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O A a Z do Carnaval brasileiro

Fantasia de Beyoncé grávida, celular furtado, sexo em pé, comprar breja no mercado, ressacas titânicas e outras folias e merdas dignas da festa da carne.
Tudo sobre o carnaval no Brasil

Chegou o evento anual mais efetivo em produzir encontros: a língua na língua, a boca na lata de cerveja, o glitter no corpo, o suor, o calor, o cansaço, a loucura. Mais uma vez iremos sobreviver ao Carnaval brasileiro, o melhor motivo para fazer merda, ingerir álcool, ter o celular roubado e vivenciar ressacas titânicas.

Para adiantar a folia, a redação da VICE Brasil elaborou seu famigerado compêndio de A a Z. Assim, você relembra tudo que já rolou em outros carnavais e tudo que pode acontecer na folia de 2017.

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É mais ou menos como preconizou o hino "Poesia Rítmica do Malandro", cantado por Sonia Santos na década de 70: "É que ficou louco o mundo, a cidade / a pura luxúria e a vaidade / chegou Carnaval, chegou Carnaval!".

A - Amor de Carnaval

Entenda por "amor" qualquer coisa que envolva afeto ou contato linguístico e corporal. No Carnaval, o grande amor da sua vida pode durar alguns segundos e acontecer várias vezes no mesmo dia. Você pode também odiar o Carnas. E amar odiá-lo.

B - Boa Noite Cinderela

Lembra quando sua mãe falava pra você não aceitar bebidas de estranhos? Na cidade de São Paulo pelo menos está rolando uma onda pesadíssima de pessoas oferecendo, amorosamente, um golinho de drinque pras outras. O resultado é, basicamente, acordar numa avenida qualquer sem nenhum real, cheque especial ou crédito na conta bancária, fora a dor de cabeça (real e metafórica) de cancelar os cartões do banco e ter que tirar novos documentos, além do terror do medo de doenças, gravidez, delegacia, coquetel de remédios. Sim, existem relatos também de gente foi que abusada e violada. Tenso. Muito tenso.

C - Comprar bebida no mercado porque é mais barato

Aqui é Brasil, meu povo. A gente deixa de comer e sofre queda de pressão com pouca glicose no sangue para encher a cara. Partiu comprar gelo, breja e catuaba no mercado e carregar o isopor num carrinho improvisado durante o bloco sem vergonha de mostrar que a economia brasileira é inventiva e mutante de acordo com o perrengue em questão.

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Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

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D - Dançar entre os carros na rua

Sabe aquele momento em que o bloco está cruzando alguma rua em que o trânsito está liberado e rolando normalmente? Pois bem, tudo muda em instantes e gera um pequeno congestionamento. E esse é o momento de mostrar toda potencialidade da dança e sedução, podendo até arrancar alguns sorrisos, palmas ou vaias. O momento permite bailar sob as luzes dos faróis, acenar pros motoristas, desviar dos motoqueiros e, AQUI É BRASIL, ralar até o chão.

E - "Ei, você aí, me dá um dinheiro aí" (plmdds)

Como assim o Carnaval esse ano caiu no fim do mê$, gente? E no meio da CRISE.

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Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

F - Fantasia improvisada

Pega um sutiã bordô, um véu, uma calcinha azul e capricha na barriga de fora. Beyoncé grávida de gêmeos num cenário kitsch durante o Carnas é a maior prova de que o melhor do Brasil é mesmo o brasileiro.

G - Geral postando no Facebook que teve celular furtado ou roubado

Já até criariam o Bloco do "perdi" o celular no Carnaval.

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Taí um cara fantasiado de Hulk da Vila Cruzeiro. Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

H - Hulk da Vila Cruzeiro toma 25 banhos pra voltar ao normal

Sabonete, xampu, detergente, álcool. Não havia um produto químico nesse planeta que conseguisse remover o Carnaval da pele do carioca Paulo Henrique dos Santos, um guardião de piscinas que virou notícia em 2012. De corpo voluptuoso e sarado, o folião penou em suas diversas tentativas para tirar a tinta verde que o transformou em o incrível Hulk. SOMOS TODOS HULK DA VILA CRUZEIRO.

I - Insolação

Além de, neste ano especificamente, cair no fim do mês, quando tá todo mundo sem um puto no bolso, o Carnas rola sempre no verão. Povo brasileiro é guerreiro ou não é? Manda mais sol que tá pouco, Deusão!

