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Entretenimento

O Homem que Encontrou o Cara que Quebrou a Indústria da Música

Conversamos com o Stephen Witt, responsável por ter encontrado o paciente zero dos vazamentos de músicas. Ou, como o próprio Witt descreve "o cara que destruiu a indústria da música para poder colocar aros customizados em seu carro".

O autor Stephen Witt. Foto por Chad Griffith. Cortesia da Viking Press.

Com um sorriso, o autor Stephen Witt me disse que, antes de publicar seu primeiro livro: "Não havia menção em lugar nenhum de que a única razão para o MP3 ter prevalecido como tecnologia foi por causa da maior onda de violação de copyright e pirataria que o mundo já tinha visto". MP3 é algo tão onipresente como a própria música, mas realmente nos perguntamos como essa nova tecnologia se tornou tão universal, ou quem exatamente foi responsável por sua disseminação pandêmica, que aleijou a indústria fonográfica em geral?

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No livro incrível e possivelmente canônico de Witt Como a Música Ficou Grátis (publicado pela Viking nos EUA), o escritor traça como a tecnologia de compressão de áudio quase morreu numa guerra de formato com o MP2 (uma batalha estilo Betamax versus VHS) e rastreou o paciente zero da pirataria musical e vazamento de álbuns: um cavaleiro solitário chamado Dell Glover, que trabalhava numa fábrica de CDs da Carolina do Norte e contrabandeava quase todos os maiores lançamentos musicais nos anos 2000. Sem esse cara, a pirataria online teria sido impossível, o MP3 não teria ganhado uma base de usuários online e a tecnologia teria se tornado apenas um pontinho na história das mídias.

É uma história bizarra demais para se inventar, mas precisava ser contada. Ao longo de 300 páginas envolventes, o livro de Witt se foca em três personagens excêntricos – Karlheinz Brandenburg, um dos inventores do MP3; Doug Morris, o chefão da Universal Music; e Glover, "o cara que destruiu a indústria da música para poder colocar aros customizados em seu carro", nas palavras do autor. As posições únicas dos temas dentro da indústria da música oferecem um ponto de vista único da evolução da paisagem musical de hoje. Esqueça o Napster e as redes de troca de música – essas narrativas são essenciais para entender por que as pessoas dizem que o álbum físico morreu e como chegamos a um ponto da cultura onde todo mundo realmente pode pagar por serviços como o Spotify.

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Mesmo para quem não é um nerd da música, Como a Música Ficou Grátis é um dos livros investigativos mais envolventes do ano – não consigo deixar de pensar em quem vai interpretar Glover na inevitável adaptação para o cinema. Com plataformas de streaming novíssimas como Apple Music, Google Play, Tidal e Spotify dispostas a destruiur uma a outra num novo tipo de guerra de formato, o livro de Witt não poderia ter chegado numa hora melhor. O escritor e eu nos encontramos no Brooklyn para discutir a influência de Robert Ebert em como abordamos a escrita de textos históricos, como ele teve acesso aos temas e por que ele está tão otimista com o futuro da indústria da música.

VICE: Qual era a pergunta que você queria responder com esse livro?
Stephen Witt: A pergunta original era: "Como o MP3 foi de um software acadêmico alemão obscuro para o formato preferido da pirataria?". E isso realmente aconteceu – alguém me mostrou um disquete antigo com um e-zine que os piratas de software dos primórdios enviavam pelo correio. No e-zine, eles falam sobre como poderiam piratear música com essa nova tecnologia. Minha primeira ideia foi rastrear o primeiro cara que pirateou um MP3 oficialmente. Não consegui fazer isso. Mas aprendi muito sobre esse submundo de vazar mídias chamado Scene. Pensei: "Caralho, essa porra é fascinante".

Você pode contar como encontrou Dell Glover?
Há um banco de dados do governo americano chamado PACER – Public Access to Court Electronic Records. Por uma taxa, você pode baixar os casos para cada processo que o Departamento de Justiça já abriu contra uma pessoa. Provavelmente baixei centenas desses casos, apenas puxando nomes pelos comunicados de imprensa do FBI e procurando por casos interessantes de pirataria. Acabei encontrando Dell Glover e pensei: "porra, esqueça os outros 99 caras – esse chapa fez mais que todos os outros 99 casos que baixei juntos". Esse cara vazou muita, muita coisa.

