Cartaz em homenagem à Marielle Franco
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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250 dias sem ela: Globo é proibida de noticiar inquérito de Marielle Franco

A emissora recorrerá da autuação que partiu da Quarta Vara Criminal do Rio. Nos EUA, universidade de Washington oferece bolsa Marielle Franco para estudos de mestrado.

No último sábado (17) a Quarta Vara Criminal do Rio proibiu a emissora Rede Globo de divulgar o conteúdo do inquérito policial que investiga os assassinatos da vereadora carioca Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.

O juiz responsável pela autuação, Gustavo Gomes Kalil, justificou que o vazamento destes conteúdos pode influenciar e prejudicar o "bom andamento das investigações, obstaculizando e retardando a elucidação dos crimes hediondos em análise”. A partir da conclusão judicial, fica proibido que emissora divulgue procedimentos, conteúdos e outros tópicos que envolva o andar da apuração do assassinato.

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Ao G1, a Globo, em retorno, declarou que vai cumprir a decisão judicial. No entanto, por considerá-la excessiva, vai recorrer da decisão. "Ela fere gravemente a liberdade de imprensa e o direito de o público se informar, especialmente quando se leva em conta que o crime investigado no inquérito é de alto interesse público, no Brasil e no exterior", declara a emissora.

Em nota, a Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), repudiou a decisão e informou que "a liberdade de imprensa, fundamental para a democracia, deveria ser resguardada por todas as instâncias do Poder Judiciário, mas é frequentemente ignorada por juízes que, meses ou anos depois, são desautorizados por tribunais superiores".

E para a Associação Brasileira de Imprensa (ABI), representa censura prévia e vai contra a Constituição Brasileira. "Acreditamos que ao acolher o pedido da Divisão de Homicídios da Polícia Civil e do Ministério Público Estadual para impedir que sejam evitados sucessivos vazamentos sobre as investigações em curso, Sua Excelência equivocou-se. Responsabilizou a imprensa por falhas cometidas pelas próprias autoridades que, por dever de ofício, deviam zelar pelo sigilo do caso", diz a nota.

Universidade nos EUA cria bolsa Marielle Franco para mestrado

A School of Advanced International Studies (SAIS), programa de estudos latino-americanos da Universidade Johns Hopkins, anunciou o lançamento da bolsa que leva o nome de Marielle Franco. O curso é voltado para interessados em relações internacionais com foco na América Latina. As aulas serão ministradas em Washington e Bolonha, na Itália.

A ajuda de custo provém de uma doação anônima direcionada a universidade. Quem for contemplado pela bolsa terá ajuda de custo para despesas, estudo e moradia.

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"A grande importância dessa bolsa é chamar atenção para as questões que essa mulher, que morreu tão jovem e de forma trágica, defendia", declara a diretora do programa para a Gazeta Online.


Assista ao nosso vídeo sobre o assassinato de Marielle Franco:


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