J - Jovens sendo jovens e não conseguindo a famigerada penetração via sexo em pé (requer prática)

Como não sofrer de extrema excitação durante uns beijos loucos na folia de rua? Dar uma rapidinha enquanto o bloco tá passando pode ser um desafio. Ainda assim, seja jovem. Tente. Não desista na primeira penetrada torta. E use camisinha pra não fazer bebê na hora errada ou ver coisinhas estranhas nascerem nas suas genitais ou na sua boca de veludo dias depois. PS - Estamos falando de sexo consensual. Se você for homem, não seja um abusador lixo. Respeite a mulherada.

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Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

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K - KRISE, KRISE, KRISE

Podia e até deve ser nome de banda punk, mas, na realidade, é a situação do brasileiro sofrido guerreiro trabalhador fodão. Estamos quebrados, sim, sem emprego, sim. Mas não deixemos a krise nos contaminar. Ainda não privatizaram totalmente nossa festa da carne. Ou já privatizaram???

L - Laje

Se você tem alergia ao suor alheio e fica cheio de frescura com aquele papo de "odeio Carnaval", por favor, fique em casa. Deixe quem está na rua curtir a vida. Só cuidado com as maratonas de Netflix porque os especialistas já deram a letra. Fica na laje da sua casa, faz um churras, pega um bronze de fita. É verão. Também não gosta? Meu Deus do céu, que gente chata do caralho.

M - Mijar na rua

Julgadores julgarão mas, apesar de todas as campanhas de "quem cuida não faz xixi na rua", porra nenhuma adianta quando sua bexiga tá estourando, você precisa aliviar todo o mar de cerveja previamente ingerido e não tem uma porra dum banheiro químico por perto. Vida de folião é treta.

N - Namorados tretando feio com fantasias cagadas às 19h no meio da rua

Falou em treta, aqui estamos. A vida a dois é relativa. Assim como a folia pagã carnavalesca, tem seus prós e contras. Nada mais patético do que casal de namorado fazendo DR bêbado e ensebado de suor e glitter. Não passe vergonha. Ou passe, foda-se, é Carnaval!

O - Olodum

Por um Projeto de Lei que obrigue todo brasileiro a ouvir, pelo menos uma vez, "Requebra", durante a festa da carne até, no mínimo, 2053.

P - Pagar pra usar o banheiro da padaria

Quando o banheiro químico não está ao alcance da vista e fazer um xixi na rua tá complicado, a gente apela pra padaria e paga R$ 2 pra mijar, sim. O comerciante brasileiro é obrigado a aguentar um monte de bêbado mijando e cagando fora da privada, acabando com os papel higiênico tudo? Não. Bote isso aí no budget da folia carnavalesca.

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Até os atendentes do McDonald's estão fantasiados. Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

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Q - Quando esse bloco vai parar de andar?

Paaaaaaara essa porra que nós tamo bêbado e cansadooooo.

R - Roqueiros que odeiam o Carnaval

Clique no link acima. Estamos em luto e nada diremos neste tópico.

S - Sexo ruim

Dizem que pizza e sexo são bons até quando são ruins. A festa da carne está aqui para tirarmos a prova e fazermos uma verdadeira degustação de coitos diversos com retrogosto adocicado ou azedo.

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Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

T - Três latinhas por R$ 10

A maior felicidade do folião de rua.

U - Uns projetos pra depois do Carnaval

Pensar em fazer faculdade, arriscar um mestrado, fazer academia, mandar uns currículos, sair da casa dos pais, emagrecer, fazer terapia, adotar um dog, terminar aquele namoro mala.

V - Vômito colaborativo

Tudo que entra, amigas e amigos, sai.

X - X-salada de rua moralizador

Lembre-se de dar uma rangada esporádica. Aproveite para comer um rango bem de rua e apoiar a cena local de van de hot dog. E se você estiver num bloco que tenha food truck, evite ir nesse bloco nos próximos carnavais. Apoie a cena independente de lanches.

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Pré-Carnaval de São Paulo, 2017. Foto: Felipe Larozza/ VICE

Z - Zueira 100 fim já contabilizando os dias pro próximo Carnaval

O Carnaval acaba, mas a zueira?, nunca.

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