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Perguntei a mim mesmo: "Como vou achar esse homem? Como vou falar com ele?". Então busquei no Facebook pessoas com o mesmo nome, pela localização geográfica aproximada dele e sua situação demográfica geral. Achei um cara na Carolina do Norte, da idade e etnia certas, que parecia morar perto do lugar onde todos os vazamentos tinham acontecido [na fábrica de prensagem da PolyGram]. Mandei uma mensagem para ele dizendo "Sou repórter, estou escrevendo sobre tal coisa, achei sua história muito interessante, me ligue". Nunca esperei ter notícias dele, mas ele ligou para o meu celular no dia seguinte.

"Na verdade, não há propriedade digital real, no sentido físico. Esses limites que decidimos colocar em direitos de propriedade digital são inteiramente arbitrários."

Como você o convenceu a contar a história toda?
Dell me ligou várias vezes por um tempo e eu usei essas conversas para escrever minha tese de mestrado da Columbia. Ele acabou pedindo para ler o trabalho, mas eu não queria mandar o texto porque tinha medo que ele postasse na internet – bom, vazasse na internet. Eu disse que iria para Shelby, Carolina do Norte, e leria isso para ele. Então dirigi até lá, sentei no sofá dele e li o texto inteiro. E ele disse: "É uma ótima história, mas tem um monte de coisas que você não sabe…", aí ele começou a falar sobre o cartel de DVDs piratas, seu carro tunado e tudo mais. Ele não é uma pessoa falante e fiquei preocupado que parecesse que eu estava tentando arrancar a informação dele, mas acho que ganhei sua confiança depois de ler minha tese de mestrado.

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Agora somos amigos, especialmente depois [do lançamento do livro]. Na época, ele era um informante. Você tem que ter cuidado; você não quer ser amigo do seu informante.

O encontrei pessoalmente quatro vezes, acho, além das ligações. Também tirei muita informação do Facebook, fotos e pessoas da comunidade dele, que escreveram quase 20 cartas de clemência quando ele foi preso. Falei até com a mãe e o pai dele.

Antes desse livro, havia qualquer cobertura da mídia sobre a prisão de Glover ou sobre ele ser uma parte importante da cena de vazamentos? Você disse que isso foi incluído no final de um comunicado de imprensa do FBI, mas foi só isso?
Não. Bom, é essa a questão. O FBI o pegou em 2007. Eles guardaram segredo sobre a captura dele por um tempo, porque esperavam usá-lo para pegar outros caras de seu grupo de piratas, o que acabaram conseguindo fazer. Eles não podiam ter nenhum documento do tribunal com o nome dele nos registros públicos, por razões de segurança. Acho que foi por isso que o FBI encobriu a história.

Mas ainda assim você conseguiu achar o paciente zero do vazamento de músicas…
Foi loucura. Acho que nunca mais vou conseguir fazer uma coisa dessas. [Risos]

Você contou que ele está trabalhando numa fábrica de grades de carro agora, mas ele ainda faz coisas relacionadas à tecnologia? Ele realmente se afastou da pirataria e das subculturas da internet?
Ele tem um negócio paralelo e não acha que isso é ilegal. Ele compra computadores a granel – tipo, computadores de merda com peças da China. Eles têm uma capacidade muito limitada, mas é o suficiente para rodar um servidor de mídia caseiro. Eles vêm com o Windows instalado, mas ele apaga isso e coloca seu software de servidor caseiro num tipo de plataforma de código aberto.

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É tudo legal. Isso deve custar uns 50 paus e ele revende os computadores por US$ 200. Quando você compra um desses e sabe o que está fazendo, você pode achar streams de mídia pirata do nada ou ter HBO, Netflix, Hulu, o que você quiser na sua casa – de graça. Dell não instala ou aponta nenhuma rede de pirataria específica para o comprador. Você pode usar isso para assinar legalmente o Netflix também. Ele só está vendendo um computador com um software de home theater de código aberto instalado nele.

