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Rica Pancita analisa os lançamentos da sexta #79

Ouvir música e assistir jogo da Copa é uma tarefa complicada. Mesmo assim temos Pixote, Nicki Minaj, SHOPIE e Christina Aguilera na lista.

Eae camisa 8.

A Copa do Mundo começou e promete muito jogos no horário da manhã, que a gente quer assistir mas tem que fazer outra coisa da vida. De qualquer forma, é melhor que jogo de madrugada. Mas enfim, imagino que do lado de cá os lançamentos darão uma boa freada esse mês, porém lá nas américas dos nortes deve seguir tudo igual até porque eles nunca ligaram mesmo. Europa eu já não sei.

Mas deu que hoje eu dei uma dispersada boa, aí via um pouco de jogo, aí eu acabava num prestando muita atenção na música que tava ouvindo, aí tinha que ouvir de novo, aí etc. Acabei deixando passar algumas coisas. Exceto esse tal de disco do Nas aí, que eu não ouvi porque ainda não chegou nas #plataformas. E até parece que eu ia correr desesperado atrás de disco. Sou paciente.

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Vocês que são pacientes e esperaram a coluna chegar com os lançamentos aqui estão os lançamentos:

----MELHORES DA SEMANA----

Pixote - “Nem de Graça”
Um baita dum pagodão romântico na voz pra lá de romântica do Dodô do Pixote. Não tem praticamente nada de novo a nível de melodia & letra e, sinceramente, eu nem sei se há um jeito de eu me importar ainda menos com isso. Posso chamar de “pagodão romântico 2000’s tradicional” e tá show.

Nicki Minaj - “Rich Sex”
Gravão boladão, pianinho repetitivo. Tá trap? Tá trap, mas não tanto assim pra me incomodar. Sei lá sobre o que eles falam, mas eu gosto da voz da Minaj sim. Então, no somatório, dá uma boa musiquinha.

Sophie - Oil of Every Pearl’s Un-Insides
Isso aqui é aquele esquema “dar dois passos pra trás pra dar um pra frente”. Voltamos pra 2013. E nem era tão ruim 2013, vai. Era razoável, pelo menos. E a PC Music trazia, pelo menos pra mim, algo realmente novo na música pop eletrônica que a galera mais mainstream não conseguiu absorver direito. Daquela época lá só absorveram a alteração no pitch, praticamente (a primeira faixa do disco, “It’s Okay to Cry”, é exatamente o que o mainstream absorveu). O resto deixou meio de lado. E, porra, não podia deixar nada de lado do que eles fizeram cinco anos atrás. Então para, volta pra 2013 e vamos tentar de novo e ver se o resultado sai melhor. Mais PC Music Showcase que esse disco só se fizesse uma reunião com todo o cast da época. Até que eu ia gostar, mas acho que não é pra tanto. Mas enfim, tão todos os elementos aqui, pitch na voz, “desconstrução” rítmica, timbre distorcido, tecladão house 90’s, ambient total total. Fico na torcida pra que toque no coração das pessoas (principalmente pessoas CHAMADAS CHARLI XCX ESTOU FALANDO EXATAMENTE DE VOCÊ).

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Christina Aguilera - Liberation
Levou quase 20 anos mas finalmente a Aguilera fez um disco que eu gostei. Importante é nunca desistir. O caso também é que antes, naquela época de pop estourando mesmo, ela sempre tava um passo atrás de quem tava mais evidência. Que era a Britney. E quando deixou de ser a Britney foi a Lady Gaga (aquele disco Bionic, meu Deus do céu). E soava muito forçadão tudo, a exceção do disco de estreia que era um forçado aceitável. Bom, e atualmente ninguém mais tá muito se importando pra pop. Os jovem mesmo só quer raps. E a Britney tá lá com os filhos vendo Dragon Ball Z Kai. Então a Xtina tem menor necessidade (tem zero necessidade) de forçar qualquer coisa. Aí fez esse disco muito bem construidinho a ordem das faixas, com (teoricamente) nenhuma intenção de surpreender qualquer ser vivo desse planeta. Ela continua com a aquele vício de “uuuuooooOOOOhhhHHHHHHHHhhuuuuu” de concorrente do The Voice Brazil? Sim, mas muito menos que antes. O ponto baixo é que as melhores músicas do disco já haviam saído como single. As que sobraram tá um pouco abaixo. Mas bom disco pop ligadinho nas tendências do momento, não é vibe saudosista não.

