiamento coletivo seria um sucesso por isso. Não foi surpresa para nós que o nosso público confiaria em nós a ponto de atingirmos, com sobra, o nosso objetivo.”

Um dos nomes fundadores do punk tupi, o Cólera nunca abandonou a atividade. Seus últimos dois álbuns com o Redson, Deixe a Terra em Paz e Primeiros Sintomas, foram realizados entre 2004-06. Até ali, no entanto, a crueza das captações dava a tônica. Desta vez, é nítido perceber um polimento mais bem-acabado na sonoridade geral das faixas.

Segundo o Val, a razão é simples: “Todos os outros álbuns foram produzidos pelo Redson. Já este, foi produzido pelo João Noronha. Por isso, certamente é muito diferente dos outros.” Mas o baixista acrescenta também que, desde o começo, a ideia era de que o lançamento fosse melhor produzido e trouxesse novas experiências sonoras, muito em razão da “ópera-punk” idealizada pelo Redson. “Incluímos até metais, que ficaram fantásticos, e tudo isso engrandeceu a obra. Pode-se imaginar o quanto nós nos dedicamos para que tudo desse certo.”

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