Lembra, no livro eu o chamo de "o cara que destruiu a indústria da música para colocar aros customizados no carro dele"? Agora ele não se interessa mais por isso, mas curte muito pescar. Há um lago perto da casa dele. Acho que agora ele é o cara que está minando todo o complexo de entretenimento das empresas a cabo para comprar um barco. Ele é uma das minhas pessoas favoritas do mundo.

"Todo mundo odeia [os executivos das gravadoras], mas eles têm seus próprios objetivos e motivações. Fiquei mais interessado nessa perspectiva do que na perspectiva dos músicos, o que você acha em qualquer lugar."

Você acha que existe uma versão paralela de Dell Glover no pirateamento de filmes e outras mídias?
Provavelmente, não sei. Recentemente achei algo muito interessante e ainda não descobri quem está fazendo isso. Mad Men começou a vazar – a série sempre vazou, mas tipicamente, o jeito como pirataria por TV funciona é que alguém pirateia a fita do programa através de DVR. Os últimos episódios de Mad Men exibidos estão vazando em um formato de ultradefinição que supera até o BluRay e que tem que ser comprimido quando é distribuído pelas companhias de cabo. O único jeito dos piratas conseguirem fazer isso é ter alguém no topo da cadeia das empresas e estações de TV, vazando produto de alta qualidade.

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Acho que você pode escrever um livro sobre os maiores piratas de cada formato de mídia.
Bom, essa era minha ideia original para esse livro. Achei que faria um livro sobre videogames, TV, filmes, pornografia, livros, fontes etc. – mas acabou sendo sobre uma história mais geral. Se fosse como pensei inicialmente, isso seria só uma pesquisa, sem um impulso de narrativa, e os leitores ficariam entediados porque seria muito repetitivo. Na verdade, muito disso acontece do mesmo jeito. Você só precisa descrever a experiência de um cara e isso generaliza tudo. Sabendo que existe um cara como Dell Glover, a história de outros caras fazendo exatamente a mesma coisa numa fábrica de DVD não é tão diferente assim, certo? E Glover era um personagem muito mais atraente que muitos desses outros caras.

O que você quer que os leitores tirem do seu livro?
Primeiro, eu quis mostrar que essa história e essa cultura existiram. Eu só queria contar uma boa história. Eu queria que o leitor achasse a história interessante e lesse até o final. Esse era meu verdadeiro objetivo.

Em termos de uma abordagem intelectual mais ampla, eu queria fazer as pessoas pensarem criticamente sobre o que os direitos de propriedade realmente significam na era digital. Na verdade, não há propriedade digital real, no sentido físico. Esses limites que decidimos colocar em direitos de propriedade digital são inteiramente arbitrários.

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Decisões tomadas nos primórdios da computação deram aos usuários uma liberdade enorme para compartilhar arquivos sem limitação, para se comunicar sem muitas barreiras e para trocar informação quase sem nenhuma supervisão. E isso é uma coisa linda. Mas também permite muitos comportamentos criminosos. Pense no Silk Road e nas redes de abuso infantil – isso permite comportamentos ruins. Desde 2007, 2008, tem havido uma guinada nisso. Antes, o objetivo da internet era empoderar os usuários. Acho que essa não é mais a mentalidade. Agora os usuários são tratados como consumidores cujo valor deve ser extraído. Hoje, os tecnólogos e os proprietários dos direitos trabalham para fazer isso acontecer. Por exemplo, é fácil baixar um aplicativo de torrent para o seu desktop e começar a baixar coisas, mas é impossível baixar ou subir um torrent pelo seu celular.

Abrimos mão de muitos direitos para um tipo de autoridade centralizada, que nos diz o que podemos ou não ter nos nossos celulares. Talvez isso tivesse que acontecer, mas é uma limitação significativa da nossa liberdade. Quero que as pessoas pensem criticamente sobre isso. Não tenho as respostas. Eu só sabia que muita dessa informação nunca tinha aparecido em lugar nenhum.