Chromeo - Head Over Heels
Disco legal de tar ouvindo. Nenhuma novidade pra quem já conhece a banda, pop puxando pro AOR e música negra dos anos 80 com uma ou outra coisinha mais contemporânea pra gente não esquecer que é algo atual. Tá bom o som.

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Dirty Projectors - “That’s A Lifestyle”
Essa aí entraria bem no Swing Lo Magellan. Tá até com os backing femininos, que não sei quem é não. Gosto bem.

----AS QUE ATÉ QUE TÃO BOAS TAMBÉM----

Perlla - “Rainha”
Pop funk legalzinho, mas meio pobrinho na #execução. Pra um gênero usado até a exaustão nos últimos anos podiam ter tentado umas variadinha. Mas tá gostosinho de ouvir até. Boazinha.

Death Cab for Cutie - “Gold Rush”
Nheeeeeeeee veja bem… não conheço tão bem a banda assim pra saber se sempre soou uma versão pop-rockinho de Pet Shop Boys, ou se eles tão nessa só nessa música aqui. Porque é isso: baladinha Pet Shop Boys pop-rockinho. O que é ok até, não é de todo mal. Só prefiro o Pet Shop Boys mesmo. Deixo como “boazinha”.

Gorillaz - “Fire Flies”
Uma bem lentinha, mas com linha de baixo muito boa suingadinha. Uma hora me deu uma cansada, mas acho que é mais por não tar muito afim de ouvir uma lentinha a essas horas do dia, porque dá pra sacar que essa música aí ficou boa. Só não bateu tããããão bem pra mim agora. Mas boa.

----AS QUE SEI LÁ VIU, NUM FICOU MUITO BOM NÃO----

Kygo & Imagine Dragons - “Born To Be Yours”
Não tem muito o que falar dessa não, é como se fosse um remix EDM poptmism do Imagine Dragons (que já é poptmism até a medula). A diferença é só que não é remix, e sim uma inédita. Muito dedinho pro alto, muita batida crescendo, muito coralzinho. Tá ok pro estilo, eles fazem sucesso assim né.

Luis Fonsi & Stefflon Don - “Calypso”
Não se engane pelo título, é um pop latino desses que tem bastante já. Batida ragga só que dessa vez tem esse timbre de steelpan que é pra dar um tchans a mais e pessoa ouvir e falar “eeee o Caribe, que gostoso”. Mas, pop latino desses que tem bastante já. Okzinha.

Marilyn Manson - “Cry Little Sister”
Rockzinho industrial bobíssimo que meu Deus do céu pra quê? Precisa? Num precisa. Esquema horrorzinho que funcionava há duas décadas atrás, agora bate igual assistir Vamp na tv. Música medianaça.

Flora Matos - “Piloto”
Tem uma produção eletrônica ok, bem trabalhada e tal, mas que não me bateu de forma alguma. Soou como uma base muito mais chill lounge do que o aceitável (em caso de dúvida, o aceitável é não soar chill lounge). É ok. Não gostei mas é ok.

Johnny Marr - Call The Comet
O single de “Hi Hello” me enganou, porque me fez pensar que até poderia vir um disco bom, mas nem é isso que acontece. Brit rock muito do bobildo, muito mediano, muito uso desnecessário de elementos eletrônicos, e umas duas que pelo menos lembram Smiths, ou mesmo um rockão anos 80 que aí dá até pra ouvir (“Day In Day Out” e, principalmente, “My Eternal”). Bem mediano o disco.

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