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'Call of Duty WWII’ pode trazer a história de volta aos jogos de guerra

De volta à Segunda Guerra Mundial, Call of Duty tem mais uma chance para educar e entreter – e, certamente, influenciar a próxima leva de jogos do gênero.

Vídeo acima: Trailer de anúncio de Call of Duty WWII.

Esta matéria foi originalmente publicada no Waypoint.

Mesmo não mencionando os países, dá pra saber que o Call of Duty 4: Modern Warfare foi baseado nas mais recentes invasões do Afeganistão e Iraque. Mas conforme a realidade desses conflitos deixou de fazer sentido – além de muitos civis serem mortos e o apoio à guerra começar a desaparecer –, Call of Duty desistiu de tentar contar as histórias reais por trás de tudo, mudando o tom totalmente pra fantasia. O que começou em 2003 como um jogo que tentava retratar alguma realidade da Segunda Guerra Mundial acabou terminando com uma gigantesca treta pirotécnica no espaço (com participação do Kit Harrington, de Game of Thrones).

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Conseguir a narrar a inexplicável Guerra do Iraque em um jogo mainstream seria incrível. Mas se não rola com essa guerra, podemos tentar com a Segunda Guerra Mundial, que ainda é popularmente compreendida como uma batalha do bem versus o mal, dando a oportunidade de voltar aos fatos históricos. Com o recente anúncio nesta quarta (26) do Call of Duty WWII, mais uma vez a franquia tem uma chance de contar a história desse conflito clássico, que não é representado na série desde Call of Duty: World at War, em 2008.

Ainda não sabemos se o roteiro de Call of Duty WWII vai ser bem feito, claro. Mas não custa nada ter a esperança de que os desenvolvedores vão voltar a se inspirar em Medal of Honor, a série que Call of Duty substituiu, e a primeira franquia que contou histórias pessoais e emocionantes no meio do enorme campo de batalha da Segunda Guerra. Medal of Honor: Underground, dos anos 2000, focou especificamente na história de um grupo de resistência em Paris – de uma forma geral, os jogos pareciam dar uma atenção especial aos dramas das pessoas, não ao espetáculo da guerra.

Mas se o novo Call of Duty não tiver uma abordagem mais sensível, mesmo assim existe a oportunidade de educar. Se os desenvolvedores forem fundo nas pesquisas e conseguirem evitar banalizar os cenários de sofrimento e morte da guerra, como muitos jogos nos últimos anos o fizeram, Call of Duty WWII pode voltar a guiar os jogos de tiro em primeira pessoa para algo além do tiroteio blasé feito pro entretenimento puro.

Esse é o segredo: muito além dos robôs, armas e rolês pelo espaço, a vida de pessoas reais contam as melhores histórias. Deus é um ótimo contador de histórias. Se os jogos esqueceram como se faz isso, ou nunca tentaram de verdade, o que é melhor do que uma das maiores franquias de tiro da história voltando a contar a realidade?

Se a recriação da Segunda Guerra Mundial ficar mal feita – e, infelizmente, talvez muita gente na mídia acaba esperando que aconteça isso mesmo –, que sirva, pelo menos, de um bom exemplo que guerras complexas reais são mais fascinantes que fantasias futuristas. Se os criadores de Call of Duty e boa parte do público aceitarem a ideia, então há grandes chances que outros desenvolvedores copiem o jogo, como muitas vezes já fizeram na última década, mas agora com uma inspiração a mais.

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