Algo que achei muito curioso no seu livro é que a perspectiva dos artistas foi totalmente excluída. Isso foi intencional?
Não coloquei nenhum artista se pronunciando sobre isso. Fiz de propósito. Os artistas sempre podem dizer o que querem. Não há falta de cobertura sobre os artistas. O objetivo do livro era apresentar as coisas de perspectivas novas e diferentes do que geralmente esperamos. Então meu retrato de Doug Morris [presidente e CEO da Sony Music] acaba sendo, essencialmente, simpático. Essa foi uma decisão incomum, porque todo mundo odeia [os executivos das gravadoras], mas eles têm seus próprios objetivos e motivações. Fiquei mais interessado nessa perspectiva do que na perspectiva dos músicos, o que você acha em qualquer lugar.

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Não há falta de cobertura sobre o que os músicos pensam. Músicos também são sempre tipos criativos. Eles sempre estarão em dívida com a composição, seu talento como produtores ou sua habilidade para tocar. Então, na minha opinião, isso significa que eles não se encaixam necessariamente no livro.

Você escreveu que "desbloquear coisas" pode criar valor, tipo como os piratas preencheram um vácuo que a indústria não ia preencher. Você acha que empresas de entretenimento e tecnologia deveriam estar copiando, imitando ou mesmo contratando usuários de tecnologia como piratas?
Você tem que entender o seguinte, os erros que a indústria da música cometeu nos anos 90, ela nunca cometeria agora. Todo mundo que dirige uma empresa de música está pensando 20 anos à frente. É o que digo no livro: a indústria fonográfica pensava nos CDs como inventários, enquanto os engenheiros de computação viam isso como dados armazenados de modo ineficiente. Agora, quem trabalha numa gravadora está constantemente pensando sobre distribuição, em métodos tecnológicos de distribuição dez ou mesmo 20 anos no futuro. Desde 2007 e 2008, os tecnólogos e as gravadoras estão cooperando. Eles aprenderam a lição. Eles não vão mais cometer esses erros.

Mas a tecnologia muitas vezes é imprevisível. A história não pode se repetir se as empresas não forem maleáveis o suficiente para acompanhar as mudanças na maré?
A história pode ser repetir aqui, com certeza. Mas a indústria nunca mais vai cometer os mesmos erros dos anos 90, onde eles tentaram ignorar completamente, até anular, novas tecnologias.

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Eles vão considerar qualquer tecnologia e tentar ficar à frente disso. E foi isso que aconteceu agora com o streaming. Eles estavam e estão à frente dos piratas no streaming. Não há nenhum jeito bom de piratear isso. O Spotify é um serviço superior ao What.CD, na minha opinião. Além disso, o tráfico de torrent está caindo, particularmente como uma porção do tráfico total da internet. Jovens tendem a estar mais dispostos a assinar serviços legais.

Seu artigo mais recente no Financial Times deixou claro que se uma gravadora tirasse seus arquivos do Spotify, isso seria desastroso. Posso imaginar todas as gravadoras mudando para a Apple Music.
A Apple pode acabar ficando com o monopólio – assim como o Spotify. Quer dizer, a Apple já tinha tentado entrar para esse mercado, assim como o Google, e eles fracassaram. Mas agora estão tentando com mais afinco. Eles colocaram seu melhor pessoal nisso, dá para notar.

Isso poderia resultar num monopólio ilegal?
Os caras antitruste terão que tomar essa decisão. O YouTube, sem dúvida, é uma violação do antitruste, certo? Ele controla cerca de 95 a 96% do mercado de hospedagem de vídeos. De modo similar, o mecanismo de busca do Google também é uma violação de antitruste. E merece ser – é o melhor mecanismo de busca. E o YouTube também merece; é o melhor site de hospedagem de vídeos. Mas em cooperação, isso dá a eles um enorme poder. A Apple, na verdade, não está ameaçando violar nenhuma lei antitruste. Eles só controlam 18 ou 19% do mercado. O Android é enorme no resto do mundo, mesmo nos EUA isso é 50% do mercado. Então não acho que isso vá acontecer.

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Como você acha que seu livro vai envelhecer? Você vê isso como uma imagem de um período específico, ou isso será válido e relevante mesmo quando a tecnologia e a cultura evoluírem?
Tenho uma mentalidade incomum sobre isso. Roger Ebert escreveu uma vez sobre um filme chamado A Separação, que levou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro alguns anos atrás. É um filme iraniano. O ponto dele é que esse é um exame muito detalhado da vida política e social iraniana. Não é uma alegoria maior nem nada assim, mas por causa disso, quanto mais específico em detalhes isso se torna, mais universal isso pode acabar sendo.

Se meu livro é só uma imagem de um momento particular, o que espero que seja, então as pessoas vão fazer referência a ele precisamente por isso. Elas vão querer entender sobre o que era o nosso tempo e como ele era. Se o livro se tornasse muito amplo, ele só retrataria preconceitos que são inerentes da cultura do tempo. Isso não significaria nada. Tentei me focar estritamente nesse período em particular, pensando: "Isso, ou algo assim, só aconteceu uma vez. Então, se você quer saber como era esse tempo tão interessante de experimentação com distribuição e tecnologia de mídia, torne isso o mais específico possível, então isso terá o potencial de ser um documento mais definitivo dessa época".

Devo dizer que não acho que consegui fazer isso. Não acho que foi um sucesso completo. Mas a ideia era fazer algo bem específico e detalhado sobre esse período em particular, porque isso é muito mais interessante para mim do que esses conceitos arrogantes de "o que isso tudo significou no final?". Não há muito disso no livro. Em se tratando do aspecto moral do pirateamento, quero que os leitores se perguntem se isso é realmente errado. Não quero dizer isso a eles.

"O streaming com certeza é o futuro, e acho que se os grandes jogadores fizerem tudo certo, se conseguirem fazer as pessoas pagarem e assinarem, isso vai render muito dinheiro."

Eu não descreveria o livro como polêmico.
Sim, não é polêmico. Polêmicas envelhecem mal. É verdade, lendo textos políticos de outras eras, é difícil se interessar por sua política. Você se interessa mais em como as pessoas levavam a vida na época e qual eram suas motivações. Era isso que eu queria capturar. Estranhamente, se isso é feito de maneira muito específica, o livro pode ter um apelo universal depois. Você precisa dos personagens também. Aprendi tudo isso com Ebert.

Alguma resposta ao livro realmente te chocou ou surpreendeu?
A resposta mais interessante – que eu devia ter previsto, mas que ainda me surpreende – tem sido de músicos que adoraram o livro. Muitos músicos com quem falei gostaram muito do tópico e do assunto. Eles sempre têm algo interessante a dizer.

Alguns músicos ficaram putos – e as pessoas sempre me perguntam: "Como você se sentiria se alguém pirateasse seu livro?", quando, na verdade, isso aconteceu imediatamente. Isso já estava no What.CD 16 ou 17 horas antes de ser oficialmente lançado. Havia centenas de seeds no torrent. Eu adorei. Para mim, indiretamente, foi emocionante. Acho que meu editor não compartilha dessa opinião [risos].

Outras pessoas brincaram que vão tirar xerox de todas as páginas do livro e fazer um zine. Talvez essa tenha sido a resposta mais extrema.

Você é otimista quanto ao futuro da indústria da música?
[Sem nenhuma hesitação] Sim, sou. Agora os tecnólogos e donos dos direitos estão trabalhando juntos para recapturar os lucros que perderam. Estou pagando US$ 140 por ano de assinatura no Spotify e isso é muito dinheiro. A maioria dos assinantes têm menos de 27 anos. Essa era uma geração que não deveria pagar por nada, mas ela ama o Spotify, o Netflix, o HBO Go, e paga muito dinheiro por isso. Acho que isso vai continuar a crescer. Streaming com certeza é o futuro, e acho que se os grandes jogadores fizerem tudo certo, se conseguirem fazer as pessoas pagarem e assinarem, isso vai render muito dinheiro. As pessoas provaram que você pode vender dados. Por um tempo isso pareceu impossível, mas a tendência contemporânea, especialmente enquanto passamos para servidores centralizados e computação em nuvem (nos afastando de bibliotecas corporativas), é que vamos pagar por essa tecnologia.

Para conhecer mais do trabalho de Stephen Witt, visite o site dele.

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Tradução: Marina Schnoor